quinta-feira, 22 de outubro de 2009

(DES)TEMPO

Retorno ao tempo, horas refeitas
em brumas, escuras escoras estampadas
em selos descolados, envelopes repousam
sobre mesas, presos, sentimentos
aprisionados, pesos sobre palavras
não enviadas, arremetidas e desoladas
mãos nervosas, o tema sobrepuja
a vontade, materializada dor,
rememoro o trigal e o quintal,
pássaros, raivas e lamentos, o riso
raro emerge memórias, profundas
camadas em pedras não preciosas,
cálculos matemáticos e horror ao vento,
invento o tempo passado: lembranças
impostas ao nada trazido na dualidade
dos seres emprestados aos tantos
fantamas corporificados
em músicas ligeiras.

(Pedro Du Bois, (DES)TEMPO)

3 comentários:

  1. Sempre admirável. Sempre um exemplo. É um prazer imenso ler os seus poemas. As palavras ganham uma força, uma vida...!

    Abraços

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  2. Pedro Du Bois
    Amigo é sempre um prazer renovado ler e sentir seus poemas, que sempre trazem além da poesia, algo mais e bem profundo!
    Um abraço e Deus esteja conosco!
    Ótimo fim de semana!

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