quinta-feira, 7 de maio de 2009

O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS

...
do vento, invente as próprias glórias e as declare
de utilidade pública: votos depositados
em casamatas escuras; rápidos
gatilhos acionados, a saraivada
de tiros, balas perdidas em paredes
ocas, corpos sobre calçadas de transeuntes
embebedados em medos: receios infundados
e o traçado do grafite delimita territórios;
podem os temores serem recorrente
das limpezas: marmóreo olho ainda aberto,
corpo despedaçado em amores, lembranças
sobre mesas desarrumadas: restos. Sextantes
apoiam a viagem não programada: fugas
dos territórios amigos desconhecem
as pessoas, barreiras humanas
na explicitação das ideias; arroubos
juvenis na recepção aos convivas
oficiais; cena remetida à integração
entre palco e plateia: os primeiros
desencontros: falar e ouvir, reticências
e a promulgação da lei: falácia em código
onde atos são tipificados e o nada
é inexistente; presentes e cientes
longínquo e do perto amor: crisálidas,
beijos e abraços; a traição cega
a inteireza do ser.


(Pedro Du Bois, em O NASCER DOS ARES E DOS PÁSSAROS,
Volume I, fragmento)

Um comentário: