Mostravam o caminho na ponta dos dedos
apontavam a estrada e diziam por ali
chegarão ao deserto de pessoas arenitos
e encontrarão a cidade de concretas pessoas
não havia alegria no que mostravam
olhavam para trás como a dizer voltem
retornem seus caminhos de vinda
não se curvem ao desconhecido
- mesmo que novo - fiquem
com o que tiveram em vida
avançamos desprezando os sinais
focamos os dedos assinalados
em lugares descobertos ao acaso
teríamos o encontro e desmoronaríamos
estátuas de areia sob a água
eram estátuas os homens arenitos
eram concretos homens as estátuas.
(Pedro Du Bois, inédito)
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