sábado, 29 de outubro de 2016

MEDOS

Conheço na ameaça o medo
de não concretizar o crime
e a vítima estupefata chegar
em casa sã e salva: retorno
no pecado desconsiderado
na tragédia de ser eterno
sucumbido em pedaços
carcomidos de entranhas
ao final desconsiderado.

Arremedo o palhaço no picadeiro
me dizendo amante das razões
aleatórias da memória: na fuga
o extremo gesto dos encontros
no medo permanente.

Ameaço atravessar a porta
aberta em justos acordes
da música que se inicia.

(Pedro Du Bois, inédito)

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