sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
LUZES
Nas luzes apagadas
surgem as dúvidas
que nos acompanham
pela vida
entre paredes escuras
a solidão penetra
e marca o que não
tem resposta
quando a reflexão
reflui na tormenta
e o tempo suspenso
recria a realidade
tudo retorna
nas luzes acesas
que conduzem ao lugar
e ao tempo os sonhos
não permitidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
surgem as dúvidas
que nos acompanham
pela vida
entre paredes escuras
a solidão penetra
e marca o que não
tem resposta
quando a reflexão
reflui na tormenta
e o tempo suspenso
recria a realidade
tudo retorna
nas luzes acesas
que conduzem ao lugar
e ao tempo os sonhos
não permitidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
VOCÊ
É quem poderia vir
no início do caminho
em tempos de disposição
é quem chega atrasada
em tempo de desencontros
e indisposições
é quem passa pela vida
na hora errada do tempo
tardio em reconhecimento
é quem carrega o sentido
da ausência na memória
e seu corpo ondulante
não reconhece meu caminho.
(Pedro Du Bois, inédito)
no início do caminho
em tempos de disposição
é quem chega atrasada
em tempo de desencontros
e indisposições
é quem passa pela vida
na hora errada do tempo
tardio em reconhecimento
é quem carrega o sentido
da ausência na memória
e seu corpo ondulante
não reconhece meu caminho.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
SALTOS
No primeiro salto
susto
quando volta a saltar
tédio
no último salto
nada lhe assalta
a memória
salteados fatos
desconexos
versões
verões
inversões da matéria.
(Pedro Du Bois, inédito)
susto
quando volta a saltar
tédio
no último salto
nada lhe assalta
a memória
salteados fatos
desconexos
versões
verões
inversões da matéria.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 16 de dezembro de 2018
sábado, 15 de dezembro de 2018
NOITES
Noites não são justas
do que se alimentam
jovens incautos
velhos exaustos
seres sós
antepasto
principal
resistência
sobremesa
licor
café
noites são injustas
no que se alimentam.
(Pedro Du Bois, inédito)
do que se alimentam
jovens incautos
velhos exaustos
seres sós
antepasto
principal
resistência
sobremesa
licor
café
noites são injustas
no que se alimentam.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
IMPENETRÁVEIS
Amores (a)guardados
sobreviventes em armários
de ritos fechados aos leigos
na extrema unção do condenado
no fundo dos sentidos
sentimentos amortecidos
se aprontam para outro encontro
na esperança da libertação
novos contatos físicos
e os olhos
(sempre os olhos)
impenetráveis.
(Pedro Du Bois, inédito)
sobreviventes em armários
de ritos fechados aos leigos
na extrema unção do condenado
no fundo dos sentidos
sentimentos amortecidos
se aprontam para outro encontro
na esperança da libertação
novos contatos físicos
e os olhos
(sempre os olhos)
impenetráveis.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
TERRA
Esquecemos a terra
tornados sedentários
esquecemos os ciclos
tornados urbanos
esquecemos a natureza
tornados civilizados
esquecemos a liberdade
a terra cobra o seu preço
e a água impõe o seu gosto
e ficamos presos em países
aprisionados por governos
restritos em fronteiras
cárceres privados em dinheiro
e coisas e porcarias: artificializamos
o tempo na busca interior
dos primeiros momentos
certeza de estarmos trancados
e que não podemos fugir
ao desatino comum.
(Pedro Du Bois, inédito)
tornados sedentários
esquecemos os ciclos
tornados urbanos
esquecemos a natureza
tornados civilizados
esquecemos a liberdade
a terra cobra o seu preço
e a água impõe o seu gosto
e ficamos presos em países
aprisionados por governos
restritos em fronteiras
cárceres privados em dinheiro
e coisas e porcarias: artificializamos
o tempo na busca interior
dos primeiros momentos
certeza de estarmos trancados
e que não podemos fugir
ao desatino comum.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 9 de dezembro de 2018
SOMBRAS
Luzes iluminam
sombras acompanhantes
longe as luzes
são sombras esmaecentes
em nossa volta no olhar
desconfiado do porteiro
e no viés atravessado do cão
perambulando calçadas
perto as luzes
são apenas sombras
em nossa companhia.
(Pedro Du Bois, inédito)
sombras acompanhantes
longe as luzes
são sombras esmaecentes
em nossa volta no olhar
desconfiado do porteiro
e no viés atravessado do cão
perambulando calçadas
perto as luzes
são apenas sombras
em nossa companhia.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
FLORESCER
Quando floresce
a noite em escuro
mundo de revelações
espíritos em corpos
corpos em espíritos
luzes artificiais iluminam
transformações: quando
anoitece florescem
escuras reações
mundanas.
(Pedro Du Bois, inédito)
a noite em escuro
mundo de revelações
espíritos em corpos
corpos em espíritos
luzes artificiais iluminam
transformações: quando
anoitece florescem
escuras reações
mundanas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Arcanos Grávidos
2 poemas do livro "Tristeza & Mínimo e a Menor Parte", em:
https://arcanosgravidos.blogspot.com/2018/11/dois-poemas-do-novo-livro-do-pedro-du.html
https://arcanosgravidos.blogspot.com/2018/11/dois-poemas-do-novo-livro-do-pedro-du.html
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
HISTÓRIA
Sem princípio
nossa história
se eterniza
nos giros do planeta
que acolhe e seduz
(sempre estivemos aqui?)
nesta estadia perene
de ciclos irregulares
quantos - ainda - estarão
por aqui?
(Pedro Du Bois, inédito)
nossa história
se eterniza
nos giros do planeta
que acolhe e seduz
(sempre estivemos aqui?)
nesta estadia perene
de ciclos irregulares
quantos - ainda - estarão
por aqui?
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
SENTIR
Recebe o afeto
são sinceras as palavras
gentis os gestos
percebe o sorriso
são macias as mãos
cálido o hálito
sente a aproximação
é quente o corpo
molhado o beijo
escuta o coração
que nada diz além
do que o corpo
oferece: e basta.
(Pedro Du Bois, inédito)
são sinceras as palavras
gentis os gestos
percebe o sorriso
são macias as mãos
cálido o hálito
sente a aproximação
é quente o corpo
molhado o beijo
escuta o coração
que nada diz além
do que o corpo
oferece: e basta.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
terça-feira, 27 de novembro de 2018
QUERER
Quero o avanço
no travado caminho
sem estrelas
quero o começo
em trevas e nuvens
sem sóis
quero o que mereço
do turvo líquido
sem ais
quero o que me apetece
entre a estúpida fúria
e o caos
quero além da tormenta
a calmaria precedente
sem o cais.
(Pedro Du Bois, inédito)
no travado caminho
sem estrelas
quero o começo
em trevas e nuvens
sem sóis
quero o que mereço
do turvo líquido
sem ais
quero o que me apetece
entre a estúpida fúria
e o caos
quero além da tormenta
a calmaria precedente
sem o cais.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 25 de novembro de 2018
DÍVIDAS
Nossas contas de chegar
não empatam as dívidas
feitas no transcorrer da vida
fazem com que não consigamos
ganhar em cada nova proposta
ao banqueiro de sempre
incontáveis: nossos déficits se multiplicam
miseráveis: nossos créditos nos dignificam
heróis da marginalidade financeira
super heróis da margem econômica
simples pedintes da caridade alheia
devemos ao barqueiro o último óbolo.
(Pedro Du Bois, inédito)
não empatam as dívidas
feitas no transcorrer da vida
fazem com que não consigamos
ganhar em cada nova proposta
ao banqueiro de sempre
incontáveis: nossos déficits se multiplicam
miseráveis: nossos créditos nos dignificam
heróis da marginalidade financeira
super heróis da margem econômica
simples pedintes da caridade alheia
devemos ao barqueiro o último óbolo.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
RANÇOS
Mesmo o convite bem educado
traduz ranços de comportamento
no tamanho maiúsculo das letras
e no esquecer o devido tratamento
mesmo o texto bem comportado
traz em si - ou nas entrelinhas -
ranços (mostrados/dissimulados)
na exposição do ato pelas ideias
nos contatos sociais e familiares
destilamos ranços: no falso
beijo de chegada até a insolência
"querida" no tratamento
ranços nos acompanham como
se o amor e a delicadeza só existissem
arruinados.
(Pedro Du Bois, inédito)
traduz ranços de comportamento
no tamanho maiúsculo das letras
e no esquecer o devido tratamento
mesmo o texto bem comportado
traz em si - ou nas entrelinhas -
ranços (mostrados/dissimulados)
na exposição do ato pelas ideias
nos contatos sociais e familiares
destilamos ranços: no falso
beijo de chegada até a insolência
"querida" no tratamento
ranços nos acompanham como
se o amor e a delicadeza só existissem
arruinados.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
PERPLEXIDADE
No encadeamento das ações
busca sentido na vida civilizada
em algo que demonstre a razão
para estar aqui
na incompreensão do acontecido
sua perplexidade pelos fatos
não fazerem sentido
busca na matéria conteúdo
e força para compreender
o mundo fisicamente. Algo
que una em costuras
a parte poética
na incompreensão dos ciclos
sua perplexidade repassa
as fases terrestres e também
não encontra sentido.
(Pedro Du Bois, inédito)
busca sentido na vida civilizada
em algo que demonstre a razão
para estar aqui
na incompreensão do acontecido
sua perplexidade pelos fatos
não fazerem sentido
busca na matéria conteúdo
e força para compreender
o mundo fisicamente. Algo
que una em costuras
a parte poética
na incompreensão dos ciclos
sua perplexidade repassa
as fases terrestres e também
não encontra sentido.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
VIAJANTES
Atravessa a terra
de lado a lado
em todos os transportes
e inúmeras linguagens
pelos ares de contornos meridianos
pelos oceanos de águas profundas
pelas terras de compostas estrelas
visita palácios tumbas
templos oásis
está nos cabarés
nos templos
em balneários
volta como sai
pouco menos de fome
algo mais entediado.
(Pedro Du Bois, inédito)
de lado a lado
em todos os transportes
e inúmeras linguagens
pelos ares de contornos meridianos
pelos oceanos de águas profundas
pelas terras de compostas estrelas
visita palácios tumbas
templos oásis
está nos cabarés
nos templos
em balneários
volta como sai
pouco menos de fome
algo mais entediado.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 17 de novembro de 2018
MESMOS VERSOS
Quisera fazer versos
com palavras exatas
de enriquecidas rimas
quisera usar a métrica
em versos e versos
de mesmos espaços
a engolir letras
em desalinhados
apóstrofos
quisera sentidos alternados
no abusar das folhas vagas
ao saber corretamente
desenvolver o mote
quisera riscar clássicos
ao lembrar palavras
escritas no esgar
dos mestres: destruir
o futuro sem ousar
conflitar o presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
com palavras exatas
de enriquecidas rimas
quisera usar a métrica
em versos e versos
de mesmos espaços
a engolir letras
em desalinhados
apóstrofos
quisera sentidos alternados
no abusar das folhas vagas
ao saber corretamente
desenvolver o mote
quisera riscar clássicos
ao lembrar palavras
escritas no esgar
dos mestres: destruir
o futuro sem ousar
conflitar o presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
XEQUE
Movimentadas
as peças se imobilizam
no tabuleiro de restritos
caminhos em fechadas
passagens de bispos empedrados
em torres sem permitir
saltos cavalares
pobres peões responsabilizados
pela realização das estratégias
reais: à frente
avante
en passant
na mobilidade da rainha
entre idas e voltas de rápidas
passagens reside a cidadela
do rei limitado em passadas
indefesas pelo antecipado
lance de republicana ação.
(Pedro Du Bois, inédito)
as peças se imobilizam
no tabuleiro de restritos
caminhos em fechadas
passagens de bispos empedrados
em torres sem permitir
saltos cavalares
pobres peões responsabilizados
pela realização das estratégias
reais: à frente
avante
en passant
na mobilidade da rainha
entre idas e voltas de rápidas
passagens reside a cidadela
do rei limitado em passadas
indefesas pelo antecipado
lance de republicana ação.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
terça-feira, 13 de novembro de 2018
Tristeza e Mínimo e a Menor Parte - resenha de Márcio Almeida
Meu caro Pedro, boa tarde:
em seu livro TRISTEZA E MÍNIMO E A MENOR PARTE você assume: "frases
desconexas aludem descobrimentos" (p.97); que "o poeta sobrevive mazelas
e se dá ao luxo de redescobrir polvorosas maneiras desmentidas de
versejares" (p.92); ou então faz a assertiva: "reflito
o imponderável."
Estas leituras permitem usufruir melhor de sua criação poética, que na
1a parte do livro tem poemas como os de números 5 ("escuto os sons
desintegrados - das lembranças - alguns soluços e memórias apegadas em
guardanapos" (p.13), em que se tem uma projeção
atávica à casa da infância; 20, em que você é "didático" com a
existência: "descrições dependem de sacrifícios - entre escolhas"21);
como na observação realista do 21: "minha vida se resume em palavras
repetidas - não há quem me escute - além do tempo: inexisto".
Também "didático", ou seja, consciente do seu ofício, quando afirma "a
rima facilita a introspecção" (23); todo o poema 25, 45, 50. O número 4
da parte que intitula o livro (p.52); o nº 10, 14, 20,21:"nenhuma vez
avento - ser possível igualar minha vida -
em intermediário - soar de alarmes: desdizer implica negar as vezes -
em que me desfaço"; 22: "amo a inconsistência da chuva - no endurecer
palavras?"(p.70); 26, 43, 44, 49, 60, 72.
Seu livro cafuca fundo na existência, na memória, na significância das
palavras, e como sempre surpreende pelo inusitado de suas construções
que tornam a poesia objeto de prazer e de reflexão. Abraço - Márcio
Almeida
Tristeza, em leitura de W.J.Solha (no seu perfil do Facebook)
Finge a dor que deveras sente – está em pleno “spleen” ( “estado de tristeza pensativa ou melancolia associado ao poeta Charles Baudelaire” ). Isso se choca com a distante imagem que eu tinha dele no final dos anos 80, quando ele era o chefe do CESEC local, ali na Epitácio, e eu, integrante da diretoria do Sindicato dos Bancários. Num panfleto nosso, eu disse, uma vez, que ele nos era um mal tão necessário quanto o inspetor Javert pra bela história do Jean Valjean, n”Os Miseráveis”. Blablablá, fanfarronada, mas quando leio, agora, o TRISTEZA, penso no Javert se atirando ao Sena. Principalmente quando Du Bois cria a imagem riquíssima deste poema, de que ponho a primeira e a terceira estrofe:
-
Dentro da garrafa
o navio naufraga
dentro do navio
o marujo se afoga
-
-
(as pessoas ) não suportam
a evidência de que o navio
na garrafa permanece
sobre a mesa.
-
Isso é coisa pra você ler de novo e parar pra pensar no que leu.
Tem a ver com o que ele diz sobre “O corpo preso em portões / ( que abertos não permitem / a saída / e o retorno )” . Ou seja: isto é um mundinho de que não temos escapatória. “Tantas vezes me reconheci em lápides” – ele acrescenta alhures.
Há uma cena de “Fanny e Alexander” em que Bergman nos faz acompanhar uma senhora que sai de um ambiente da casa de classe alta, onde se prepara intensamente o natal, onde tudo é alegria, e, em seguida, a vemos chegar ao meio da sala vazia em que estamos, parar, e – distante de tudo aquilo - dar o mais dolorido suspiro ou gemido que já vi em toda a minha vida. Jamais me esqueci da carga deprimente dessa cena tão distante dos grandes dramas... E deixo com você estes dois versinhos que me parecem do mesmo calibre:
-
Não era pra ser
assim: desconforto.
-
Dentro da garrafa
o navio naufraga
dentro do navio
o marujo se afoga
-
-
(as pessoas ) não suportam
a evidência de que o navio
na garrafa permanece
sobre a mesa.
-
Isso é coisa pra você ler de novo e parar pra pensar no que leu.
Tem a ver com o que ele diz sobre “O corpo preso em portões / ( que abertos não permitem / a saída / e o retorno )” . Ou seja: isto é um mundinho de que não temos escapatória. “Tantas vezes me reconheci em lápides” – ele acrescenta alhures.
Há uma cena de “Fanny e Alexander” em que Bergman nos faz acompanhar uma senhora que sai de um ambiente da casa de classe alta, onde se prepara intensamente o natal, onde tudo é alegria, e, em seguida, a vemos chegar ao meio da sala vazia em que estamos, parar, e – distante de tudo aquilo - dar o mais dolorido suspiro ou gemido que já vi em toda a minha vida. Jamais me esqueci da carga deprimente dessa cena tão distante dos grandes dramas... E deixo com você estes dois versinhos que me parecem do mesmo calibre:
-
Não era pra ser
assim: desconforto.
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
LÓGICA
A lógica influencia
na concretização do abstrato
enformado pela universalização
dos conceitos: sem réplica.
Lógica vigorante em pedestal
de paradigmas idiossincrásicos.
Esforço insuficiente
em visões diferenciadas.
A lógica se diz experiente
experimento científico: verdade
desmascarada ante a anterioridade.
(Pedro Du Bois, inédito)
na concretização do abstrato
enformado pela universalização
dos conceitos: sem réplica.
Lógica vigorante em pedestal
de paradigmas idiossincrásicos.
Esforço insuficiente
em visões diferenciadas.
A lógica se diz experiente
experimento científico: verdade
desmascarada ante a anterioridade.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Arcanos Grávidos - poesia & outras águas
Sonhos | Dreans, do livro Imagem & Reflexo, em:
https://arcanosgravidos.blogspot.com/2018/11/sonhos.html
https://arcanosgravidos.blogspot.com/2018/11/sonhos.html
domingo, 4 de novembro de 2018
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
MOMENTO
Momento em que o atacante
elastece seus movimentos
gira sobre si em velocidade
fica com a bola
à feição para o chute
na trajetória indefensável
gol
e o abraço pela vitória
momento em que o defensor
entorpece seus movimentos
e em câmara lenta assiste
o giro do atacante
o chute e o gol
na compreensão
da derrota.
(Pedro Du Bois, inédito)
elastece seus movimentos
gira sobre si em velocidade
fica com a bola
à feição para o chute
na trajetória indefensável
gol
e o abraço pela vitória
momento em que o defensor
entorpece seus movimentos
e em câmara lenta assiste
o giro do atacante
o chute e o gol
na compreensão
da derrota.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 27 de outubro de 2018
HISTÓRIA
Revemos a história
como lavamos a roupa
branqueando atos acontecidos
com puros e brilhantes protagonistas
não há história no que passam
para nós: apenas outra novela
para mero entretenimento
sem condicionantes
sem circunstâncias
sem ambivalências
sem lógico raciocínio
nem cartesiana apreciação
páginas e páginas recheadas
do que acham que houve em
amareladas páginas oficiais.
(Pedro Du Bois, inédito)
como lavamos a roupa
branqueando atos acontecidos
com puros e brilhantes protagonistas
não há história no que passam
para nós: apenas outra novela
para mero entretenimento
sem condicionantes
sem circunstâncias
sem ambivalências
sem lógico raciocínio
nem cartesiana apreciação
páginas e páginas recheadas
do que acham que houve em
amareladas páginas oficiais.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
SÉRIOS
Sérios
queríamos mudar o mundo
em qualquer mesa de bar
sérios
queríamos conquistar as mulheres
no vazio dos nossos quartos
sérios queríamos a certeza sobre tudo
nas conversas entre um jogo e outro
sérios
queríamos a liberdade
encontrada em revistas e jornais
sérios
queríamos ir embora da cidade
levando nossas costumeiras indiferenças.
(Pedro Du Bois, inédito)
queríamos mudar o mundo
em qualquer mesa de bar
sérios
queríamos conquistar as mulheres
no vazio dos nossos quartos
sérios queríamos a certeza sobre tudo
nas conversas entre um jogo e outro
sérios
queríamos a liberdade
encontrada em revistas e jornais
sérios
queríamos ir embora da cidade
levando nossas costumeiras indiferenças.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 23 de outubro de 2018
MEDO
O medo é o primeiro estágio
da liberdade
consciência de que precisamos
de proteção
e que ela não se apresenta
como devia.
Quem mais está com medo?
Estamos com medo de quem?
Separar os fatos
dar-lhes livre interpretação
deles conhecer o respeito
necessário à convivência.
O medo é o último estágio
da liberdade
consciência de que precisamos
lutar pela sua preservação.
(Pedro Du Bois, inédito)
da liberdade
consciência de que precisamos
de proteção
e que ela não se apresenta
como devia.
Quem mais está com medo?
Estamos com medo de quem?
Separar os fatos
dar-lhes livre interpretação
deles conhecer o respeito
necessário à convivência.
O medo é o último estágio
da liberdade
consciência de que precisamos
lutar pela sua preservação.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
VERSÕES
Avesso verso espelhado
em insones noites
atravesso paredes em murmúrios
procuro entender o que se passa
na diversidade das pessoas
travesso verso no linguajar
dos pescadores: ininteligível
para quem apenas os procura
em busca do peixe limpo
reverso: como se a imagem
saísse do espelho e ao meu lado
sugerisse a troca: sorrisse
diante dos meus medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
em insones noites
atravesso paredes em murmúrios
procuro entender o que se passa
na diversidade das pessoas
travesso verso no linguajar
dos pescadores: ininteligível
para quem apenas os procura
em busca do peixe limpo
reverso: como se a imagem
saísse do espelho e ao meu lado
sugerisse a troca: sorrisse
diante dos meus medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
RETORNO
Quando volto
tenho a ilusão
de que o tempo
retorna comigo
(mas)
as ruas não são as mesmas
os olhares não se repetem
nem sou reconhecido.
(Pedro Du Bois, inédito)
tenho a ilusão
de que o tempo
retorna comigo
(mas)
as ruas não são as mesmas
os olhares não se repetem
nem sou reconhecido.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
TEMPO
Não há o tempo
finito e encerrado
onde me apago
na luz fantasmagórica
em que acendo
meu caminho
aos vermes
e sou transformado
no que a terra exibe
outro tempo
e espaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
finito e encerrado
onde me apago
na luz fantasmagórica
em que acendo
meu caminho
aos vermes
e sou transformado
no que a terra exibe
outro tempo
e espaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 13 de outubro de 2018
COISAS
Esqueçamos a maneira como são feitas
esqueçamos a hora em que são feitas
esqueçamos a razão para serem feitas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
que nos amparam pelas horas
que nos assustam em determinadas horas
que nos fazem lembrar das horas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
o restante se perde
o restante nos assusta
o resto para nada serve.
(Pedro Du Bois, inédito)
esqueçamos a hora em que são feitas
esqueçamos a razão para serem feitas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
que nos amparam pelas horas
que nos assustam em determinadas horas
que nos fazem lembrar das horas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
o restante se perde
o restante nos assusta
o resto para nada serve.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
SOMBRAS
A sombra projeta
escuros corpos
companhia grotesca
associada em cada
um de nós
fiel companheira
em dias claros
de farta iluminação
desaparece na escuridão
quando mais precisamos
de companhia.
(Pedro Du Bois, inédito)
escuros corpos
companhia grotesca
associada em cada
um de nós
fiel companheira
em dias claros
de farta iluminação
desaparece na escuridão
quando mais precisamos
de companhia.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 9 de outubro de 2018
SONS
Sons confundem incertos
vultos na noite
assustam quietos corações
em recolhido silêncio
sons interiores
calmos e serenos
prenunciam a tempestade
plasticamente bela
em sons desconsolados.
(Pedro Du Bois, inédito)
vultos na noite
assustam quietos corações
em recolhido silêncio
sons interiores
calmos e serenos
prenunciam a tempestade
plasticamente bela
em sons desconsolados.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 7 de outubro de 2018
HISTÓRIAS
Toda história
é tardia apreciação
e isenta entre iguais
muito mais
do que nos conta
sobre a barbárie
toda história
é colorida apreciação
ignora o cheiro
o medo
e a ignorância
então existente
toda história
é romanceira.
(Pedro Du Bois, inédito)
é tardia apreciação
e isenta entre iguais
muito mais
do que nos conta
sobre a barbárie
toda história
é colorida apreciação
ignora o cheiro
o medo
e a ignorância
então existente
toda história
é romanceira.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
OUTRO
Quando me enjaulam
levo comigo a pior parte
que já nasceu presa
e não sabe dispor
da sua liberdade
ficamos presos
e presos
como presos
ficamos na jaula
dispenso as vestes
nada escondo
que na nudez
exponho a alma
como trunfo
enjaulado
converso comigo
troco amabilidades
e salamaleques
me dizem louco porque
de mim não conhecem
o outro que me enjaula.
(Pedro Du Bois, inédito)
levo comigo a pior parte
que já nasceu presa
e não sabe dispor
da sua liberdade
ficamos presos
e presos
como presos
ficamos na jaula
dispenso as vestes
nada escondo
que na nudez
exponho a alma
como trunfo
enjaulado
converso comigo
troco amabilidades
e salamaleques
me dizem louco porque
de mim não conhecem
o outro que me enjaula.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
MEDIDAS
Nos movimentos da Terra
somos o tempo que medimos
no calor recebido pela Terra
aprendemos a temperar a vida
no tempo
assim considerado
compreendemos a velocidade
com que acontecemos
na nostalgia dos dias
em nossos afazeres
podemos compreender
a eternidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
somos o tempo que medimos
no calor recebido pela Terra
aprendemos a temperar a vida
no tempo
assim considerado
compreendemos a velocidade
com que acontecemos
na nostalgia dos dias
em nossos afazeres
podemos compreender
a eternidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
ATUALIZAÇÃO
Matas escondiam mistérios
animais
sons
sussurros
o farfalhar das folhas
bosques (quase) não existem
e os mistérios são outros
saldos bancários
notas escolares
desemprego
drogas e desespero
nos olhos (ainda) restam
momentos fugazes
da reconciliação.
(Pedro Du Bois, inédito)
animais
sons
sussurros
o farfalhar das folhas
bosques (quase) não existem
e os mistérios são outros
saldos bancários
notas escolares
desemprego
drogas e desespero
nos olhos (ainda) restam
momentos fugazes
da reconciliação.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 29 de setembro de 2018
MAGIA
Na madrugada a realidade
se transforma em magia
nela encontro o lado transverso
controverso
reverso
inverso
avesso
da vida
enfumaçado e recuperado
pela realidade no alvorecer
a magia necessita do mistério
que só a madrugada contém.
(Pedro Du Bois, inédito)
se transforma em magia
nela encontro o lado transverso
controverso
reverso
inverso
avesso
da vida
enfumaçado e recuperado
pela realidade no alvorecer
a magia necessita do mistério
que só a madrugada contém.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
ETERNIDADE
Quando disserem
morreu
retrucarei estar vivo
como sempre estive
enquanto por aqui
se insistirem na minha morte
tantas vezes retrucarei
com a minha vida
não há morte na felicidade
que se propaga
e se regenera
em novas gerações
(então) não dirão que morri
: reconhecerão em mim
a chama eternizada
a que nominarão
lembrança
(e) viverei na saudade
dos que vierem depois.
(Pedro Du Bois, inédito)
morreu
retrucarei estar vivo
como sempre estive
enquanto por aqui
se insistirem na minha morte
tantas vezes retrucarei
com a minha vida
não há morte na felicidade
que se propaga
e se regenera
em novas gerações
(então) não dirão que morri
: reconhecerão em mim
a chama eternizada
a que nominarão
lembrança
(e) viverei na saudade
dos que vierem depois.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
terça-feira, 25 de setembro de 2018
Nós, Escribas (13)
N Ó S, E S C R I B A S (13)
De onde têm tido surgido
tantos versos, tantas rimas,
minhas doçuras-enzimas
vêm de algum reino perdido ?
(Silmar)
De onde surgem
os versos
tantas rimas
doçuras-enzimas
de algum reino perdido ?
(Pedro Du Bois)
Silmar Bohrer e Pedro Du Bois
Enviado por Silmar Bohrer em 25/09/2018
O QUE PODE
Do que reclama
diariamente
nada pode
alterar
não é sua
a solução
da vida
apenas participe
ordenadamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
diariamente
nada pode
alterar
não é sua
a solução
da vida
apenas participe
ordenadamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
domingo, 23 de setembro de 2018
HIPOCRISIA
Roupas coloridas
fogem ao padrão
nenhum sorriso brejeiro
nenhum contato físico
nada de olhos nos olhos
roupas escuras
em lugares escuros
escurecem os amantes
nenhum segredo guardado
por muito tempo
escuras roupas vestem
os que sobram
no esquife: sorriso
brejeiro e roupas claras.
(Pedro Du Bois, inédito)
fogem ao padrão
nenhum sorriso brejeiro
nenhum contato físico
nada de olhos nos olhos
roupas escuras
em lugares escuros
escurecem os amantes
nenhum segredo guardado
por muito tempo
escuras roupas vestem
os que sobram
no esquife: sorriso
brejeiro e roupas claras.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
ESPAÇOS
Olho para o espaço
para cima
para baixo
encantado com as estrelas
planetas
satélites
apaixonado pela sensação
do espaço finito
infinito
abaixo os olhos
para a terra
desencantado pelo antes
pelo agora
pelo depois
odeio a sensação de estar preso
enjaulado
solto
meço distâncias filosóficas
amorosas
religiosas
pragmáticas
dogmáticas
agnósticas
fecho os olhos
e esqueço o mundo
fora de mim.
(Pedro Du Bois, inédito)
para cima
para baixo
encantado com as estrelas
planetas
satélites
apaixonado pela sensação
do espaço finito
infinito
abaixo os olhos
para a terra
desencantado pelo antes
pelo agora
pelo depois
odeio a sensação de estar preso
enjaulado
solto
meço distâncias filosóficas
amorosas
religiosas
pragmáticas
dogmáticas
agnósticas
fecho os olhos
e esqueço o mundo
fora de mim.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
DEPOIS
Quando atravessar
o tempo restante
no aroma adocicado
do incenso
terei o sentido
de que parto
na retina os olhos dos que choram
e no corpo últimos abraços e beijos
depois
o não tempo
mais nada
nem ninguém
nem eu
apenas lembrança
por (in)certo tempo.
(Pedro Du Bois, inédito)
o tempo restante
no aroma adocicado
do incenso
terei o sentido
de que parto
na retina os olhos dos que choram
e no corpo últimos abraços e beijos
depois
o não tempo
mais nada
nem ninguém
nem eu
apenas lembrança
por (in)certo tempo.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
CANSAÇO
No primeiro amanhecer
souberam do alvorecer
cotidianamente
entenderam a repetição dos dias
pela caça
pela pesca
pelas mulheres e crianças
envelheceram em alvoradas
no cansaço do final dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
souberam do alvorecer
cotidianamente
entenderam a repetição dos dias
pela caça
pela pesca
pelas mulheres e crianças
envelheceram em alvoradas
no cansaço do final dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 16 de setembro de 2018
sábado, 15 de setembro de 2018
VOLTA
Não devia ter vindo
vim
não devia ter ficado
fiquei
não devia ter ido
fui
não devia ter ficado
fiquei
na conversa
emergem fantasmas
: companhias de horas
insepultas
insepultos vultos
contraditórios
em amor e ódio
indiferentes
ao passar do tempo
na metamorfose
não devia ter vindo.
(Pedro Du Bois, inédito)
vim
não devia ter ficado
fiquei
não devia ter ido
fui
não devia ter ficado
fiquei
na conversa
emergem fantasmas
: companhias de horas
insepultas
insepultos vultos
contraditórios
em amor e ódio
indiferentes
ao passar do tempo
na metamorfose
não devia ter vindo.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
SILÊNCIO
Vozes anunciam
boas novas
em palavras
e sobranceiras
maneiras
quietos escutamos
o que dizem
buscam significados
onde possam expressar
seus bons espíritos
buscamos o silêncio
: nenhuma palavra diremos.
(Pedro Du Bois, inédito)
boas novas
em palavras
e sobranceiras
maneiras
quietos escutamos
o que dizem
buscam significados
onde possam expressar
seus bons espíritos
buscamos o silêncio
: nenhuma palavra diremos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
terça-feira, 11 de setembro de 2018
SEMENTES
Mordida semente
amarga
boca
não há
multiplicação
encerrado ciclo
ressaca o restante
misturada
terra
pó
mordida semente
ressecada
terra.
(Pedro Du Bois, inédito)
amarga
boca
não há
multiplicação
encerrado ciclo
ressaca o restante
misturada
terra
pó
mordida semente
ressecada
terra.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
domingo, 9 de setembro de 2018
SEQUÊNCIAS
Primário mar a engolir
minhas rarefeitas palavras
que sem fôlego tentam
atravessar ondas: naufragam em mares
de textos desconexos
não faço melhor no proposto
propósito inicial: escrever
palavras desordenadas
em figuras atônicas
atônitas
esquinas de fins de rua: última
casa deserta a despertar
entre garagens e sacadas
corujas adormecidas
secundários textos desabalados
nos olhos arregalados atrás
das cortinas: narinas entreabertas
e coração descompensado.
golpes não libertários
na morte precoce: o final do dia
nas preces que carrego em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
minhas rarefeitas palavras
que sem fôlego tentam
atravessar ondas: naufragam em mares
de textos desconexos
não faço melhor no proposto
propósito inicial: escrever
palavras desordenadas
em figuras atônicas
atônitas
esquinas de fins de rua: última
casa deserta a despertar
entre garagens e sacadas
corujas adormecidas
secundários textos desabalados
nos olhos arregalados atrás
das cortinas: narinas entreabertas
e coração descompensado.
golpes não libertários
na morte precoce: o final do dia
nas preces que carrego em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
ILUSÕES
Iludido busca contexto
para o assobio do vento
através da janela
grande coisa
pensa
em mundos
mumificados
(como esse)
onde perambula
na busca das ilusões
disfarça o mau gosto
no gole da fina bebida
com que engrossa ilusões
despertadas em depressão.
(Pedro Du Bois, inédito)
para o assobio do vento
através da janela
grande coisa
pensa
em mundos
mumificados
(como esse)
onde perambula
na busca das ilusões
disfarça o mau gosto
no gole da fina bebida
com que engrossa ilusões
despertadas em depressão.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
VISÕES
Primeira visão
tacanha
nada além das grades do jardim
segunda visão
tamanha
no banco da praça
escuta a chegada do homem na Lua
terceira visão
estranha
o trabalho fecha as portas
da imaginação
quarta visão
alcança
a família com novos ideais
quinta visão
sozinha
chegada a hora de aproveitar a vida
antes que se vá.
(Pedro Du Bois, inédito)
tacanha
nada além das grades do jardim
segunda visão
tamanha
no banco da praça
escuta a chegada do homem na Lua
terceira visão
estranha
o trabalho fecha as portas
da imaginação
quarta visão
alcança
a família com novos ideais
quinta visão
sozinha
chegada a hora de aproveitar a vida
antes que se vá.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
EVOLUÇÃO
Era pra frente
prafrentex
ficou fora de sintonia
riponga
encontrou seus deuses
incensados: esotérica
buscou racionalismo
filosófico
pirada
buscou marido
trabalho filhos
família
que não a incomodem
durante a novela na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
prafrentex
ficou fora de sintonia
riponga
encontrou seus deuses
incensados: esotérica
buscou racionalismo
filosófico
pirada
buscou marido
trabalho filhos
família
que não a incomodem
durante a novela na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
Revista Cerrado Cultural
sábado, 1 de setembro de 2018
GESTOS
Retorna
para os seus
não devia haver saído
retornar
é o sacrifício
sem sorriso
sem paciência
sem dizer a verdade
mesmo assim
retorna
seu retorno traduz
o amargo da derrota
ou
o gosto doce da derrota
o que dá no mesmo.
(Pedro Du Bois, inédito)
para os seus
não devia haver saído
retornar
é o sacrifício
sem sorriso
sem paciência
sem dizer a verdade
mesmo assim
retorna
seu retorno traduz
o amargo da derrota
ou
o gosto doce da derrota
o que dá no mesmo.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
FUTURO
Trata com displicência o futuro
afinal: esqueceu o passado
e nada sabe sobre o presente
devia estar atento:
revolvido as verdades
sem o amargor da vida
estar aceso nos atos diários
embevecido pela presença
estará ciente dos perigos
em atos e verdades
engolidos em embevecida
e cética presença.
(Pedro Du Bois, inédito)
afinal: esqueceu o passado
e nada sabe sobre o presente
devia estar atento:
revolvido as verdades
sem o amargor da vida
estar aceso nos atos diários
embevecido pela presença
estará ciente dos perigos
em atos e verdades
engolidos em embevecida
e cética presença.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 28 de agosto de 2018
ESCONDERIJOS
Ao recortar o pano
sabe o que surgirá
ao retomar o corpo
sabe como prosseguir
ao retocar o rosto
sabe o que surgirá
ao arremeter o carro
sabe como prosseguir
ao fazer a volta
retornar ao ponto de partida
enviesar por outra rota
retocar os fatos
sabe
surgir e prosseguir
em novas instâncias:
onde se esconder.
(Pedro Du Bois, inédito)
sabe o que surgirá
ao retomar o corpo
sabe como prosseguir
ao retocar o rosto
sabe o que surgirá
ao arremeter o carro
sabe como prosseguir
ao fazer a volta
retornar ao ponto de partida
enviesar por outra rota
retocar os fatos
sabe
surgir e prosseguir
em novas instâncias:
onde se esconder.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
domingo, 26 de agosto de 2018
PERDER
A família utiliza
subterfúgios
fugindo do caráter
utilitário
com que empresta a praça
trabalhada
em prol do lucro unitário
esboroada
dos sentimentos
esquecida
da felicidade juvenil
desdobrada
em pesos sobre o corpo
etérea
mente livre de todo o mal.
(Pedro Du Bois, inédito)
subterfúgios
fugindo do caráter
utilitário
com que empresta a praça
trabalhada
em prol do lucro unitário
esboroada
dos sentimentos
esquecida
da felicidade juvenil
desdobrada
em pesos sobre o corpo
etérea
mente livre de todo o mal.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
REENCONTROS
Reencontro amigos de tantas horas.
Conversamos sobre os aspectos
da vida postos sobre a mesa
na hora do derradeiro vinho
avinagrado pelo espírito
rebuscado na juventude
na exteriorização do não dito
na hora da separação
desencontros impermeáveis
aos ressentires distanciados
do grito escondido no silêncio
nossas meninas amadurecidas
envelhecem imagens guardadas
em faces esquecidas: mãos
se recusam aos adeuses.
(Pedro Du Bois, inédito)
Conversamos sobre os aspectos
da vida postos sobre a mesa
na hora do derradeiro vinho
avinagrado pelo espírito
rebuscado na juventude
na exteriorização do não dito
na hora da separação
desencontros impermeáveis
aos ressentires distanciados
do grito escondido no silêncio
nossas meninas amadurecidas
envelhecem imagens guardadas
em faces esquecidas: mãos
se recusam aos adeuses.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
LUZES
Sente a luz sobre o rosto
disfarça
não pode mostrar o sentido
escondido
sob a carapaça fria de defesa
demonstrada
entre os panos da cama
macia
apresentada
fosse a luz sobre o rosto
iluminado
para fugir ao corpo
que se apresenta como nuvem
fugidia.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
REPETIR
No escuro da noite
o barulho do relógio
sistematiza a angústia
em metálica cadência
aguardo o amanhecer
de nova jornada
entre frias paredes
em angustiante sentido
de que tudo permanece
olhos espreitam o escuro
e nada encontram
para amparo e alívio
do corpo e espírito
em dias e noites
que se repetem.
(Pedro Du Bois, inédito)
o barulho do relógio
sistematiza a angústia
em metálica cadência
aguardo o amanhecer
de nova jornada
entre frias paredes
em angustiante sentido
de que tudo permanece
olhos espreitam o escuro
e nada encontram
para amparo e alívio
do corpo e espírito
em dias e noites
que se repetem.
(Pedro Du Bois, inédito)
DU BOIS - IMAGEM & REFLEXO
DU
BOIS – IMAGEM & REFLEXO – projeto Passo Fundo, 2018
Waldemar José Solha
-
Os poemas do Du Bois me lembram fragmentos de pergaminhos ou papiros com textos bíblicos perdidos, em que experts tentam completar versículos. Fui às resenhas que fiz de outros livros seus e vi que iria me repetir, aqui, ao dizer que os versos do amigo gaúcho têm algo dos contos de Everardo Norões, cujo EntreMoscas me fascinou tanto que, em lugar de tentar interpretar seu livro como um todo, fiz isso em um conto e outro, que me pareceu mais cativante. Deu resultado, suponho, pois – pesquisando – descobri que em “Um Certo Goês”, por exemplo, o inominado homem de Goa é Aquino de Bragança, que o encontro dele foi com Ítalo Zappa – cifrado como “Calabrês, Barra do Piraí, nome de pátria” – e que o endereço onde isso acontece, em Maputo, Moçambique, é o da Embaixada Brasileira.
Bem, mas em Du Bois – parece-me - não existem pistas externas. Qualquer investigação do que deixa de dizer em seus poemas é coisa pra psicanalista ou exegeta – que invista numa exegese, análise detalhada do seu texto.
Pergunto, primeiro: por que o título IMAGEM & REFLEXO? “Faciamus hominem ad imaginem et similitudinem mostram”? Não. O uso deste símbolo “&”, conhecido como “e” comercial, remete a uma associação – e, no caso, há uma, do poeta com sua tradutora Maria Du Bois, pois o livro é bilíngue. Mas pode significar algo menos prosaico. O Paulo das epístolas diz que “Agora vemos por espelho e em enigma, mas então – depois da morte, evidentemente – face a face”. Como o Google nos torna eruditos poliglotas, lá vai: “Videmus nunc per speculum in aenigmate: tunc autem facie ad faciem”. Embora não acredite que a intenção do Du Bois tenha sido essa, a ligação... cabe. O título IMAGEM & REFLEXO – não fossem as réplicas em inglês – bem que poderia ser ESPELHO E EM ENIGMA. Veja como o poema PASSADO, pág. 9, por exemplo, não tem nada de animador. Começa assim:
- Escavamos destroços/ retiramos camadas/ de terras e terras / sobre os séculos // nós em busca de respostas / que não existem
Duas páginas depois, em (DES)IMPORTÂNCIAS, o autor é ainda mais deprimente: enquanto “legamos conhecimentos/ ao futuro// impávidos descendentes / dos deuses/ da ciência/ e da nossa verdade” ... o que acontece? “Na relativa (des)importância/ insetos seguem/ voando ao redor das luzes/ onde se multiplicam / sem vaidades.”
Insetos.
Desisto?
Não, porque na página 91, no poema FINAIS, Du Bois me tira as palavras da boca. Não só sobre parar de tentar esclarecê-lo, mas de tentar esclarecer, de tentar... qualquer coisa. É uma senhora série de versos enxutos até dizer basta: das palavras, só os ossos.
- Parasse / de escrever // agora // parasse / de pensar // agora // parasse // agora.
E isto, página 95:
- Tenho destino / certo / traçado a giz.
Vê? “certo”, mas “traçado a giz”. Cinco linhas mais abaixo:
- tenho o caminho petrificado.
Página 29, com uma lacuna, essa fácil de preencher:
- Tantas vezes fui embora / para sempre / como parar de fumar / nunca mais.
O encerramento cheio de ironia:
- amanhã irei embora / para sempre // e levarei os cigarros.
Esses votos de deixar velhos vícios, lembram os dos que prometem fazer caminhadas diárias a partir do primeiro de ano, ou deixar de usar tantos cartões de crédito, com a constatação, em seguida, de que não fez nada disso:
- A novidade nos desconforta / em haveres desconhecidos //
Pausa.
- até / termos certeza / de que o início / continua o nada.
Eu apelo pra Wikipédia:
Niilismo (do latim nihil, nada) é uma doutrina filosófica cuja principal característica é uma visão cética radical em relação às interpretações da realidade, que aniquila valores e convicções.
E, de fato, o poema FUTURO ( pág. 139 ) também é desolador:
- Adivinha o futuro / enquanto presente: pressente. (...) / nada sabe do futuro / nada sabe do seu futuro/ não se prepara para a morte
E veja isto: o poeta transforma angústia em arte, no verso seguinte, trocando “morte”... por “marte”:
- o planeta marte / em seu curso natural / desabitado e inóspito // onde repousam os rastros / do artefato futuro presente / em sua superfície.
Tudo perdido?
Não me parece. Veja, na página 137:
- alegóricas palavras / semeiam estrelas / nas entrelinhas.
Alegóricas! Isto é genial: em ONÇAS, página 55, de repente Du Bois repete Dante no Inferno, onde o vate italiano se depara com “una lonza leggera ( ... ) di pelo maculato” Eis a fábula da esperança:
- A onça sai entre / os arbustos / salta sobre mim // Pergunta / o que faço /na beira do mato / na beira do rio // De paletó e gravata / e sapatos pretos de verniz / não sei dizer / o que faço / na beira do mato / na beira do rio// Nada respondo/ e a onça some entre as árvores
SOME ENTRE AS ÁRVORES! Como se visse.. a chegada do Virgílio, autor da ENEIDA, ídolo de Dante, e que será, daí por diante, seu guia na “selva oscura”.
Por essas e outras, IMAGENS & REFLEXOS é um belo acréscimo do nosso amigo gaúcho à poesia brasileira.
-
Os poemas do Du Bois me lembram fragmentos de pergaminhos ou papiros com textos bíblicos perdidos, em que experts tentam completar versículos. Fui às resenhas que fiz de outros livros seus e vi que iria me repetir, aqui, ao dizer que os versos do amigo gaúcho têm algo dos contos de Everardo Norões, cujo EntreMoscas me fascinou tanto que, em lugar de tentar interpretar seu livro como um todo, fiz isso em um conto e outro, que me pareceu mais cativante. Deu resultado, suponho, pois – pesquisando – descobri que em “Um Certo Goês”, por exemplo, o inominado homem de Goa é Aquino de Bragança, que o encontro dele foi com Ítalo Zappa – cifrado como “Calabrês, Barra do Piraí, nome de pátria” – e que o endereço onde isso acontece, em Maputo, Moçambique, é o da Embaixada Brasileira.
Bem, mas em Du Bois – parece-me - não existem pistas externas. Qualquer investigação do que deixa de dizer em seus poemas é coisa pra psicanalista ou exegeta – que invista numa exegese, análise detalhada do seu texto.
Pergunto, primeiro: por que o título IMAGEM & REFLEXO? “Faciamus hominem ad imaginem et similitudinem mostram”? Não. O uso deste símbolo “&”, conhecido como “e” comercial, remete a uma associação – e, no caso, há uma, do poeta com sua tradutora Maria Du Bois, pois o livro é bilíngue. Mas pode significar algo menos prosaico. O Paulo das epístolas diz que “Agora vemos por espelho e em enigma, mas então – depois da morte, evidentemente – face a face”. Como o Google nos torna eruditos poliglotas, lá vai: “Videmus nunc per speculum in aenigmate: tunc autem facie ad faciem”. Embora não acredite que a intenção do Du Bois tenha sido essa, a ligação... cabe. O título IMAGEM & REFLEXO – não fossem as réplicas em inglês – bem que poderia ser ESPELHO E EM ENIGMA. Veja como o poema PASSADO, pág. 9, por exemplo, não tem nada de animador. Começa assim:
- Escavamos destroços/ retiramos camadas/ de terras e terras / sobre os séculos // nós em busca de respostas / que não existem
Duas páginas depois, em (DES)IMPORTÂNCIAS, o autor é ainda mais deprimente: enquanto “legamos conhecimentos/ ao futuro// impávidos descendentes / dos deuses/ da ciência/ e da nossa verdade” ... o que acontece? “Na relativa (des)importância/ insetos seguem/ voando ao redor das luzes/ onde se multiplicam / sem vaidades.”
Insetos.
Desisto?
Não, porque na página 91, no poema FINAIS, Du Bois me tira as palavras da boca. Não só sobre parar de tentar esclarecê-lo, mas de tentar esclarecer, de tentar... qualquer coisa. É uma senhora série de versos enxutos até dizer basta: das palavras, só os ossos.
- Parasse / de escrever // agora // parasse / de pensar // agora // parasse // agora.
E isto, página 95:
- Tenho destino / certo / traçado a giz.
Vê? “certo”, mas “traçado a giz”. Cinco linhas mais abaixo:
- tenho o caminho petrificado.
Página 29, com uma lacuna, essa fácil de preencher:
- Tantas vezes fui embora / para sempre / como parar de fumar / nunca mais.
O encerramento cheio de ironia:
- amanhã irei embora / para sempre // e levarei os cigarros.
Esses votos de deixar velhos vícios, lembram os dos que prometem fazer caminhadas diárias a partir do primeiro de ano, ou deixar de usar tantos cartões de crédito, com a constatação, em seguida, de que não fez nada disso:
- A novidade nos desconforta / em haveres desconhecidos //
Pausa.
- até / termos certeza / de que o início / continua o nada.
Eu apelo pra Wikipédia:
Niilismo (do latim nihil, nada) é uma doutrina filosófica cuja principal característica é uma visão cética radical em relação às interpretações da realidade, que aniquila valores e convicções.
E, de fato, o poema FUTURO ( pág. 139 ) também é desolador:
- Adivinha o futuro / enquanto presente: pressente. (...) / nada sabe do futuro / nada sabe do seu futuro/ não se prepara para a morte
E veja isto: o poeta transforma angústia em arte, no verso seguinte, trocando “morte”... por “marte”:
- o planeta marte / em seu curso natural / desabitado e inóspito // onde repousam os rastros / do artefato futuro presente / em sua superfície.
Tudo perdido?
Não me parece. Veja, na página 137:
- alegóricas palavras / semeiam estrelas / nas entrelinhas.
Alegóricas! Isto é genial: em ONÇAS, página 55, de repente Du Bois repete Dante no Inferno, onde o vate italiano se depara com “una lonza leggera ( ... ) di pelo maculato” Eis a fábula da esperança:
- A onça sai entre / os arbustos / salta sobre mim // Pergunta / o que faço /na beira do mato / na beira do rio // De paletó e gravata / e sapatos pretos de verniz / não sei dizer / o que faço / na beira do mato / na beira do rio// Nada respondo/ e a onça some entre as árvores
SOME ENTRE AS ÁRVORES! Como se visse.. a chegada do Virgílio, autor da ENEIDA, ídolo de Dante, e que será, daí por diante, seu guia na “selva oscura”.
Por essas e outras, IMAGENS & REFLEXOS é um belo acréscimo do nosso amigo gaúcho à poesia brasileira.
sábado, 18 de agosto de 2018
LINHAS CRUZADAS
Cruzadas linhas enredam os atores
em mesmas cenas e cenários
no que dizem
no que disseram
no que alguém falou
o que alguém ouviu
não desligam os aparelhos
(mudos)
esperam escutar segredos
e desvendar mistérios
(talvez) enriquecer
na desgraça alheia
(falam) participam das conversas
pois querem que reconheçam
suas vozes nas descobertas
e os incluam no que falam
(sejam enredados).
(Pedro Du Bois, inédito)
em mesmas cenas e cenários
no que dizem
no que disseram
no que alguém falou
o que alguém ouviu
não desligam os aparelhos
(mudos)
esperam escutar segredos
e desvendar mistérios
(talvez) enriquecer
na desgraça alheia
(falam) participam das conversas
pois querem que reconheçam
suas vozes nas descobertas
e os incluam no que falam
(sejam enredados).
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
QUANDO RECOMEÇA
Refaz as amarras
sente o corpo solto
de todo o pecado
sente o medo ferver o sangue
e estranha suas entranhas
ácidas e secas ao contato
prende em nós o respeito
que foge pela vergonha
com que olha sobre o ombro
na tentativa de novos
contatos amorosos
sempre inicia silencioso
e ressabiado de experiências
outras áridas e arenosas
conquistas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sente o corpo solto
de todo o pecado
sente o medo ferver o sangue
e estranha suas entranhas
ácidas e secas ao contato
prende em nós o respeito
que foge pela vergonha
com que olha sobre o ombro
na tentativa de novos
contatos amorosos
sempre inicia silencioso
e ressabiado de experiências
outras áridas e arenosas
conquistas.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 14 de agosto de 2018
PASSADO
Escreve sobre sentimentos:
o ferro passa a roupa
coloca frisos
ajeita golas
conversa entre vapores
em exalados cheiros
dos corpos lavados
anota suas conversas
transforma em palavras
os silêncios proibidos
entranhados
memoriza a roupa limpa
passada
que cobre corpos
em outras passagens.
(Pedro Du Bois, inédito)
o ferro passa a roupa
coloca frisos
ajeita golas
conversa entre vapores
em exalados cheiros
dos corpos lavados
anota suas conversas
transforma em palavras
os silêncios proibidos
entranhados
memoriza a roupa limpa
passada
que cobre corpos
em outras passagens.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 12 de agosto de 2018
FICAR OU SAIR
Ir embora é a outra
parte da caminhada
como ficar
ou não haver chegado
uns ficam a vida inteira
no mesmo lugar
mesmo que incontáveis
vezes tenham ido embora
outros saem para sempre
não se aceitam onde estão
mas levam consigo
seus sentimentos
e sensações.
(Pedro Du Bois, inédito)
parte da caminhada
como ficar
ou não haver chegado
uns ficam a vida inteira
no mesmo lugar
mesmo que incontáveis
vezes tenham ido embora
outros saem para sempre
não se aceitam onde estão
mas levam consigo
seus sentimentos
e sensações.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 11 de agosto de 2018
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
Estudo Geral
Interlúdio / Interlude, em:
https://luis-eg.blogspot.com/2018/08/pedro-du-bois-um-poema.html
https://luis-eg.blogspot.com/2018/08/pedro-du-bois-um-poema.html
MEDO
Reto
retilíneo
linha reta
nenhuma curva
desvia o caminho
traçado
há gerações
assim o medo
em cada fresta
percebida
de outro mundo
do outro lado.
(Pedro Du Bois, inédito)
retilíneo
linha reta
nenhuma curva
desvia o caminho
traçado
há gerações
assim o medo
em cada fresta
percebida
de outro mundo
do outro lado.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
ALARIDO
Não se preocupe com a oportunidade perdida
não se renova o passado
não se preocupe com o que há pela frente
não se antecipa o futuro
não se preocupe com a palavra faltante
não se apresenta o presente
apenas a preocupação com o silêncio
em que ouvimos os sons interiores
de que fugimos em alarido.
(Pedro Du Bois, inédito)
não se renova o passado
não se preocupe com o que há pela frente
não se antecipa o futuro
não se preocupe com a palavra faltante
não se apresenta o presente
apenas a preocupação com o silêncio
em que ouvimos os sons interiores
de que fugimos em alarido.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
MUNDO SILENCIOSO
Os que reclamam
do barulho diário
não sabem do silêncio
que enlouquece
sós
isolados
trancados
em silencioso universo
opaco.
(Pedro Du Bois, inédito)
do barulho diário
não sabem do silêncio
que enlouquece
sós
isolados
trancados
em silencioso universo
opaco.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 4 de agosto de 2018
CUIDADOS
Nós que em grupo ficamos
estáticos ouvindo as ordens do feitor
não entendemos o que acontece
na rua ao lado ou no ponto de ônibus
nós que apenas ouvimos as ordens do feitor
erráticos olhamos uns para os outros
não entendemos o ofertado no noticiário
no cais do porto ou na porta do mercado
nós que apenas tentamos ouvir o feitor
sorumbáticos pelo peso da responsabilidade
não entendemos as palavras do pastor
no púlpito da igreja ou na ponta da lâmina
apenas nos agrupamos para ouvir o feitor
e depois nos separamos e sozinhos
tentamos cuidar das nossas vidas.
(Pedro Du Bois, inédito)
estáticos ouvindo as ordens do feitor
não entendemos o que acontece
na rua ao lado ou no ponto de ônibus
nós que apenas ouvimos as ordens do feitor
erráticos olhamos uns para os outros
não entendemos o ofertado no noticiário
no cais do porto ou na porta do mercado
nós que apenas tentamos ouvir o feitor
sorumbáticos pelo peso da responsabilidade
não entendemos as palavras do pastor
no púlpito da igreja ou na ponta da lâmina
apenas nos agrupamos para ouvir o feitor
e depois nos separamos e sozinhos
tentamos cuidar das nossas vidas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
AUSÊNCIA
Lentamente nos ausentamos
em cada ano juntos até não
virmos como ficamos
estranhamente
continuamos à procura da imagem
dos tempos passados
entre sons e ecos
irreconhecíveis
nos assustamos um com o outro
fôssemos ladrões das boas imagens
fôssemos larápios das boas situações
da nossa juventude
não encontramos: de lembrança
em lembrança esquecemos a relação
fugaz em sua permanência.
(Pedro Du Bois, inédito)
em cada ano juntos até não
virmos como ficamos
estranhamente
continuamos à procura da imagem
dos tempos passados
entre sons e ecos
irreconhecíveis
nos assustamos um com o outro
fôssemos ladrões das boas imagens
fôssemos larápios das boas situações
da nossa juventude
não encontramos: de lembrança
em lembrança esquecemos a relação
fugaz em sua permanência.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 31 de julho de 2018
ANTIGOS AMORES
Expressa razões
- feixes de luzes
leem a dor
quebra o encanto
do grande amor
antigos discos
empilhados
cobertos pelo pó
acoberta sonhos
de tempos passados
na irracionalidade contida
das lágrimas incontidas
em dores carnais.
(Pedro Du Bois, inédito)
- feixes de luzes
leem a dor
quebra o encanto
do grande amor
antigos discos
empilhados
cobertos pelo pó
acoberta sonhos
de tempos passados
na irracionalidade contida
das lágrimas incontidas
em dores carnais.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 30 de julho de 2018
meiotom poesia&prosa
Dentro e Fora / Inside and Out, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo18dentro.html
http://www.meiotom.art.br/dupo18dentro.html
domingo, 29 de julho de 2018
TANTO
Tanto esperei
cheguei atrasado
tanto penei
foi quase nada
tanto pensei
estava assustado
podia ser menos angustiado
entender os fatos lembrados
renegar o tempo entrecortado
tanto esperei
quando cheguei
não havia nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
cheguei atrasado
tanto penei
foi quase nada
tanto pensei
estava assustado
podia ser menos angustiado
entender os fatos lembrados
renegar o tempo entrecortado
tanto esperei
quando cheguei
não havia nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 27 de julho de 2018
SÍNTESE E RESUMO
Não rouba
não mata
não cobiça a mulher do próximo
não nega suas divindades
nem as invoca em vão
vive como sempre:
pouco a pouco
sem loterias
fama
fortuna
naturalmente opaco
criado educado
casado aposentado
síntese e resumo
não literários.
(Pedro Du Bois, inédito)
não mata
não cobiça a mulher do próximo
não nega suas divindades
nem as invoca em vão
vive como sempre:
pouco a pouco
sem loterias
fama
fortuna
naturalmente opaco
criado educado
casado aposentado
síntese e resumo
não literários.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 25 de julho de 2018
ANTIGUIDADE
Antiguidade:
o que sobrevive
ao criador
na importância
multiplicada
pelo tempo
não o formato
o material
a textura
a originalidade
do que se mantém
para o nosso olhar.
(Pedro Du Bois, inédito)
o que sobrevive
ao criador
na importância
multiplicada
pelo tempo
não o formato
o material
a textura
a originalidade
do que se mantém
para o nosso olhar.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 23 de julho de 2018
PORQUE NÃO MUDA
Honesto com quase todos:
vinte por cento de graxa
para igualar o peso
apaixonado como todos:
olhos vorazes nos lugares
onde descansa o corpo
familiar como quase todos:
o aperitivo com os amigos
em qualquer horário
religioso como todos:
em cada sinal fechado
grita "lincha" ao mero suspeito
bastião da integridade social:
vota nos candidatos que encaminharão
os seus pedidos e que transitam
com ele pelos mesmos descaminhos.
(Pedro Du Bois, inédito)
vinte por cento de graxa
para igualar o peso
apaixonado como todos:
olhos vorazes nos lugares
onde descansa o corpo
familiar como quase todos:
o aperitivo com os amigos
em qualquer horário
religioso como todos:
em cada sinal fechado
grita "lincha" ao mero suspeito
bastião da integridade social:
vota nos candidatos que encaminharão
os seus pedidos e que transitam
com ele pelos mesmos descaminhos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 21 de julho de 2018
QUANDO AMANHECE
Esteja por perto
sinta o aroma
do que há aqui
pode não ser o melhor dos mundos
mas é o que tem para viver
fique certo
espie a festa
sinta o calor dos corpos
não é o melhor dos mundos
mas é o que há para se divertir
acorde cedo
sinta o amargor na boca
feche as cortinas
volte a dormir.
(Pedro Du Bois, inédito)
sinta o aroma
do que há aqui
pode não ser o melhor dos mundos
mas é o que tem para viver
fique certo
espie a festa
sinta o calor dos corpos
não é o melhor dos mundos
mas é o que há para se divertir
acorde cedo
sinta o amargor na boca
feche as cortinas
volte a dormir.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 19 de julho de 2018
REPETIR
Noite insone
rolo na cama
esquento o travesseiro
espanto os fantasmas
mantenho a luz acesa
levanto
ando
urino
bebo água
pelo janela assisto
o pouco que a noite
me permite ver
adormeço
no amanhecer
em repetições.
(Pedro Du Bois, inédito)
rolo na cama
esquento o travesseiro
espanto os fantasmas
mantenho a luz acesa
levanto
ando
urino
bebo água
pelo janela assisto
o pouco que a noite
me permite ver
adormeço
no amanhecer
em repetições.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 17 de julho de 2018
SOL A SOL
Desencontrados caminhos
peregrinos
savanas compostas
selvas decompostas
areia poluída
óleos de bronzear
cremes protetores
desencontrados peregrinos
apregoam produtos
embalam preguiças.
Sol a sol.
(Pedro Du Bois, inédito)
peregrinos
savanas compostas
selvas decompostas
areia poluída
óleos de bronzear
cremes protetores
desencontrados peregrinos
apregoam produtos
embalam preguiças.
Sol a sol.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 16 de julho de 2018
domingo, 15 de julho de 2018
HUMANO
Espreita a caça
sorrateiro
aguarda o momento
para atacar
esquece
a caça espreita o caçador
ligeira
busca o momento
para escapar
esquece
quem de longe olha
aponta a arma
mira
atira
para todos os lados.
(Pedro Du Bois, inédito)
sorrateiro
aguarda o momento
para atacar
esquece
a caça espreita o caçador
ligeira
busca o momento
para escapar
esquece
quem de longe olha
aponta a arma
mira
atira
para todos os lados.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 13 de julho de 2018
QUEM NÃO FOI
Teve o tempo que quis
para fazer o que era preciso
pouco fez
teve o tempo que quis
para traçar o seu caminho
pouco traçou
teve o tempo que quis
para dizer a que veio
pouco disse
agora
exige
do outro
o que deixou pelo caminho
- melhor sair de fininho
e sumir no ar.
(Pedro Du Bois, inédito)
para fazer o que era preciso
pouco fez
teve o tempo que quis
para traçar o seu caminho
pouco traçou
teve o tempo que quis
para dizer a que veio
pouco disse
agora
exige
do outro
o que deixou pelo caminho
- melhor sair de fininho
e sumir no ar.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 11 de julho de 2018
AFASTAMENTO
Posso escutar a sua voz
mas a conversa repete
chavões esmaecidos
posso ler as suas palavras
mas o texto repete
fórmulas amarelecidas
posso ver as suas feições
mas a face repete
esgares esquecidos
posso tomar a sua mão
mas o contato repete
gestos entorpecidos
sigo outros caminhos
diversos
dispersos
ásperos
amadurecidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
mas a conversa repete
chavões esmaecidos
posso ler as suas palavras
mas o texto repete
fórmulas amarelecidas
posso ver as suas feições
mas a face repete
esgares esquecidos
posso tomar a sua mão
mas o contato repete
gestos entorpecidos
sigo outros caminhos
diversos
dispersos
ásperos
amadurecidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 10 de julho de 2018
segunda-feira, 9 de julho de 2018
COMO INICIA
Mal visto
mal quisto
mal cuidado
mal criado
todos os males
prefixos
Malazartes.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 7 de julho de 2018
QUANDO TERMINA
Onde o gosto
desgosta
onde o ódio
apaixona
onde a amizade
vai embora
o lugar vazio
espera preencherem as vagas
por todos os sozinhos imersos
em vidas mesquinhas
desgostosas
odiosas
solitárias.
(Pedro Du Bois, inédito)
desgosta
onde o ódio
apaixona
onde a amizade
vai embora
o lugar vazio
espera preencherem as vagas
por todos os sozinhos imersos
em vidas mesquinhas
desgostosas
odiosas
solitárias.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 5 de julho de 2018
NADA VALEM
Nada valem as conquistas
viagens de descobertas
passado revisitado
em cada caverna
reaberta
nada valem as guerras
rudes palavras
presente reprimido
em cada alarme
disparado
nada valem as lágrimas
derramadas pelos pais
futuro encardido
em cada situação
desesperada.
(Pedro Du Bois, inédito)
viagens de descobertas
passado revisitado
em cada caverna
reaberta
nada valem as guerras
rudes palavras
presente reprimido
em cada alarme
disparado
nada valem as lágrimas
derramadas pelos pais
futuro encardido
em cada situação
desesperada.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 3 de julho de 2018
AÇÃO
das ações
lembranças
vagas recordações
algumas escavações
arqueológicas
papiros
desenhos rupestres
templos
aras
sarcófagos
das inações
a história
recontada
algum dia.
(Pedro Du Bois, inédito)
lembranças
vagas recordações
algumas escavações
arqueológicas
papiros
desenhos rupestres
templos
aras
sarcófagos
das inações
a história
recontada
algum dia.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 1 de julho de 2018
SEU OLHAR
Seu olhar expressa
sentimentos impressos
de longa duração
a piscadela marota
imprime rápida
mudança comportamental
(eu)
cúmplice confesso
do crime previsto
na última estação
seu olhar imprime
sedução e sexo
em visão espiritual.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 29 de junho de 2018
FUTURO
Procuro no espaço
os restos do último
ereto homem
quem chegou depois
destinado a completar
a criação com sua evolução
a que chegaria depois
o futuro fere os sentidos
no que busco
e não chegará.
(Pedro Du Bois, inédito)
os restos do último
ereto homem
quem chegou depois
destinado a completar
a criação com sua evolução
a que chegaria depois
o futuro fere os sentidos
no que busco
e não chegará.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 28 de junho de 2018
quarta-feira, 27 de junho de 2018
NÃO SABER
azedo
aziago
azarado
por acaso saberia
de onde vem a música?
azedume
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 26 de junho de 2018
segunda-feira, 25 de junho de 2018
QUANDO NECESSÁRIO
Plácido
cordato
sorridente
essa a face
ágil
vigoroso
rude
a outra face
na dupla face
o homem de sempre
na quietude
dos movimentos.
(Pedro Du Bois, inédito)
cordato
sorridente
essa a face
ágil
vigoroso
rude
a outra face
na dupla face
o homem de sempre
na quietude
dos movimentos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 23 de junho de 2018
GIBIS
Peixes conversam
em bolhas
sob a água
ideia original
das revistas
em quadrinhos.
(Pedro Du Bois, inédito)
em bolhas
sob a água
ideia original
das revistas
em quadrinhos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 21 de junho de 2018
MALES
Não faço o mal
ignoro proibições
sociológicas
desfaço o mal
feito em proibições
políticas
esqueço o mal
passo ao largo
caótico
abdico de todo o mal
anterior.
(Pedro Du Bois, inédito)
ignoro proibições
sociológicas
desfaço o mal
feito em proibições
políticas
esqueço o mal
passo ao largo
caótico
abdico de todo o mal
anterior.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 19 de junho de 2018
VONTADES
Mãos protegem o sexo
nervoso onde explodem
sentimentos e vontades
carícias acordam
esquecidas vontades
em retomadas passagens
olhos interiorizam cenas
na rapidez de ondas
cerebrais enlouquecidas
sentidos borbulham águas
em incandescentes mãos
que não mais se protegem.
(Pedro Du Bois, inédito)
nervoso onde explodem
sentimentos e vontades
carícias acordam
esquecidas vontades
em retomadas passagens
olhos interiorizam cenas
na rapidez de ondas
cerebrais enlouquecidas
sentidos borbulham águas
em incandescentes mãos
que não mais se protegem.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 17 de junho de 2018
LEMBRANÇAS
Palavra
lembrança
música
lembrança
gesto
lembrança
olhar
lembrança
sobre a paisagem vista
emergem lembranças
das passagens anteriores
viajo.
(Pedro Du Bois, inédito)
lembrança
música
lembrança
gesto
lembrança
olhar
lembrança
sobre a paisagem vista
emergem lembranças
das passagens anteriores
viajo.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 16 de junho de 2018
sexta-feira, 15 de junho de 2018
GUARNECER
Guarnece o silêncio
nenhuma palavra será dita
olhos fechados
nenhuma claridade será avistada
absorto
nenhum rumor será ouvido
mãos entrelaçadas
nenhum movimento será feito
guarnece o silêncio
em que se isola
do mundo exterior
sua interioridade
basta.
(Pedro Du Bois, inédito)
nenhuma palavra será dita
olhos fechados
nenhuma claridade será avistada
absorto
nenhum rumor será ouvido
mãos entrelaçadas
nenhum movimento será feito
guarnece o silêncio
em que se isola
do mundo exterior
sua interioridade
basta.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 13 de junho de 2018
MISTÉRIOS
O mistério se desfaz
quando olhamos da maneira certa
não temendo o que iremos ver
nem sofrendo pelo o que a vista alcança
não há mistério
e os tempos continuam
como sempre foram
mera afirmação da natureza
em que tudo se aplica
e se explica no tempo exato.
(Pedro Du Bois, inédito)
quando olhamos da maneira certa
não temendo o que iremos ver
nem sofrendo pelo o que a vista alcança
não há mistério
e os tempos continuam
como sempre foram
mera afirmação da natureza
em que tudo se aplica
e se explica no tempo exato.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 11 de junho de 2018
VIR
Veio no encanto
em mágica carruagem
consigo o perfume
e a alegria das princesas
veio na noite
em alteradas cores
consigo a palavra
e o sorriso das princesas
veio fosse fada
além do horizonte
consigo a magia
e o mistério dos luares
veio sem nada querer
displicente em sua elegância
consigo a música
e as letras de eterno amor.
(Pedro Du Bois, inédito)
em mágica carruagem
consigo o perfume
e a alegria das princesas
veio na noite
em alteradas cores
consigo a palavra
e o sorriso das princesas
veio fosse fada
além do horizonte
consigo a magia
e o mistério dos luares
veio sem nada querer
displicente em sua elegância
consigo a música
e as letras de eterno amor.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 9 de junho de 2018
DA TERRA
Que é a terra senão nutrientes
microscópicos e macroscópicos
seres que se repetem na vida
e a multiplicam?
Que é a terra senão
o que nos sustenta
e de todas as fomes
nos mantém vivos?
Que é a terra senão
a simbiose que se eterniza
na renovação da vida
em outras formas
e a que nos cabe
no final do tempo?
(Pedro Du Bois, inédito)
microscópicos e macroscópicos
seres que se repetem na vida
e a multiplicam?
Que é a terra senão
o que nos sustenta
e de todas as fomes
nos mantém vivos?
Que é a terra senão
a simbiose que se eterniza
na renovação da vida
em outras formas
e a que nos cabe
no final do tempo?
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 7 de junho de 2018
AMANHECER
Amanhece
em fímbrias cores
cinza azuladas
morros fechados
em suspensas
partículas
a luminosidade aumenta
a percepção da matéria
que nos rodeia
aclara ideias
desperta sentimentos
movimenta.
(Pedro Du Bois, inédito)
em fímbrias cores
cinza azuladas
morros fechados
em suspensas
partículas
a luminosidade aumenta
a percepção da matéria
que nos rodeia
aclara ideias
desperta sentimentos
movimenta.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 5 de junho de 2018
Revista Cerrado Cultural
Água, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/agua.html
Water, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/water.html
Oportunidades, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/oportunidades.html
Opportunities, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/opportunities.html
Sonhos, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/sonhos.html
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/agua.html
Water, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/water.html
Oportunidades, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/oportunidades.html
Opportunities, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/opportunities.html
Sonhos, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com/2018/06/sonhos.html
MINIMALISTA
O minimalista
não controla
não há nota
fora do lugar
nem a batuta
revolta
o ar
o minimalista
mantém o tom
onde o som está
mínimo necessário
sem atrapalhar a música.
(Pedro Du Bois, inédito)
não controla
não há nota
fora do lugar
nem a batuta
revolta
o ar
o minimalista
mantém o tom
onde o som está
mínimo necessário
sem atrapalhar a música.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 3 de junho de 2018
PERTINÊNCIA
Resisto
encontro razões que me amparam
assisto
derradeiros gestos de conquista
resisto
na parede a arena usada
assisto
impávido a retomada
resisto
sem bandeira e glória
assisto
a morte terminar com tudo.
(Pedro Du Bois, inédito)
encontro razões que me amparam
assisto
derradeiros gestos de conquista
resisto
na parede a arena usada
assisto
impávido a retomada
resisto
sem bandeira e glória
assisto
a morte terminar com tudo.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 1 de junho de 2018
REPETIÇÕES
Do alimento reparto o restante
em poucas palavras
e mísera fatia de pão
do que sacia a sede reparto
o pouco d'água
com o corpo na cama
da justiça não há como repartir
que a sentença engloba os aspectos
e o processo é julgado por inteiro
da cidadania o pouco que resta
do primeiro domingo dos anos pares
em auxílios desgovernados.
(Pedro Du Bois, inédito)
em poucas palavras
e mísera fatia de pão
do que sacia a sede reparto
o pouco d'água
com o corpo na cama
da justiça não há como repartir
que a sentença engloba os aspectos
e o processo é julgado por inteiro
da cidadania o pouco que resta
do primeiro domingo dos anos pares
em auxílios desgovernados.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 30 de maio de 2018
RASGAR
Mãos ar dentes
caninos
rasgam a carne
de todos nós
temporal idade
real idade
o que podemos
arrancar.
(Pedro Du Bois, inédito)
caninos
rasgam a carne
de todos nós
temporal idade
real idade
o que podemos
arrancar.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 29 de maio de 2018
segunda-feira, 28 de maio de 2018
DISCUSSÕES
A réplica permite
a defesa final
na indefensável ideia
de que poderão
se entender
a tréplica apenas acrescenta
o que todo sabem
da inútil ideia
de que poderão mudar
pela repetição.
(Pedro Du Bois, inédito)
a defesa final
na indefensável ideia
de que poderão
se entender
a tréplica apenas acrescenta
o que todo sabem
da inútil ideia
de que poderão mudar
pela repetição.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 26 de maio de 2018
INSENSATEZ
Insensato corpo
corroído
em vícios
e degradações
no esquecimento busca
recolher seus pedaços
recomeçar
insensato corpo
socialmente esquecido.
(Pedro Du Bois, inédito)
corroído
em vícios
e degradações
no esquecimento busca
recolher seus pedaços
recomeçar
insensato corpo
socialmente esquecido.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 24 de maio de 2018
CERTO TIPO
Encaminha a discussão
para onde conduz o assunto
que esperar do tipo?
Encaminha o assunto
para a discussão que quer
que quer o tipo?
Confundir o interlocutor
em confusas discussões
sobre profusos assuntos.
Não há progresso
com tipo da espécie.
(Pedro Du Bois, inédito)
para onde conduz o assunto
que esperar do tipo?
Encaminha o assunto
para a discussão que quer
que quer o tipo?
Confundir o interlocutor
em confusas discussões
sobre profusos assuntos.
Não há progresso
com tipo da espécie.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 22 de maio de 2018
LADO DE FORA
Após o receio
tormenta
raios
trovões
a falta de sorte
estarei no meio da rua
enquanto tiver medo
após o recreio
recomeça a tormenta
aulas
sessões
a falta de norte
junto à janela
olho absorto
o lado de fora.
(Pedro Du Bois, inédito)
tormenta
raios
trovões
a falta de sorte
estarei no meio da rua
enquanto tiver medo
após o recreio
recomeça a tormenta
aulas
sessões
a falta de norte
junto à janela
olho absorto
o lado de fora.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 20 de maio de 2018
QUANDO AS RESPOSTAS
Respostas estão prontas
quando não são nossos os problemas
a serem resolvidos
respostas estão prontas
se não depende de nós
a solução dos problemas
respostas são prontos
repasses a terceiros
interessados
respostas são tontas
se nelas está a continuidade
do grande amor (des)abalado.
(Pedro Du Bois, inédito)
quando não são nossos os problemas
a serem resolvidos
respostas estão prontas
se não depende de nós
a solução dos problemas
respostas são prontos
repasses a terceiros
interessados
respostas são tontas
se nelas está a continuidade
do grande amor (des)abalado.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 18 de maio de 2018
O QUE BUSCAR
Busco sempre mais
do que ofereço em troca
destroco a minha vida
em cada batida de porta
às vezes
me encerro
noutras me mostro
do lado de fora
quando busco encontrar
silêncio
soluço
aplausos
reconhecimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
do que ofereço em troca
destroco a minha vida
em cada batida de porta
às vezes
me encerro
noutras me mostro
do lado de fora
quando busco encontrar
silêncio
soluço
aplausos
reconhecimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 16 de maio de 2018
ILUSÃO
Faço pior
dificulto amores
perdidos em falsas
dificuldades
faço troça
dos outros: choro
quando fecho a porta
faço pior
tranco as passagens
e me encerro em dificuldades
ilusórias.
(Pedro Du Bois, inédito)
dificulto amores
perdidos em falsas
dificuldades
faço troça
dos outros: choro
quando fecho a porta
faço pior
tranco as passagens
e me encerro em dificuldades
ilusórias.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 14 de maio de 2018
meiotom poesia&prosa
Oportunidades / Opportunities, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo18formigas.html
http://www.meiotom.art.br/dupo18formigas.html
CAMINHOS
todos os bairros
centros
periféricos
todos os centros
bairros
periféricos
não há sentido
na separação
nem são cobrados
pedágios
e
a entrada é livre
em todos os sentidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
centros
periféricos
todos os centros
bairros
periféricos
não há sentido
na separação
nem são cobrados
pedágios
e
a entrada é livre
em todos os sentidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 13 de maio de 2018
RECONSTRUIR
Demolir
a casa paterna
guardar tijolos
argamassa
não desperdiçar madeiras e pregos
implodir lembranças
calar sentenças juvenis
ter no entulho
o entreaberto espaço
para novas construção
reconstruir a imagem
e o gosto ruim.
(Pedro Du Bois, inédito)
a casa paterna
guardar tijolos
argamassa
não desperdiçar madeiras e pregos
implodir lembranças
calar sentenças juvenis
ter no entulho
o entreaberto espaço
para novas construção
reconstruir a imagem
e o gosto ruim.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 12 de maio de 2018
sexta-feira, 11 de maio de 2018
LÁGRIMAS
tanto conversamos
nada entendemos
um do outro
conversas vazias
sem significados
tanto calamos
não nos entendemos
silêncios esvaziados
de significados
tanto olhamos: lágrimas
nos fazem entender
os significados
mesmo vazios.
(Pedro Du Bois, inédito)
nada entendemos
um do outro
conversas vazias
sem significados
tanto calamos
não nos entendemos
silêncios esvaziados
de significados
tanto olhamos: lágrimas
nos fazem entender
os significados
mesmo vazios.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 9 de maio de 2018
COMPANHIAS
Quando a infância em lembranças
extravasa o idoso
quando a criança
ressurge em conquistas
quando a juventude
penetra em nossa vida
quando nossos personagens
se fundem em única figura
quando estamos prontos
adultos.
(Pedro Du Bois, inédito)
extravasa o idoso
quando a criança
ressurge em conquistas
quando a juventude
penetra em nossa vida
quando nossos personagens
se fundem em única figura
quando estamos prontos
adultos.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 7 de maio de 2018
INGÊNUO E PURO
Na ingenuidade em que carrego os sonhos
na beleza interior que permeia o planeta
na tentativa de impedir o meu fim
apresados sonos
efêmeras camas
cabanas destelhadas
na pureza do horizonte
a certeza de possíveis
novas caminhadas
levito o corpo
no efêmero momento
dos raios penetrados
entre palhas.
(Pedro Du Bois, inédito)
na beleza interior que permeia o planeta
na tentativa de impedir o meu fim
apresados sonos
efêmeras camas
cabanas destelhadas
na pureza do horizonte
a certeza de possíveis
novas caminhadas
levito o corpo
no efêmero momento
dos raios penetrados
entre palhas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 5 de maio de 2018
SOBERANA
Você em outro ângulo
soberana
reage em cada provocação
ri das piadas
você pela risada ampla
franca entrada em universos
onde perco meus objetivos
suserana
administra seus domínios
nas colocações feitas
fôssemos as piadas
você em outro ângulo
refletida no espelho
soberana.
(Pedro Du Bois, inédito)
soberana
reage em cada provocação
ri das piadas
você pela risada ampla
franca entrada em universos
onde perco meus objetivos
suserana
administra seus domínios
nas colocações feitas
fôssemos as piadas
você em outro ângulo
refletida no espelho
soberana.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 3 de maio de 2018
RESPOSTAS
Receio não podermos
esperar outras respostas
as que são transmitidas pela vida
nas voltas dos ponteiros dos relógios
em cada oração noturna
receio não haver mais tempo:
prazo encerrado para respostas
inadequadas aos nossos anseios
as que nos são mentidas pelos dias
nas voltas circulares das orações diurnas.
(Pedro Du Bois, inédito)
esperar outras respostas
as que são transmitidas pela vida
nas voltas dos ponteiros dos relógios
em cada oração noturna
receio não haver mais tempo:
prazo encerrado para respostas
inadequadas aos nossos anseios
as que nos são mentidas pelos dias
nas voltas circulares das orações diurnas.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 1 de maio de 2018
COMO GUARDAR
Quando estivermos tristes
com a voz embargada
e os olhos úmidos
saberemos ser a hora
da despedida
momento em que a vida
é cortada em luzes
que se apagam
entenderemos não haver
motivo para a tristeza
na insegurança de quem parte
o adeus duradouro
no pétreo esquecimento
das palavras lapidadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
com a voz embargada
e os olhos úmidos
saberemos ser a hora
da despedida
momento em que a vida
é cortada em luzes
que se apagam
entenderemos não haver
motivo para a tristeza
na insegurança de quem parte
o adeus duradouro
no pétreo esquecimento
das palavras lapidadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 29 de abril de 2018
ACORDADO
Fico acordado
em embaralhados sentimentos
dispostos sobre a mesa
em pacientes jogos
fico acordado: nada
além da vida
em curtas imagens
embaralho sentires
na rodada final
em cartas desgastadas
fico acordado que as cartas
marcadas repousam nas mãos
irreais da minha sorte.
(Pedro Du Bois, inédito)
em embaralhados sentimentos
dispostos sobre a mesa
em pacientes jogos
fico acordado: nada
além da vida
em curtas imagens
embaralho sentires
na rodada final
em cartas desgastadas
fico acordado que as cartas
marcadas repousam nas mãos
irreais da minha sorte.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 27 de abril de 2018
MISTÉRIO
Teorias comprovadas
fisicamente
quimicamente
biologicamente
fascinantes descobertas
e o que fazemos com elas
novas teorias provadas
quanto as agora
desmentidas
só uma teoria resiste
a todas as comprovações:
a de que o nosso mistério
está longe de ser desvendado.
(Pedro Du Bois, inédito)
fisicamente
quimicamente
biologicamente
fascinantes descobertas
e o que fazemos com elas
novas teorias provadas
quanto as agora
desmentidas
só uma teoria resiste
a todas as comprovações:
a de que o nosso mistério
está longe de ser desvendado.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 25 de abril de 2018
INEBRIAR
Percebe a vontade
estampada na face
não disfarça o íntimo
nem esconde sentimentos
coração ardente
desabalado
sofre nas palpitações
o que a mente não expressa
em palavras
passa
marca a passagem
no perfume com que poderíamos
inebriar os lençóis
estivéssemos juntos.
(Pedro Du Bois, inédito)
estampada na face
não disfarça o íntimo
nem esconde sentimentos
coração ardente
desabalado
sofre nas palpitações
o que a mente não expressa
em palavras
passa
marca a passagem
no perfume com que poderíamos
inebriar os lençóis
estivéssemos juntos.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 23 de abril de 2018
FINALMENTE
Desmerece a casa de teus pais
esconde na noite o que te ensinaram
abafa as cantigas de tua infância
esquece o colo
o peito
o leite de tua mãe
sê ingrato
estúpido
e grosseiro
não tenhas escrúpulos em roubar o pouco
que tenham guardado
nem te compadeças se chorarem
assim sendo
assim serás
no ressurgir a última tempestade
e no escurecer da próxima borrasca
raios
trovões
relâmpagos espantam os céus
onde repousarás terno em teus males
e sozinho terás árduas batalhas.
(Pedro Du Bois, inédito)
esconde na noite o que te ensinaram
abafa as cantigas de tua infância
esquece o colo
o peito
o leite de tua mãe
sê ingrato
estúpido
e grosseiro
não tenhas escrúpulos em roubar o pouco
que tenham guardado
nem te compadeças se chorarem
assim sendo
assim serás
no ressurgir a última tempestade
e no escurecer da próxima borrasca
raios
trovões
relâmpagos espantam os céus
onde repousarás terno em teus males
e sozinho terás árduas batalhas.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 22 de abril de 2018
sábado, 21 de abril de 2018
SUCESSO
"Pitza"
primeira etapa
"a persistirem..."
segunda fase
"aluga-se casas"
terceira parte
para completar
"amanhã acontece..."
final da fila
paciência
sentimento de civilidade
tênue possibilidade
de haver comunicação
nada feito: rebolam
e fazem sucesso na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
primeira etapa
"a persistirem..."
segunda fase
"aluga-se casas"
terceira parte
para completar
"amanhã acontece..."
final da fila
paciência
sentimento de civilidade
tênue possibilidade
de haver comunicação
nada feito: rebolam
e fazem sucesso na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 19 de abril de 2018
ESPERANÇA
Enquanto espera
esperança
quando for a hora
temperança
passado o momento
saudades
esperança de reencontros
sorte em novas esperas
ansiedade por outras saudades.
(Pedro Du Bois, inédito)
esperança
quando for a hora
temperança
passado o momento
saudades
esperança de reencontros
sorte em novas esperas
ansiedade por outras saudades.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 17 de abril de 2018
OUTROS TEMPOS
Espatifa a garrafa que substitui o peso
quebra a vara com que mede a terra
aprofunda a cova ao depositar a semente
tem por perdida a medida
em que restou sua vida
esquecidas medidas fazem de conta
que a vida possa se transformar
muda regras
institui o peso
troca a unidade por metragem estéril
no esquecimento da cova preenchida
nada brota da terra
nem flores sobre a tumba
nenhuma importância no peso da mortalha
terra ocupada aos poucos
perdida em incontáveis tempos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quebra a vara com que mede a terra
aprofunda a cova ao depositar a semente
tem por perdida a medida
em que restou sua vida
esquecidas medidas fazem de conta
que a vida possa se transformar
muda regras
institui o peso
troca a unidade por metragem estéril
no esquecimento da cova preenchida
nada brota da terra
nem flores sobre a tumba
nenhuma importância no peso da mortalha
terra ocupada aos poucos
perdida em incontáveis tempos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 15 de abril de 2018
CORTINAS
cores repetem matizes diferentes
e olhos tentam apreender a paisagem
que se descortina
busca o auxílio das cores para ilustrar
o que pensa ver na paisagem
descortinada
na pretensão das cores entende ilustrada
a felicidade entremeada aos sentimentos
na busca para espantar a solidão
encortinada
(Pedro Du Bois, inédito)
e olhos tentam apreender a paisagem
que se descortina
busca o auxílio das cores para ilustrar
o que pensa ver na paisagem
descortinada
na pretensão das cores entende ilustrada
a felicidade entremeada aos sentimentos
na busca para espantar a solidão
encortinada
(Pedro Du Bois, inédito)