domingo, 19 de outubro de 2014

VISÕES

Visão: corpo estendido no abandono da cena
em velhas e ingênuas palavras de descrição. Hoje
o anormal se resume em poucos sons. Tom
menor da sensualidade avassalada no corpo nu
sob a lâmpada de cabeceira. Urge recuperar
a falsa impressão da nostalgia em restos
decompostos das magias anteriores. Visão:
beijo depositado no possível a ser entregue.
Mínimo esforço concedido ao começo.
Alvoroço dos acenos em laços desaparecidos.
Água entornada - lágrimas não derramadas -
em gotas e gotículas no ar úmido da madrugada.
Visão: incerto tempo ancestral em cada lugar
de origem. Corpos fundidos em recomeço.

(Pedro Du Bois, inédito)

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