sexta-feira, 19 de outubro de 2012

BREVE APANHADO SOBRE A (MINHA) LUCIDEZ

Permito-me a lucidez: vejo a árvore e os frutos;
desfaço a cama e guardo as cobertas. Visto na roupa
a imagem trazida no regresso. Da casa retenho
a tinta das paredes; nos vidros da janela vejo
a poeira acumulada. Recorro à figura armazenada
e retiro a essência. A lucidez me repete
fatos intercalados.

Invado o lúdico e me deparo com a reserva
ao conhecimento. Cumprimento a sombra
do que sou e deixo arrolado o tanto procurado.

A lucidez contém luzes enfeitiçadas de verdades.
A lucidez é meu cansaço.

(Pedro Du Bois, Brevidades, 1; Editora Projeto Passo Fundo, 2012)

2 comentários:

  1. Pedro, a lucidez é meu cansaço! Seu poema está em plena sintonia com os caminhos que ando trilhando. Belo. De profundezas.

    Beijos,

    ResponderExcluir
  2. Tania, bom ter sua leitura e retorno. Abraços, Pedro.

    ResponderExcluir