quinta-feira, 4 de julho de 2013

AMORES

Sim, sou náufrago seco em versos
vaso despossuído em terras aradas
e os arreios com que me prendo
impávido animal terrestre

só não sou espaço
que a vertigem
tolhe meus passos

nem submerso instante
de seres em guelras tranversas

no bolso o dinheiro da venda
e mãos trêmulas na entrega

sim, sou o coração sangrado
onde o infausto se faz condizente
com o corpo movimentado
sob lençóis tão limpos

na mão direita o sincopado som
do exterior comprimido e composto
em desgraças e alegrias fúteis.

(Pedro Du Bois, inédito)

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