Tenho medo do infinito e da eternidade
por estarmos aprisionados ao corpo.
Soluço orações em promessas sagradas.
Reafirmo a fé na integridade e do orvalho
recolho o sentido: estou vivo e estou morto
ao encontro da insubmissão e do castigo.
Rejeito o acontecido e me afirmo no amor
da mulher com quem convivo: a divisão
da cama a conversa franca o carinho diário
o mistério revelado no primeiro dia: no carnal
e no simbólico somos o todo e nos separamos
em corpos nas manhãs em que recordamos.
Não conversamos sobre a permanência.
Permanecer é o silêncio dos que sabem
da efemeridade: percorrer distâncias
em guarda contra a eternidade
a oxidar os atos diariamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
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