sexta-feira, 16 de março de 2012

ARRANJO

Apesar do passado
vê o mundo
ante olhos avermelhados
do começo: flores amareladas
           folhas cinzentas
                 caules esverdeados: vaso
quebrado pela base.

Ultrapassa sua voz no contato
e na parede do quarto reverbera
o pedido: ar respirado
no prazer de estar ali
situado na amplidão
refeita do passado.

condensa o mundo em águas e luzes
multiplicadas multiplicadas
                multiplicada
em arranjos finais: infrutíferos.

(Pedro Du Bois, inédito)

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