sábado, 11 de fevereiro de 2012

SABERES

Como saber de mim
se me escondo em sonhos
nos dias transitórios
de obras e silêncios
barulhos e argamassas
colocadas no extremo
gesto da concretude?

Inocente algoz em ordens
e na face do condenado
o detalhe da simples entrega
não me faz carrasco
                  e prisioneiro
                  e da minha face retiro
                  a imobilidade do escudo.

Não queiram saber de mim: redemoinho
decomposto no exagero do espaço ocupado
pelo corpo. Tenho nas mãos a incerteza
do espírito em cada extensa madrugada.

(Pedro Du Bois, inédito)

5 comentários:

  1. Pedro, gostei desse poema e dos outros que acabei de ler aqui. São bem elaborados, apreciei o seu estilo. Parabéns! Abraços!

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  2. Grato, Shirley, pela sua companhia. Abraços, Pedro.

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  3. Saudações, Pedro.
    Recebo seus poemas por correio-eletrônico e sempre um prazer poder ler cada um deles. Como este.
    Um abraço do Camarada de Palavras,
    Richard Mathenhauer

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  4. Gostei muito deste poema. Um abraço do outro lado do Atlântico. Hei-de voltar.

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  5. Caros Richard e Bela, grato por suas visitas, leituras e retornos. Voltem sempre. Abraços, Pedro.

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