domingo, 25 de novembro de 2012

OCASO E NOME

No ocaso do nome repetido
no refrão da música traduzida
no avesso do sentido entrevisto
na delicadeza do carrasco
perguntando entre grades
aos guardados homens
de condenações diversas
na diversidade dos nomes

não o nome do escolhido
para o sacrifício: o ocaso
do nome no tirar o corpo
ao consagrado gesto
das mortes anunciadas

o ocaso precede o nome
no batismo inominável
do trajeto onde permanece
até o carrasco perguntar
com delicadeza apropriada
o nome carregado

do nome o caso retira o gosto
e a propriedade em se dizer
presente: mente ao carrasco
o nome aposto e no ocaso
se encerra inominado.

(Pedro Du Bois, inédito)

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