Não desgosto estar contigo
comigo o anzol pesca
o sol queima o mosquito
o mar avança suas ondas
teu sonho impenetrável
não me recebe e não sonho
no sono que me faz acordado
meu livro marca a folha ilegível
e na música – a minha – o tom
agudiza a lembrança: a solidão
contempla de forma amigável
estar contigo é aguardar
a hora – que me falta –
necessária ao corte da fruta
amadurecida: reter no copo
o líquido e esquecer o anzol
dentro d’água.
(Pedro Du Bois, inédito)
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