O ônibus segue
no banco ao lado
o homem conversa comigo
como se falasse sozinho
no que vai contando
das verdades em histórias
trágicas passagens de risos
poucos resultados práticos
o ônibus avança
o vizinho repete charadas
e piadas: mostra o anel
de graduação e a aliança
do casamento duradouro
o ônibus segue
no homem expressões transparecem
não há mistério no que conta
e sua vida não se faz em versos
a contragosto se despede
com o olhar perdido no corredor
e no que fala: o ônibus para.
(Pedro Du Bois, inédito)
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