sábado, 9 de maio de 2020

QUIETUDE




A cidade quieta queda escuta ouve a inquietude

noite cega iluminada escura os pés batem

calçadas rasas raras pedras combatem a passagem

param esperam aguardam aceleram a paisagem

fechada enfumaçada enevoada irrisória vista

além aquém agora sempre perpendicular

ao mastro ao astro à estrela cadente quebra

o silêncio estático pastor da cor enegrecida

com que os espíritos almas calmas pessoas

revoam voam naufragam e suas virtudes

de olhos asas sorrisos e bençãos abertas

na chegada partida ida volta sumiço e as flores

descansam alcançam renovam os sentidos

sentimentos expostos e a noite quieta queda

o corpo o sopro o morno contato das mãos

sobre o espaldar a espada crava a vida morte

recanto do casto profeta esteta onírico canto

conto com que a cidade acorde desperte

repita o dia a noite a manhã a tarde é logo

o renascer das coisas objetos em si mesmos.

(Pedro Du Bois, inédito)

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