Da musa retiro o enfeite
nua
circula
em jardins suspensos
na imagem
a memória gesta
a fala onde se insere
a musa recompõe o mistério
entrevisto
antevisto nas sombras
do vulto em retirada
infeliz o velho expira o corpo
descoberto: o cego se penitencia
da visão esquecida em luzes
do que se lembra
a musa se dispõe ao rito: aguarda
em cada linha a roupa costurada
em textos infindáveis da nudez
em detalhes na entrega absorvida
pela cidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
Envelhecer
Há 8 horas
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