sexta-feira, 12 de julho de 2013

OLHOS

Para seus olhos repetirem o que viram nos anos
em que as cores se transfiguravam nas melodias
cantaroladas enquanto o caminho passava entre
rosas e outras flores bem cuidadas em jardins
onde infâncias estáveis não nos avisavam
que o futuro seria difícil em acontecimentos

desconhecíamos os sentidos olhados
indiferentes na família e nos amigos

um dia outra hora no convite o conceito
o espaço em branco diante dos amores
que se apresentariam nas fases e faces
esculturadas no sorriso das crianças
que não fomos e mentíamos ser
na metade da semana interminável

seus olhos foram o norte e o aporte com que cresci
em lampejos de obras inúteis e orações apaixonadas

na estrada a estada e o estádio vazio de horários
antes e depois de jogados os dados e os dardos
acertados fossem o alvo cravo murcho do passado.

(Pedro Du Bois, inédito)

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