quarta-feira, 19 de outubro de 2016

RAPINA

Na rapina
reconhece o corpo
consumido
na covardia
do fuso anti-horário
das ilusões menores

interessa o azedo da carcaça
na carne apodrecida do cadáver
pelo verme na passagem

a ave rapina o gesto
desossado do corpo aberto
ao sentir nauseabundo

alerta ao movimento inexistente
a carniça esvoaça a vida restante
em rememorações abstratas.

(Pedro Du Bois, inédito)

Nenhum comentário:

Postar um comentário