O cão ladrando o escuro
assusta o ladrão ecoando
sussurros entre muros
noites se importam com cores
reduzidas em olhos desacostumados
o cão arisco busca no escuro
o vulto que se esgueira: late
a vontade do reconhecimento
o medo do imponderável
a angústia de ser cão preso
no espaço da escuridão
diferentes seres estiveram por aqui
e deixaram seus ossos depositados
: tesouros desenterrados aos cães
que ladram noites anteriores
o cão ladra a desconfiança
pelo cheiro despossuído
da vingança: sabe da ancestralidade
em cada metro do terreno.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 16 de julho de 2016
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