sábado, 23 de fevereiro de 2013

LONGE

Sou o longe no aperto de mão não acontecido
no desmando desnorteado da vida na curta
distância da ilusão amadurecida
no que me sustento - sua imagem
permanece nas imagens que vivificam
o instante da despedida - e onde
recebo o impacto das quedas.

Caio sobre o mistério do piso molhado
na pedra polida. No contato recebo
o longe em que me vejo perto: parto
em águas no grito da sobrevida

         (vida ao relento).

Em alentos alongo a sombra
no instante anterior ao ócio
em que desprendo o corpo
onde me escalo - instalo
a vida em regresso

         (de onde não saio).

(Pedro Du Bois, inédito)

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