segunda-feira, 16 de maio de 2011

HABITAR

Sem que cada canto da casa
me seja permitido em resgate
ocupo o centro e me desloco
em corredores ao atingir
portas colaterais.

     Habito o esboço reconstruído
     em lutas onde me fixo. Tenho
     por hábito conhecer o fato
     em telhados desprovidos
     de espaços.

          Em cada pedaço menor
          me encontro em escuros
          passados não confirmados.

A casa permanece em olhos futuros
da construção desfeita em novos
prédios habitados por pessoas
desconhecidas.


(Pedro Du Bois, inédito)

3 comentários:

  1. [o pouco, o todo da casa, o universo que nos pertence]

    um imenso abraço,

    Leonardo B.

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  2. Me deparei com as portas colaterais, caminhos trancados que muitas vezes emperra meu ir e vir... e rio, porque é surpreendente como a poesia sem querer nos abre muitas portas do imaginário, do saber que aportávamos, chega e nos surpreende sempre.

    Beijos, boa semana.

    Carmen.

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  3. Caros Carmen e Leonardo: a casa é recorrência, porque nos generaliza e, ao mesmo tempo, personaliza. Grato por suas leituras e retornos. Abraços, Pedro.

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