terça-feira, 13 de novembro de 2018

Tristeza e Mínimo e a Menor Parte - resenha de Márcio Almeida

 Meu caro Pedro, boa tarde:
em seu livro TRISTEZA E MÍNIMO E A MENOR PARTE você assume: "frases desconexas aludem descobrimentos" (p.97); que "o poeta sobrevive mazelas e se dá ao luxo de redescobrir polvorosas maneiras desmentidas de versejares" (p.92); ou então faz a assertiva: "reflito o imponderável."
Estas leituras permitem usufruir melhor de sua criação poética, que na 1a parte do livro tem poemas como os de números 5 ("escuto os sons desintegrados - das lembranças - alguns soluços e memórias apegadas em guardanapos" (p.13), em que se tem uma projeção atávica à casa da infância; 20, em que você é "didático" com a existência: "descrições dependem de sacrifícios - entre escolhas"21); como na observação realista do 21: "minha vida se resume em palavras repetidas - não há quem me escute - além do tempo: inexisto". Também "didático", ou seja, consciente do seu ofício, quando afirma "a rima facilita a introspecção" (23); todo o poema 25, 45, 50. O número 4 da parte que intitula o livro (p.52); o nº 10, 14, 20,21:"nenhuma vez avento - ser possível igualar minha vida - em intermediário - soar de alarmes: desdizer implica negar as vezes - em que me desfaço"; 22: "amo a inconsistência da chuva - no endurecer palavras?"(p.70); 26, 43, 44, 49, 60, 72.

Seu livro cafuca fundo na existência, na memória, na significância das palavras, e como sempre surpreende pelo inusitado de suas construções que tornam a poesia objeto de prazer e de reflexão. Abraço - Márcio Almeida

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