No fundo do poço seco de antes águas
descia a caçamba na corda suspensa
voltando com a água de todo dia
brota a planta na nesga da boca
recomeçada vida depois de seco
o velho poço diriam todos
os que votaram o aterramento
tijolos e cimento rodeiam
paredes na falsa noção da espiral
e bichos peçonhentos subindo
e descendo na multiplicação
da vida no mesmo buraco
no escuro do fundo do poço
seco de águas passadas
nem corda e caçamba
nem a imagem refletida
a vida renova o espaço
na umidade exalada
pelo broto da planta
agora sepultada.
(Pedro Du Bois, inédito)
Envelhecer
Há 14 horas
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