sexta-feira, 17 de abril de 2020

VÃOS













Do que falam pelos cantos
escuros onde a memória
não alcança o sentido
da mortalha aposta
em palavras

palavras da morte esperada
como resposta fria ao futuro
desencontrado em intempestivas
conversas sobre outros ausentes

do que falam pelos tantos
cantos onde escondem
a verdade

palavras irrecuperáveis em sons
dispersos: ares empesteados
de promessas vãs: os vãos
das portas sabem o que digo.

(Pedro Du Bois, inédito)


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