segunda-feira, 9 de maio de 2016

VIOLÊNCIA

Dos atos retiramos o universo
filmado em sequências esparsas
no fluir da maldade: estamos
             prontos ao combate

da morte retiramos
restos imortalizados
em encomendas recebidas
no clarão das explosões

na solidão da casamata
retiramos vidas remanescentes
até a última e íntima fração
das nossas defesas desfeitas
na refulgência estática da Lua

da violência acudimos gritos
expostos em diálogos
de desinteresse e raiva

da morte escolhemos o perverso
com que minas cedem corpos
no cansaço de pontos sem retorno.

(Pedro Du Bois, inédito)

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