desoriento o tempo
caduco relógio
trêmulos ponteiros
a repetir as horas
...
encubro o rosto
sob a máscara
sou a passagem
...
encontro sobre a mesa
o fel
o sangue
o leite materno
com que fazem as guerras
...
lança em riste
não vejo o rosto do inimigo
na batalha perdida
contra o tempo
...
repetidas horas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 29 de maio de 2019
terça-feira, 28 de maio de 2019
IR
Definido o caminho
renovo as pedras
e afasto o corpo
sigo em passadas
de rápidas razões
em que objetivo
a chegada
encontros
de longas palavras
em papel
definido o destino
esqueço as dificuldades
pelo caminho
onde cartas são entregues
sem atraso.
(Pedro Du Bois, inédito)
renovo as pedras
e afasto o corpo
sigo em passadas
de rápidas razões
em que objetivo
a chegada
encontros
de longas palavras
em papel
definido o destino
esqueço as dificuldades
pelo caminho
onde cartas são entregues
sem atraso.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 26 de maio de 2019
ESTRUTURAS
A estrutura contém
o que for essencial
para sustentar a obra
em esmerada cortina
separa o bem do mal
minha alma dos sons da rua
e o que escuto quando me calo
estruturada a simplificação
abre versos de palavras
leves: chumbo contido
na corrida com que metais
se solidificam em amores
a estrutura se mostra
simples artifício ou artimanha
de que o ferro encerra o ciclo
e se transforma em novo amor.
(Pedro Du Bois, inédito)
o que for essencial
para sustentar a obra
em esmerada cortina
separa o bem do mal
minha alma dos sons da rua
e o que escuto quando me calo
estruturada a simplificação
abre versos de palavras
leves: chumbo contido
na corrida com que metais
se solidificam em amores
a estrutura se mostra
simples artifício ou artimanha
de que o ferro encerra o ciclo
e se transforma em novo amor.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 24 de maio de 2019
SER
Onde sonhavam futuros
fui o presente atávico
onde especulavam conquistas
fui a trava do atraso
onde buscavam o novo
fui a corrente que prende
onde terminavam a noite
fui a espera pela volta
onde recorreram a estratagemas
fui o porteiro da honra
onde recolheram os frutos
fui o condutor da carroça
onde esconderam o choro
fui a rapidez da resposta
onde esperei a vida
foram quem para longe partiram.
(Pedro Du Bois, inédito)
fui o presente atávico
onde especulavam conquistas
fui a trava do atraso
onde buscavam o novo
fui a corrente que prende
onde terminavam a noite
fui a espera pela volta
onde recorreram a estratagemas
fui o porteiro da honra
onde recolheram os frutos
fui o condutor da carroça
onde esconderam o choro
fui a rapidez da resposta
onde esperei a vida
foram quem para longe partiram.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 22 de maio de 2019
O QUE DIZ
Você diz que não sabe
dos sentimentos
que o coração inseguro
balança entre prazeres
você diz que em mim encontra
sentidos e sentimentos
havidos em horas
que não bastam
para a felicidade
você nada mais diz
e seu silêncio cala
e não consente.
(Pedro Du Bois, inédito)
dos sentimentos
que o coração inseguro
balança entre prazeres
você diz que em mim encontra
sentidos e sentimentos
havidos em horas
que não bastam
para a felicidade
você nada mais diz
e seu silêncio cala
e não consente.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 20 de maio de 2019
NATUREZA
Acompanhar
o voo das borboletas
o nadar dos peixes
as acrobacias dos insetos
e o olhar penetrante das corujas
enfrentar
a força do urso
a destreza felina
o matraquear dos guizos
e o olhar profundo das águias
estar aquém e além
do que a natureza apresenta
no cume da montanha
na brisa marítima
no interior da selva
no rumor do vento
que nos deserta.
(Pedro Du Bois, inédito)
o voo das borboletas
o nadar dos peixes
as acrobacias dos insetos
e o olhar penetrante das corujas
enfrentar
a força do urso
a destreza felina
o matraquear dos guizos
e o olhar profundo das águias
estar aquém e além
do que a natureza apresenta
no cume da montanha
na brisa marítima
no interior da selva
no rumor do vento
que nos deserta.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 18 de maio de 2019
RUÍNAS
Ruínas não demonstram
a vida passada
elementos carcomidos
esvaziados de significados
cacos
jogo o caco
contra o que resta
nada ecoa
que não conheça
não há ai ou ui
qualquer gemido
nem risadas
em devolução.
(Pedro Du Bois, inédito)
a vida passada
elementos carcomidos
esvaziados de significados
cacos
jogo o caco
contra o que resta
nada ecoa
que não conheça
não há ai ou ui
qualquer gemido
nem risadas
em devolução.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 16 de maio de 2019
MORTE
A morte não tem cheiro
nós cheiramos mal na decomposição
a morte não tem olhos
nossos olhos embaçam ao se fecharem
a morte não tem corpo
nossos corpos morrem no final
a morte não vem nos buscar
nossos corpos vão ao seu encontro
a morte não nos chama
nossos corpos morrem naturalmente
a morte não nos causa medo
o medo reside em nosso espírito
a morte não está presente
nós estamos quando o corpo falece
a morte não existe
nós a criamos para sermos lembrados.
(Pedro Du Bois, inédito)
nós cheiramos mal na decomposição
a morte não tem olhos
nossos olhos embaçam ao se fecharem
a morte não tem corpo
nossos corpos morrem no final
a morte não vem nos buscar
nossos corpos vão ao seu encontro
a morte não nos chama
nossos corpos morrem naturalmente
a morte não nos causa medo
o medo reside em nosso espírito
a morte não está presente
nós estamos quando o corpo falece
a morte não existe
nós a criamos para sermos lembrados.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 15 de maio de 2019
terça-feira, 14 de maio de 2019
CANÇÃO
Para quem tem água
sede
para quem tem alimento
fome
para quem tem luzes
escuridão
para quem tem raiva
amor
para quem nada tem
tudo
tudo o que pode perder
não beber
não comer
não escurecer
não amar
reclamam quando a canção
toca outros temas e a musa
esfumaça o ar.
(Pedro Du Bois, inédito)
sede
para quem tem alimento
fome
para quem tem luzes
escuridão
para quem tem raiva
amor
para quem nada tem
tudo
tudo o que pode perder
não beber
não comer
não escurecer
não amar
reclamam quando a canção
toca outros temas e a musa
esfumaça o ar.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 12 de maio de 2019
OPACO
Não adianta
a transparência
do vidro
quando
opaco
o olhar
a opacidade
não gera
reflexos
nem reflete
no escuro
o olhar
trancado
em cego mundo
estilhaça no vidro
o olhar.
(Pedro Du Bois, inédito)
a transparência
do vidro
quando
opaco
o olhar
a opacidade
não gera
reflexos
nem reflete
no escuro
o olhar
trancado
em cego mundo
estilhaça no vidro
o olhar.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 11 de maio de 2019
sexta-feira, 10 de maio de 2019
MISTÉRIOS
O mistério condensa
o medo de ser identificado
como o lobo na pele de cordeiro
a raposa em relação às uvas
o político com suas promessas
o amor acordado pela realidade
some o mistério
se desfaz o medo: pessoas comuns
jogam bola
conversam na calçada
buscam seus caminhos
no último ônibus.
(Pedro Du Bois, inédito)
o medo de ser identificado
como o lobo na pele de cordeiro
a raposa em relação às uvas
o político com suas promessas
o amor acordado pela realidade
some o mistério
se desfaz o medo: pessoas comuns
jogam bola
conversam na calçada
buscam seus caminhos
no último ônibus.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 8 de maio de 2019
SENHORES
Senhores do caminho
andantes peregrinos
da solidão
senhores dos pergaminhos
sedentários estudiosos
da escuridão
senhores das encruzilhadas
ingênuos sacerdotes
da confusão
senhores do inimaginável
ávidos especuladores
da ilusão
senhores das nossas vidas
melífluos saltimbancos
da contradição.
(Pedro Du Bois, inédito)
andantes peregrinos
da solidão
senhores dos pergaminhos
sedentários estudiosos
da escuridão
senhores das encruzilhadas
ingênuos sacerdotes
da confusão
senhores do inimaginável
ávidos especuladores
da ilusão
senhores das nossas vidas
melífluos saltimbancos
da contradição.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 6 de maio de 2019
RECADOS
Recado dos deuses
estafetas
cavalos
imagens
choram
sangram
não há milagre
no santo
que ri
não há verdade
na imagem
que sorri
não há recado
em cada situação
a ilusão
transcende
a fria matéria.
(Pedro Du Bois, inédito)
estafetas
cavalos
imagens
choram
sangram
não há milagre
no santo
que ri
não há verdade
na imagem
que sorri
não há recado
em cada situação
a ilusão
transcende
a fria matéria.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 5 de maio de 2019
sábado, 4 de maio de 2019
PERDOAR
No perdão reside a força
no que a forca aperta
em nós corrediços
na afeição reside o perdão
não pelo acontecido
nem por quem o praticou
pela pessoa envolvida
no sentimento reside a força
que o mantém pelo evangelho
propagado através das palavras
do vento
e dos iguais.
(Pedro Du Bois, inédito)
no que a forca aperta
em nós corrediços
na afeição reside o perdão
não pelo acontecido
nem por quem o praticou
pela pessoa envolvida
no sentimento reside a força
que o mantém pelo evangelho
propagado através das palavras
do vento
e dos iguais.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Revista Cerrado Cultural
Arabesco, em:
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/arabesco.html
Detalhes, em:
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/detalhes.html
Corpos e Detalhes, em:
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/corpos-e-marcas.html
Fim, em:
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/fim.html
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/arabesco.html
Detalhes, em:
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/detalhes.html
Corpos e Detalhes, em:
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/corpos-e-marcas.html
Fim, em:
https://revistacerradocultural.blogspot.com/2019/05/fim.html
RECOMEÇAR
Recomeçar
deste ponto
recarregado
em energias
revolvidos
pensamentos
reescritas
palavras
resolvidos
problemas
recorrentes
saudades
deste ponto
o recomeço
viável
ou o salto
repetido.
(Pedro Du Bois, inédito)
deste ponto
recarregado
em energias
revolvidos
pensamentos
reescritas
palavras
resolvidos
problemas
recorrentes
saudades
deste ponto
o recomeço
viável
ou o salto
repetido.
(Pedro Du Bois, inédito)