sábado, 4 de junho de 2016

TERRAS

Semeio o campo
   colho o instante no sofrimento
   retomado ao cansaço de que sou feito

poderia ser diferente se o aguardado
acontecesse durante a semeadura
                           não na colheita

na palha refaço a terra nua: em cada safra
o esforço mede a censura
                                 no olho d'água

semeio terras aráveis
no desdizer discursos: palavras
somem extremos em que perdições
barateiam preços e produtos

       aproximo o vento ao tempo
       excedente: nada sobra        
       na terra seca.

(Pedro Du Bois, inédito)

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