quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

RETILÍNEO

Sobre a amurada
faço parar o tempo
ontem acontecido
no amanhã entrevisto

parado: hoje represento
a última cena na vista
descortinada da vida
encoberta em ruínas

antes cinzas queimem
minhas asas frágeis

sobre a amurada
suspendo as horas
em que o momento
desfaz a vontade

o corpo pende
retilíneo.

(Pedro Du Bois, inédito)


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