Repetir, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2018/11/repetir_1
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
terça-feira, 27 de novembro de 2018
QUERER
Quero o avanço
no travado caminho
sem estrelas
quero o começo
em trevas e nuvens
sem sóis
quero o que mereço
do turvo líquido
sem ais
quero o que me apetece
entre a estúpida fúria
e o caos
quero além da tormenta
a calmaria precedente
sem o cais.
(Pedro Du Bois, inédito)
no travado caminho
sem estrelas
quero o começo
em trevas e nuvens
sem sóis
quero o que mereço
do turvo líquido
sem ais
quero o que me apetece
entre a estúpida fúria
e o caos
quero além da tormenta
a calmaria precedente
sem o cais.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 25 de novembro de 2018
DÍVIDAS
Nossas contas de chegar
não empatam as dívidas
feitas no transcorrer da vida
fazem com que não consigamos
ganhar em cada nova proposta
ao banqueiro de sempre
incontáveis: nossos déficits se multiplicam
miseráveis: nossos créditos nos dignificam
heróis da marginalidade financeira
super heróis da margem econômica
simples pedintes da caridade alheia
devemos ao barqueiro o último óbolo.
(Pedro Du Bois, inédito)
não empatam as dívidas
feitas no transcorrer da vida
fazem com que não consigamos
ganhar em cada nova proposta
ao banqueiro de sempre
incontáveis: nossos déficits se multiplicam
miseráveis: nossos créditos nos dignificam
heróis da marginalidade financeira
super heróis da margem econômica
simples pedintes da caridade alheia
devemos ao barqueiro o último óbolo.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
RANÇOS
Mesmo o convite bem educado
traduz ranços de comportamento
no tamanho maiúsculo das letras
e no esquecer o devido tratamento
mesmo o texto bem comportado
traz em si - ou nas entrelinhas -
ranços (mostrados/dissimulados)
na exposição do ato pelas ideias
nos contatos sociais e familiares
destilamos ranços: no falso
beijo de chegada até a insolência
"querida" no tratamento
ranços nos acompanham como
se o amor e a delicadeza só existissem
arruinados.
(Pedro Du Bois, inédito)
traduz ranços de comportamento
no tamanho maiúsculo das letras
e no esquecer o devido tratamento
mesmo o texto bem comportado
traz em si - ou nas entrelinhas -
ranços (mostrados/dissimulados)
na exposição do ato pelas ideias
nos contatos sociais e familiares
destilamos ranços: no falso
beijo de chegada até a insolência
"querida" no tratamento
ranços nos acompanham como
se o amor e a delicadeza só existissem
arruinados.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
PERPLEXIDADE
No encadeamento das ações
busca sentido na vida civilizada
em algo que demonstre a razão
para estar aqui
na incompreensão do acontecido
sua perplexidade pelos fatos
não fazerem sentido
busca na matéria conteúdo
e força para compreender
o mundo fisicamente. Algo
que una em costuras
a parte poética
na incompreensão dos ciclos
sua perplexidade repassa
as fases terrestres e também
não encontra sentido.
(Pedro Du Bois, inédito)
busca sentido na vida civilizada
em algo que demonstre a razão
para estar aqui
na incompreensão do acontecido
sua perplexidade pelos fatos
não fazerem sentido
busca na matéria conteúdo
e força para compreender
o mundo fisicamente. Algo
que una em costuras
a parte poética
na incompreensão dos ciclos
sua perplexidade repassa
as fases terrestres e também
não encontra sentido.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
VIAJANTES
Atravessa a terra
de lado a lado
em todos os transportes
e inúmeras linguagens
pelos ares de contornos meridianos
pelos oceanos de águas profundas
pelas terras de compostas estrelas
visita palácios tumbas
templos oásis
está nos cabarés
nos templos
em balneários
volta como sai
pouco menos de fome
algo mais entediado.
(Pedro Du Bois, inédito)
de lado a lado
em todos os transportes
e inúmeras linguagens
pelos ares de contornos meridianos
pelos oceanos de águas profundas
pelas terras de compostas estrelas
visita palácios tumbas
templos oásis
está nos cabarés
nos templos
em balneários
volta como sai
pouco menos de fome
algo mais entediado.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 17 de novembro de 2018
MESMOS VERSOS
Quisera fazer versos
com palavras exatas
de enriquecidas rimas
quisera usar a métrica
em versos e versos
de mesmos espaços
a engolir letras
em desalinhados
apóstrofos
quisera sentidos alternados
no abusar das folhas vagas
ao saber corretamente
desenvolver o mote
quisera riscar clássicos
ao lembrar palavras
escritas no esgar
dos mestres: destruir
o futuro sem ousar
conflitar o presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
com palavras exatas
de enriquecidas rimas
quisera usar a métrica
em versos e versos
de mesmos espaços
a engolir letras
em desalinhados
apóstrofos
quisera sentidos alternados
no abusar das folhas vagas
ao saber corretamente
desenvolver o mote
quisera riscar clássicos
ao lembrar palavras
escritas no esgar
dos mestres: destruir
o futuro sem ousar
conflitar o presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
XEQUE
Movimentadas
as peças se imobilizam
no tabuleiro de restritos
caminhos em fechadas
passagens de bispos empedrados
em torres sem permitir
saltos cavalares
pobres peões responsabilizados
pela realização das estratégias
reais: à frente
avante
en passant
na mobilidade da rainha
entre idas e voltas de rápidas
passagens reside a cidadela
do rei limitado em passadas
indefesas pelo antecipado
lance de republicana ação.
(Pedro Du Bois, inédito)
as peças se imobilizam
no tabuleiro de restritos
caminhos em fechadas
passagens de bispos empedrados
em torres sem permitir
saltos cavalares
pobres peões responsabilizados
pela realização das estratégias
reais: à frente
avante
en passant
na mobilidade da rainha
entre idas e voltas de rápidas
passagens reside a cidadela
do rei limitado em passadas
indefesas pelo antecipado
lance de republicana ação.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
terça-feira, 13 de novembro de 2018
Tristeza e Mínimo e a Menor Parte - resenha de Márcio Almeida
Meu caro Pedro, boa tarde:
em seu livro TRISTEZA E MÍNIMO E A MENOR PARTE você assume: "frases
desconexas aludem descobrimentos" (p.97); que "o poeta sobrevive mazelas
e se dá ao luxo de redescobrir polvorosas maneiras desmentidas de
versejares" (p.92); ou então faz a assertiva: "reflito
o imponderável."
Estas leituras permitem usufruir melhor de sua criação poética, que na
1a parte do livro tem poemas como os de números 5 ("escuto os sons
desintegrados - das lembranças - alguns soluços e memórias apegadas em
guardanapos" (p.13), em que se tem uma projeção
atávica à casa da infância; 20, em que você é "didático" com a
existência: "descrições dependem de sacrifícios - entre escolhas"21);
como na observação realista do 21: "minha vida se resume em palavras
repetidas - não há quem me escute - além do tempo: inexisto".
Também "didático", ou seja, consciente do seu ofício, quando afirma "a
rima facilita a introspecção" (23); todo o poema 25, 45, 50. O número 4
da parte que intitula o livro (p.52); o nº 10, 14, 20,21:"nenhuma vez
avento - ser possível igualar minha vida -
em intermediário - soar de alarmes: desdizer implica negar as vezes -
em que me desfaço"; 22: "amo a inconsistência da chuva - no endurecer
palavras?"(p.70); 26, 43, 44, 49, 60, 72.
Seu livro cafuca fundo na existência, na memória, na significância das
palavras, e como sempre surpreende pelo inusitado de suas construções
que tornam a poesia objeto de prazer e de reflexão. Abraço - Márcio
Almeida
Tristeza, em leitura de W.J.Solha (no seu perfil do Facebook)
Finge a dor que deveras sente – está em pleno “spleen” ( “estado de tristeza pensativa ou melancolia associado ao poeta Charles Baudelaire” ). Isso se choca com a distante imagem que eu tinha dele no final dos anos 80, quando ele era o chefe do CESEC local, ali na Epitácio, e eu, integrante da diretoria do Sindicato dos Bancários. Num panfleto nosso, eu disse, uma vez, que ele nos era um mal tão necessário quanto o inspetor Javert pra bela história do Jean Valjean, n”Os Miseráveis”. Blablablá, fanfarronada, mas quando leio, agora, o TRISTEZA, penso no Javert se atirando ao Sena. Principalmente quando Du Bois cria a imagem riquíssima deste poema, de que ponho a primeira e a terceira estrofe:
-
Dentro da garrafa
o navio naufraga
dentro do navio
o marujo se afoga
-
-
(as pessoas ) não suportam
a evidência de que o navio
na garrafa permanece
sobre a mesa.
-
Isso é coisa pra você ler de novo e parar pra pensar no que leu.
Tem a ver com o que ele diz sobre “O corpo preso em portões / ( que abertos não permitem / a saída / e o retorno )” . Ou seja: isto é um mundinho de que não temos escapatória. “Tantas vezes me reconheci em lápides” – ele acrescenta alhures.
Há uma cena de “Fanny e Alexander” em que Bergman nos faz acompanhar uma senhora que sai de um ambiente da casa de classe alta, onde se prepara intensamente o natal, onde tudo é alegria, e, em seguida, a vemos chegar ao meio da sala vazia em que estamos, parar, e – distante de tudo aquilo - dar o mais dolorido suspiro ou gemido que já vi em toda a minha vida. Jamais me esqueci da carga deprimente dessa cena tão distante dos grandes dramas... E deixo com você estes dois versinhos que me parecem do mesmo calibre:
-
Não era pra ser
assim: desconforto.
-
Dentro da garrafa
o navio naufraga
dentro do navio
o marujo se afoga
-
-
(as pessoas ) não suportam
a evidência de que o navio
na garrafa permanece
sobre a mesa.
-
Isso é coisa pra você ler de novo e parar pra pensar no que leu.
Tem a ver com o que ele diz sobre “O corpo preso em portões / ( que abertos não permitem / a saída / e o retorno )” . Ou seja: isto é um mundinho de que não temos escapatória. “Tantas vezes me reconheci em lápides” – ele acrescenta alhures.
Há uma cena de “Fanny e Alexander” em que Bergman nos faz acompanhar uma senhora que sai de um ambiente da casa de classe alta, onde se prepara intensamente o natal, onde tudo é alegria, e, em seguida, a vemos chegar ao meio da sala vazia em que estamos, parar, e – distante de tudo aquilo - dar o mais dolorido suspiro ou gemido que já vi em toda a minha vida. Jamais me esqueci da carga deprimente dessa cena tão distante dos grandes dramas... E deixo com você estes dois versinhos que me parecem do mesmo calibre:
-
Não era pra ser
assim: desconforto.
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
LÓGICA
A lógica influencia
na concretização do abstrato
enformado pela universalização
dos conceitos: sem réplica.
Lógica vigorante em pedestal
de paradigmas idiossincrásicos.
Esforço insuficiente
em visões diferenciadas.
A lógica se diz experiente
experimento científico: verdade
desmascarada ante a anterioridade.
(Pedro Du Bois, inédito)
na concretização do abstrato
enformado pela universalização
dos conceitos: sem réplica.
Lógica vigorante em pedestal
de paradigmas idiossincrásicos.
Esforço insuficiente
em visões diferenciadas.
A lógica se diz experiente
experimento científico: verdade
desmascarada ante a anterioridade.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Arcanos Grávidos - poesia & outras águas
Sonhos | Dreans, do livro Imagem & Reflexo, em:
https://arcanosgravidos.blogspot.com/2018/11/sonhos.html
https://arcanosgravidos.blogspot.com/2018/11/sonhos.html