terça-feira, 15 de julho de 2014

MOFO

O riso mofado no equilíbrio
entre água e calor
de vidas irremediáveis

o apodrecer dos sentidos na crosta
que reveste a carne seduzida em abandono
na defesa inerme da parte putrefata

o apagar das velas desconsola
os que se retiram em silêncio

o rosto amarfanhado tem o amparo
das mãos ásperas de quem resta

o riso mofado expõe o malmequer
enquanto flor jovem entre tantas

o mofo exala o final da hora.

(Pedro Du Bois, inédito)

Nenhum comentário:

Postar um comentário