sábado, 3 de novembro de 2012

ODISSEIA

Pode ter sua odisseia: repetir
caminhos demonstrados em reportagens
aleatórias de marés não navegadas,
a velha senhora sem humor, o homem
desagregado em razões. Nas mãos
os pães do entendimento, a bebida
entorpecente dos enamorados. O final
feliz da história reescrita: repetir
os versos do poeta sepultado
no mar das ocorrências.

Situado no epicentro da hora
submetida à morte dos sonhos
nos versos recolhidos ao acaso.

Não a odisseia em comentários vazios
nas corridas ao longo do prazo.

Repetido na simplicidade das situações
famosas a odisseia resume os saltos
em que as alturas adormecem o físico
e barreiras são ultrapassadas em medo.

Pode ser a odisseia em metros
percorridos em busca de trabalho.

(Pedro Du Bois, inédito)

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