sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

CIGANO

Cigano em si
reflete-se nas cartas
e risca na mão linhas
imaginárias do futuro

andarilho em linhas tortas
pede abrigo ao sedentário
de quem colhe os frutos

imagina o mundo permanente
em seu redor: sente o frio
verão das vendas escamoteadas

não tem o abrigo
e sob tendas remete
ao início: a música dança
em seus ouvidos e cartas
se abrem em jogos inconclusos

cigano em si
desatina desencontros
tardios de serenidade.

(Pedro Du Bois, inédito)

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