segunda-feira, 23 de maio de 2016

AMBOS

A ambiguidade balança
pratos descompensados
no equilibrar forças: força
o tormento a estar presente

no pressentimento a visão do todo
atordoada em sofrimento arremete
o corpo no instante do desequilíbrio

o compromisso aziago da tarde
transforma as cores brancas
em pretos vestidos anoitecidos

o equilíbrio suspende forças:
pensa a casa original no choro
pela palavra lamento no escuro
não revelado ao menino

no escoar a fortuna acoberta
o dizer do povo: volta o rosto
ao caminho atravessado: sabe
que o destino não equilibra
o corpo desacostumado
em luto presente.

(Pedro Du Bois, inédito)


Nenhum comentário:

Postar um comentário