Celebro a terra que não me pertence
em cercas e arames
estradas
muros
amuradas
terra celebrada em plantações
de escassas margens
em árvores tombadas
ressecadas em lavouras aguadas
do que vejo nada me será dado
além do forçado pedaço
onde depositarão o corpo
ravinas
despenhadeiros
caatingas
e ervas rasteiras
o gado e o homem
bichos transversos
do que a terra guarda
e não oferece
vejo a terra
e nela escrevo minha propriedade
despossuída em arco
e flecha: a mira atira
a poeira sobre os olhos
em que a lágrima cai
indefesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
Anledningen
Há uma semana
Pedro, tenho lido suas atualizações, mas demorei a parar um pouco e comentar. Alguns lugares neste Brasil tem sofrido com a seca. Então a terra nada oferece porque a vida que corria nela secou. E os que dela vivem, morrem.
ResponderExcluirBeijos
Sissym
Blogzoom
Grato, Sissym, pelo seu retorno. A terra é parte da natureza e, sabemos, não tem preocupações com quem a habita.
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