terça-feira, 14 de julho de 2020

SILÊNCIO












Cacofônico silêncio: meandros e curvas
labirínticas em que o lado se caracteriza
pela ausência: sinto a presença e nada
digo que possa assustar o vago sentimento.

No silêncio penso escutar lutas travadas
em aços de batalhas: deuses  abandonam
corpos dilacerados na linha imaginária
da memória. Ensurdecedoras vozes
teimam em prosseguir - perseguir -
o silêncio voltado ao óbolo.

Altares oferecidos em empréstimo
destacam o olvido de onde partimos
ao ocaso da inexistência.

(Pedro Du Bois, inédito)

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