terça-feira, 18 de maio de 2010

BAILARINA

I
Bailarina de pernas alongadas

e finas: fecha os olhos ao girar o corpo
de elastecidos músculos: sorri em gestos
ao receber o parceiro

esguio corpo de bailarina: criatura de luzes
em rápida corrida e parada na revoada em volta
revoltas águas completam a cena

na ponta dos pés avança passos
há graça nos braços levantados
metálico rosto retesado
ao contar os passos
lembrando o andamento
da música até a cortina cair

a bailarina em frente aos olhos cai
tem graça o seu cair: caio com ela
rompido elástico: rompido contato
quebrado dom.

II

... bailarina
estática
na cena
móvel

no estupor da plateia
o aplauso
se espalha
ao inusitado.

III
Quando nos fazemos esperança
em palco nu de panos
brancos
vemos a mulher caminhar
entre nadas
fosse o todo
o tudo
onde a alma trafega
trânsfuga de si mesma

esperança em motivo e sonho
branca
nuvem transformada na passagem
daquela mulher dançando
seu corpo
móvel

sabemos o sentido dos passos
e dos aplausos fortes e continuados.

(Pedro Du Bois, A RECRIAÇÃO DA MÁGICA)

3 comentários:

  1. Obaaaaaa...sou a primeira!!!
    Que lindo...ja fui bailarina...continuo sendo...serei p sempre !!!
    Mil beijos !!!!

    ResponderExcluir
  2. Que versos que bailarinam, que compassos bem marcados.

    Um beijo amigo, Pedro e parabéns por mais este poema!!!

    Carmen Silvia Presotto. Vidráguas!

    ResponderExcluir
  3. Lindos e harmônicos versos, poeta Pedro.
    Parabéns!
    Um beijo

    ResponderExcluir