segunda-feira, 16 de novembro de 2015

RAZÕES

Razão obscura onde repousam sonhos
desprovidos de razões obscuras
repisados em sonos
escondidos de razões obscuras
sugeridas nos avanços
desprezados por razões obscuras
para direções primeiras
avançadas em razões obscuras
das chuvas ácidas
em razões nem tão obscuras
nas extensões maiores
em razões amanhecidas
de sinos balados em horas
aferidas em razões amanhecidas
de levantar e ir embora
construídas em razões amanhecidas
de pães sobre a mesa
destituída de razões amanhecidas
em estratificados signos
de razões quase amanhecidas
na ilusão simplória dos enganos
atravessados em naves de razões midiáticas
desaforadas no verbo de confusões feéricas
de ódios em razões midiáticas
de assaltantes pulando muros
no circular os olhos em razões midiáticas
sobre o ouro descoberto ao acaso
na sorte desprovida de razões tardias
onde sentimentos afloram
em folhagens das razões tardias
nos reparos efetuados
por mãos calejadas de razões tardias
no encerramento do tédio
em porões de razões noturnas
afiguradas nos santos embarrados
no toque sutil das razões noturnas
na efêmera maneira de reformar deuses
acabados sempre em razões noturnas.

(Pedro Du Bois, inédito)

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