sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ARMAZÉM DAS PALAVRAS

Homens-de-palha disseminam
pânico entre pássaros predadores
em quintais hortas pomares lavouras:

braços estendidos e cabeças eretas
miram horizontes restritos.

Por gerações pássaros não compreendem
a passividade dos espantalhos.

Homens estaqueados defendem o que não
lhes pertence: convencidos da imponência
em estáticas majestades.

Misturados tipos de nossos dias
vagam entre a majestática
coisa alguma de empregos vagos:
escancarado em medos infantis.

Carcaças empalhadas: aves que não arribam.
Coisificação do atraso: sem apoteose.

(Pedro Du Bois, ARMAZÉM DAS PALAVRAS, Ed. do Autor)

8 comentários:

  1. genial de sempre.

    vir aqui renova as energias.

    brax!

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  2. Grato, Andel, pelo carinho da sua leitura. Abraços e bom final de semana. Pedro.

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  3. Belo texto amigo.
    Tenho um novo post amigo.Visita?

    www.rimasdopreto.blogspot.com

    Abração e bom fim de semana

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  4. Os pássaros predadores que queriam ser homens
    e os homens-de-palha que queriam saber voar.

    Ao longo dos séculos a palavra-de-palha foi usada como instrumento, remetendo a outra, "A Palavra", para recônditos lugares,
    (talvez até para um armazém de palavras).

    Mas este é um poema onde a palavra se liberta e voa sobre o mundo.

    Simbolicamente genial teu poema.

    Abraço

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  5. Grato, Felipe, pela sua leitura. Abraços, Pedro.

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  6. "Por gerações pássaros não compreendem
    a passividade dos espantalhos."
    Belíssimo!
    :)

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  7. Grato, Graça, pela sua visita. Abraços, Pedro.

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  8. AH! Pedro, como odeio espantalhos. Porque espantar as aves? Para que servem esses artifícios humanos? A natureza é mágica e por si já dá conta do recado.

    Belíssimo!

    Beijos, poeta!

    Mirze

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