No canto da sala
contra o escuro ambiente
o abajur precisa
do soquete
da lâmpada
do capuz
da tomada energizada
e da mão que lhe acende
a luz
no canto o abajur
escuro objeto
contra a paisagem
permanece como sempre
foi.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
Raiz online
Primeira Viagem, Ter e Verdejante, em:
http://raizonlinenoticias.blogspot.com.br/2013/09/poesia-de-pedro-du-bois-primeira-viagem.html
http://raizonlinenoticias.blogspot.com.br/2013/09/poesia-de-pedro-du-bois-primeira-viagem.html
sábado, 28 de setembro de 2013
HOMENAGEM
Sou a homenagem
emprestada
de seus olhos
boca entreaberta
no encontro dos lábios
dentes
cerrados
homenageio o encontro
do tempo perdido
no pálido sorriso
de adeus
nomes revolvidos
na repetição
das horas
o esquecimento forçado
no carro avançado
em estradas curvas
de passagem
sou a homenagem
em que sua vida
se reencontra
em novos
desencontros
e o final da noite
pálido
espelha o cais.
(Pedro Du Bois, inédito)
emprestada
de seus olhos
boca entreaberta
no encontro dos lábios
dentes
cerrados
homenageio o encontro
do tempo perdido
no pálido sorriso
de adeus
nomes revolvidos
na repetição
das horas
o esquecimento forçado
no carro avançado
em estradas curvas
de passagem
sou a homenagem
em que sua vida
se reencontra
em novos
desencontros
e o final da noite
pálido
espelha o cais.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
FAZERES
Faça as contas
da ponta
ao cabo
e ao meio
o corpo recebe o pano
e seco
reaparece
detalhes consagram
o verso
no anverso
anota
o recado
traçado
o tempo
dissimula
o fazer de conta
esboroa
e esfumaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
da ponta
ao cabo
e ao meio
o corpo recebe o pano
e seco
reaparece
detalhes consagram
o verso
no anverso
anota
o recado
traçado
o tempo
dissimula
o fazer de conta
esboroa
e esfumaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 24 de setembro de 2013
APENAS
De tantas noites
são feitos os copos
antes que o coração
saiba a razão
do assunto
que lhe tolhe
o gole
resta no corpo
o choro
com que o copo
se revela
apenas o segundo disco
de músicas calmas
a se repetir
na memória.
(Pedro Du Bois, inédito)
são feitos os copos
antes que o coração
saiba a razão
do assunto
que lhe tolhe
o gole
resta no corpo
o choro
com que o copo
se revela
apenas o segundo disco
de músicas calmas
a se repetir
na memória.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
ILUSÃO
A ilusão com que vamos ao final
da rua e pensamos seguir adiante
sumindo o corpo nas últimas luzes
dos carros que passam em busca
de abrigo dos seus desatinos
não são nossos trajetos
nem nossos olhos
sobre a estrada
em reconhecimento
a ilusão transforma as luzes
em realidades distintas
onde nos perdemos
na perseguição
ao nada
na última claridade o desenlace
forma e substância do que vai embora
e se perde de nós em luzes de passagem
a ilusão é chama com que iluminamos
o futuro da memória: repousamos
fossêmos o achado naquela hora.
(Pedro Du Bois, inédito)
da rua e pensamos seguir adiante
sumindo o corpo nas últimas luzes
dos carros que passam em busca
de abrigo dos seus desatinos
não são nossos trajetos
nem nossos olhos
sobre a estrada
em reconhecimento
a ilusão transforma as luzes
em realidades distintas
onde nos perdemos
na perseguição
ao nada
na última claridade o desenlace
forma e substância do que vai embora
e se perde de nós em luzes de passagem
a ilusão é chama com que iluminamos
o futuro da memória: repousamos
fossêmos o achado naquela hora.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
PALAVRAS
Somos palavras conhecidas
que não
mais
nos assustam
traduzidas
implodem fortalezas
explodem sentimentos
interferem
verbos inconclusos de sujeitos
temos complementos desagiados
no que gostamos: adjetivamos párias
desterrados em ilhas desiguais
novas palavras não são bem recebidas
e o somos se recolhe em preces: orvalho
que amanhece sobre a relva retrazido
no frio úmido da noite
na superfície resumida
apresentam complexidades
escondem vaidades
envelhecemos.
(Pedro Du Bois, inédito)
que não
mais
nos assustam
traduzidas
implodem fortalezas
explodem sentimentos
interferem
verbos inconclusos de sujeitos
temos complementos desagiados
no que gostamos: adjetivamos párias
desterrados em ilhas desiguais
novas palavras não são bem recebidas
e o somos se recolhe em preces: orvalho
que amanhece sobre a relva retrazido
no frio úmido da noite
na superfície resumida
apresentam complexidades
escondem vaidades
envelhecemos.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 17 de setembro de 2013
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
FECHAMENTO
Fechado em si
pensa o passado
remói
tritura
a aventura assusta
no piscar dos olhos
a novidade assume
as feições do diabo
o abrir os olhos
não permite a cena
o dilúvio jorra
sobre sua mente
é cofre fechado
vazio de tesouros
no armário vazio
fechado em mantimentos
no envelope lacrado
no que não recebe
a vida em si
fechada concha.
(Pedro Du Bois, inédito)
pensa o passado
remói
tritura
a aventura assusta
no piscar dos olhos
a novidade assume
as feições do diabo
o abrir os olhos
não permite a cena
o dilúvio jorra
sobre sua mente
é cofre fechado
vazio de tesouros
no armário vazio
fechado em mantimentos
no envelope lacrado
no que não recebe
a vida em si
fechada concha.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 14 de setembro de 2013
FRIO
Não mais nos encontramos
em fortuitas passagens
de formais cumprimentos
que afastam os amigos
transformados em ex-colegas
e meros conhecidos
sem referências
das implicâncias infantis
desmontadas em trajetos
de repetidas paragens
o cumprimento cessa
no aceno da cabeça
do restante reconhecimento
retornamos ao início de nossas vidas
em que o desconhecido era próximo
ao alcance das mãos e dos olhos
no obituário reconhecemos o nome
e nos supreendemos com a frieza
da vida ao nosso redor.
(Pedro Du Bois, inédito)
em fortuitas passagens
de formais cumprimentos
que afastam os amigos
transformados em ex-colegas
e meros conhecidos
sem referências
das implicâncias infantis
desmontadas em trajetos
de repetidas paragens
o cumprimento cessa
no aceno da cabeça
do restante reconhecimento
retornamos ao início de nossas vidas
em que o desconhecido era próximo
ao alcance das mãos e dos olhos
no obituário reconhecemos o nome
e nos supreendemos com a frieza
da vida ao nosso redor.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
SERES
lançam as redes ao mar de peixes silenciosos
submersos
não esperam completar o instante em que os resultados
afloram e flores recorrem aos segredos para se manterem
intactas entre as que se desfolham
nas cercanias dos perigos que rondam os barcos
são as sereias míticas figuras
(ou) apenas pobres mulheres
em suas metades refugiadas em pedras
rochedos
atóis
e muros altos separam vidas e mortes
lindas em trajetórias
circulares de longelíneas formas e cabelos
claros (ou) escuros e de vozes - sim
as vozes -
clamam aos céus as nuvens necessárias
a escurecer o ambiente e tornar as redes
enfadonhas peças de artesanato
lançadas ao mar sucumbem distâncias nos nós
que enredam os seres que por elas passam
em lances de ir
e vir
e circular
na busca de alimentos
e na fuga dos predadores: pedras circundam ambientes
e as areias ao longe são meras paisagens inacessíveis
àqueles das profundezas e (mesmo) ao canto das sereias
águas onde habitam os envolvidos e deuses
não se apresentam donos ou arrendatários
de pequenos pedaços do espaço por onde
circulam botes e motores despejam
as sobras do óleo
e marinheiros atiram sobras de comida
e restos de cigarros: sereias não cantam
para os que sujam os mares
não sabem do progresso
e da progressão das redes
dos sonares
que identificam os cardumes e calam os cantos
e deixam rastro de desgraças onde pássaros ávidos
- bicos cortantes - arrasam
as sobras de onde retiram suas vidas e voos: circundam
os barcos em esganiçadas vozes a dizer
aos pescadores que aquém e além há peixes submersos
e que são muitos os cardumes que (aqui) habitam
quietos sob as águas
retiram as redes e águas voltam à quietude
no silêncio dos peixes
que retornam suas vidas em que se espalham
e se multiplicam
e se alimentam
junto com as aves que rapinam
restos dos peixes mortos
esquartejados
e limpos
na profusão dos mares onde capturados
recriam cantos e sereias repetem refrões decantados
de novos perigos
do desconhecido e trazem
suas cabeleiras aos ventos que levam os barcos
até as pedras que não são mostradas
por debaixo dos seus corpos
nem as nuvens toldam os céus
em estradas pedregosas e arriscadas nas subidas
nas curvas
e na chegada
por ondem passam embarcações em movediças
águas elevadas em ondas
gélidos porões e geladas vozes na passagem
de pássaros que não gritam: calados
acompanham (de longe) o toque
a trava
a tentativa vã da curva
deslizada em águas que arremetem sobre os barcos
e os cobrem
e os lavam
e os levam ao fundo: passam pelos peixes
que acompanham a descida e penetram seus cascos
rachados
e destruídos
marinheiros agitam os braços
e tossem o que lhes seda o espírito
na respiração ofegante ouvida ao longe
peixes esquartejados em geladeiras ambulantes
jogadas na água no estouro das portas
e carnes devoradas por seres vivos
no que sobe à superfície e faz a algazarra
das aves retornadas em coros das canções
singelas e ultrapassadas das sereias
poucos corpos encontrados no mar
e na terra
deformados pela água
e pelos seres vivos que os acompanham
golfinhos ausentes
e as sereias não são avistadas: sobre
as pedras semicobertas pela água
repousam pássaros
(saciados)
(Pedro Du Bois, inédito)
submersos
não esperam completar o instante em que os resultados
afloram e flores recorrem aos segredos para se manterem
intactas entre as que se desfolham
nas cercanias dos perigos que rondam os barcos
são as sereias míticas figuras
(ou) apenas pobres mulheres
em suas metades refugiadas em pedras
rochedos
atóis
e muros altos separam vidas e mortes
lindas em trajetórias
circulares de longelíneas formas e cabelos
claros (ou) escuros e de vozes - sim
as vozes -
clamam aos céus as nuvens necessárias
a escurecer o ambiente e tornar as redes
enfadonhas peças de artesanato
lançadas ao mar sucumbem distâncias nos nós
que enredam os seres que por elas passam
em lances de ir
e vir
e circular
na busca de alimentos
e na fuga dos predadores: pedras circundam ambientes
e as areias ao longe são meras paisagens inacessíveis
àqueles das profundezas e (mesmo) ao canto das sereias
águas onde habitam os envolvidos e deuses
não se apresentam donos ou arrendatários
de pequenos pedaços do espaço por onde
circulam botes e motores despejam
as sobras do óleo
e marinheiros atiram sobras de comida
e restos de cigarros: sereias não cantam
para os que sujam os mares
não sabem do progresso
e da progressão das redes
dos sonares
que identificam os cardumes e calam os cantos
e deixam rastro de desgraças onde pássaros ávidos
- bicos cortantes - arrasam
as sobras de onde retiram suas vidas e voos: circundam
os barcos em esganiçadas vozes a dizer
aos pescadores que aquém e além há peixes submersos
e que são muitos os cardumes que (aqui) habitam
quietos sob as águas
retiram as redes e águas voltam à quietude
no silêncio dos peixes
que retornam suas vidas em que se espalham
e se multiplicam
e se alimentam
junto com as aves que rapinam
restos dos peixes mortos
esquartejados
e limpos
na profusão dos mares onde capturados
recriam cantos e sereias repetem refrões decantados
de novos perigos
do desconhecido e trazem
suas cabeleiras aos ventos que levam os barcos
até as pedras que não são mostradas
por debaixo dos seus corpos
nem as nuvens toldam os céus
em estradas pedregosas e arriscadas nas subidas
nas curvas
e na chegada
por ondem passam embarcações em movediças
águas elevadas em ondas
gélidos porões e geladas vozes na passagem
de pássaros que não gritam: calados
acompanham (de longe) o toque
a trava
a tentativa vã da curva
deslizada em águas que arremetem sobre os barcos
e os cobrem
e os lavam
e os levam ao fundo: passam pelos peixes
que acompanham a descida e penetram seus cascos
rachados
e destruídos
marinheiros agitam os braços
e tossem o que lhes seda o espírito
na respiração ofegante ouvida ao longe
peixes esquartejados em geladeiras ambulantes
jogadas na água no estouro das portas
e carnes devoradas por seres vivos
no que sobe à superfície e faz a algazarra
das aves retornadas em coros das canções
singelas e ultrapassadas das sereias
poucos corpos encontrados no mar
e na terra
deformados pela água
e pelos seres vivos que os acompanham
golfinhos ausentes
e as sereias não são avistadas: sobre
as pedras semicobertas pela água
repousam pássaros
(saciados)
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 10 de setembro de 2013
REALIDADE
Se ao rei
(adorado)
cabe o suplício
da divindade
sua morte
(benfazeja)
espelha
a verdade
do ser
vivo
transportado
em (sucessivas) etapas
ao convívio das lembranças
que o eternizam.
(Pedro Du Bois, inédito)
(adorado)
cabe o suplício
da divindade
sua morte
(benfazeja)
espelha
a verdade
do ser
vivo
transportado
em (sucessivas) etapas
ao convívio das lembranças
que o eternizam.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 8 de setembro de 2013
REPETIÇÃO
Repetidos dias
e noites
em que acerto
e erro
na repetição
do tempo
de perdas
das mesmas coisas
ou
no acerto da vida
em pedidos repetidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
e noites
em que acerto
e erro
na repetição
do tempo
de perdas
das mesmas coisas
ou
no acerto da vida
em pedidos repetidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 7 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
VIVOS
A inclinação
permite a vida
na mudança
estratificada
e na ordem
onde o caos
era desordem
ora pendemos
ao lado
de luzes poucas
ora pendemos
ao lado
de luzes tantas
tontos não percebemos
a vaidade ao nos dizermos
vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
permite a vida
na mudança
estratificada
e na ordem
onde o caos
era desordem
ora pendemos
ao lado
de luzes poucas
ora pendemos
ao lado
de luzes tantas
tontos não percebemos
a vaidade ao nos dizermos
vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
LÚDICO
Instantes
são bastantes
na luta
na visão
na desobstrução
da imagem
o passado
translúcido
lúdico
(mentirosamente lúdico)
nega a cartada
em que os pontos
somados
nos devolvem
a história
oficial.
(Pedro Du Bois, inédito)
são bastantes
na luta
na visão
na desobstrução
da imagem
o passado
translúcido
lúdico
(mentirosamente lúdico)
nega a cartada
em que os pontos
somados
nos devolvem
a história
oficial.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 1 de setembro de 2013
Revista Cerrado Cultural
O Senhor das Estátuas (por Márcio Almeida), em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2013/09/o-senhor-das-estatuas-de-pedro-du-bois.html
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2013/09/o-senhor-das-estatuas-de-pedro-du-bois.html
2 outros poemas
Única Testemunha, em:
http://valeemversos.blogspot.com.br/2013/09/unica-testemunha.html
Memória, em:
http://nanquin.blogspot.com.br/2013/09/memoria.html
A LEVEZA DO TRAÇO
Quantos momentos
fazemos contar em único
quadro emoldurado
dependurado na parede
(caminho aberto ao outro lado)?
Mágico lado contido no quadro
com que extasiamos o sentido
na profundidade do momento.
No barulho do prego
a realidade volta à sala
enquanto dependuro o quadro.
(Pedro Du Bois, em A LEVEZA DO TRAÇO, 2005)
fazemos contar em único
quadro emoldurado
dependurado na parede
(caminho aberto ao outro lado)?
Mágico lado contido no quadro
com que extasiamos o sentido
na profundidade do momento.
No barulho do prego
a realidade volta à sala
enquanto dependuro o quadro.
(Pedro Du Bois, em A LEVEZA DO TRAÇO, 2005)
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