Permito-me a lucidez: vejo a árvore e os frutos;
desfaço a cama e guardo as cobertas. Visto na roupa
a imagem trazida no regresso. Da casa retenho
a tinta das paredes; nos vidros da janela vejo
a poeira acumulada. Recorro à figura armazenada
e retiro a essência. A lucidez me repete
fatos intercalados.
Invado o lúdico e me deparo com a reserva
ao conhecimento. Cumprimento a sombra
do que sou e deixo arrolado o tanto procurado.
A lucidez contém luzes enfeitiçadas de verdades.
A lucidez é meu cansaço.
(Pedro Du Bois, Brevidades, 1; Editora Projeto Passo Fundo, 2012)
Anledningen
Há uma semana
Pedro, a lucidez é meu cansaço! Seu poema está em plena sintonia com os caminhos que ando trilhando. Belo. De profundezas.
ResponderExcluirBeijos,
Tania, bom ter sua leitura e retorno. Abraços, Pedro.
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