domingo, 3 de fevereiro de 2013

SOLIDÃO

Ser na solidão o vazio
(na inexistência o âmago
 amargurado da não presença)
inesgotável em justificativas
(não ser
        não estar
              não acontecer)
na negativa da existência do som
inoculado no medo dos destinos
(se me faço ausência sobrevivo
 ao elemento de cortante morte)
interentes aos presentes e juntos
festejados em alto-falantes
(na morte apodreço o corpo
 indivisível na mente decomposta)
em festas populares: tenho o nome
anunciado finalista do torneio
 de tiro ao alvo estanque das barracas
(refaço esforços condensados em vidas
 e me escondo em túneis atravessados)
iluminadas na festa ao me ter sozinho
no vazio estupidificado da saudade.

(Pedro Du Bois, inédito)

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