segunda-feira, 10 de agosto de 2020

DIZER












Digo: luz dos meus olhos caminho acesa
vela do desvelo olhar absorto dos amores
comida em beijos subtraídos corpo
desvalido em ofertas reforçadas
ao tédio do dia de ontem

digo: estrela vespertina estrela
matutina estrela beijo recebido
beijos possuído no calor da noite
noite benfazeja em dormires e
acordares recentes na madrugada

digo: refrega esfrega obriga o destino
         em testamento consome os trinta
         e nove dinheiros em diárias baratas
         dos hotéis desfeitos em novembros

digo: luz dos sentidos olhos sobrepostos
mãos inseridas em profundos bolsos
seios oferecidos corpo retesado
consumo excessivo de inverdades.

(Pedro Du Bois, inédito)


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