terça-feira, 13 de setembro de 2016

CALMA

após a calmaria da viagem
não repito a paisagem
e me lanço à terra
na banalização
do gesto

(procuro a briga
 e me retiro surrado
 na cansativa reprodução
 em cenas de sangue e morte)

viagens cansam corpos desprovidos
dos sinais luminosos de fraquezas
nas histórias decompostas em capítulos
aproximados entre chegadas e partidas

a frequência corrigida dos lamentos
retira das frestas históricas a alusão
aos regressos: tenho a calma sensação
do ocaso no me reconhecer menor
do que o destino acrescentado:

               banalizações atravessam
               vidas ignoradas de fracassos
               em campos opostos.

(Pedro Du Bois, inédito)

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