Sou quem me ultrapasso
tinha você pelo braço
no perdido corpo
de outros abraços
ultrapassados
ciente do destino no sinal fugidio
avanço e retorno e falo ao guarda:
não há outro caminho
na espera da atropelada hora
sou quem me ultrapasso
e exausto repouso o corpo
na soleira que acolhe e esconde
o cansaço em que me encontro
silenciosamente escorrego os pés e o barro
marca a passagem ultrapassada no medo
trazido de casa: hoje é meu dia de
passar.
(Pedro Du Bois, inédito)
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