Momento em que o atacante
elastece seus movimentos
gira sobre si em velocidade
fica com a bola
à feição para o chute
na trajetória indefensável
gol
e o abraço pela vitória
momento em que o defensor
entorpece seus movimentos
e em câmara lenta assiste
o giro do atacante
o chute e o gol
na compreensão
da derrota.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
sábado, 27 de outubro de 2018
HISTÓRIA
Revemos a história
como lavamos a roupa
branqueando atos acontecidos
com puros e brilhantes protagonistas
não há história no que passam
para nós: apenas outra novela
para mero entretenimento
sem condicionantes
sem circunstâncias
sem ambivalências
sem lógico raciocínio
nem cartesiana apreciação
páginas e páginas recheadas
do que acham que houve em
amareladas páginas oficiais.
(Pedro Du Bois, inédito)
como lavamos a roupa
branqueando atos acontecidos
com puros e brilhantes protagonistas
não há história no que passam
para nós: apenas outra novela
para mero entretenimento
sem condicionantes
sem circunstâncias
sem ambivalências
sem lógico raciocínio
nem cartesiana apreciação
páginas e páginas recheadas
do que acham que houve em
amareladas páginas oficiais.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
SÉRIOS
Sérios
queríamos mudar o mundo
em qualquer mesa de bar
sérios
queríamos conquistar as mulheres
no vazio dos nossos quartos
sérios queríamos a certeza sobre tudo
nas conversas entre um jogo e outro
sérios
queríamos a liberdade
encontrada em revistas e jornais
sérios
queríamos ir embora da cidade
levando nossas costumeiras indiferenças.
(Pedro Du Bois, inédito)
queríamos mudar o mundo
em qualquer mesa de bar
sérios
queríamos conquistar as mulheres
no vazio dos nossos quartos
sérios queríamos a certeza sobre tudo
nas conversas entre um jogo e outro
sérios
queríamos a liberdade
encontrada em revistas e jornais
sérios
queríamos ir embora da cidade
levando nossas costumeiras indiferenças.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 23 de outubro de 2018
MEDO
O medo é o primeiro estágio
da liberdade
consciência de que precisamos
de proteção
e que ela não se apresenta
como devia.
Quem mais está com medo?
Estamos com medo de quem?
Separar os fatos
dar-lhes livre interpretação
deles conhecer o respeito
necessário à convivência.
O medo é o último estágio
da liberdade
consciência de que precisamos
lutar pela sua preservação.
(Pedro Du Bois, inédito)
da liberdade
consciência de que precisamos
de proteção
e que ela não se apresenta
como devia.
Quem mais está com medo?
Estamos com medo de quem?
Separar os fatos
dar-lhes livre interpretação
deles conhecer o respeito
necessário à convivência.
O medo é o último estágio
da liberdade
consciência de que precisamos
lutar pela sua preservação.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
VERSÕES
Avesso verso espelhado
em insones noites
atravesso paredes em murmúrios
procuro entender o que se passa
na diversidade das pessoas
travesso verso no linguajar
dos pescadores: ininteligível
para quem apenas os procura
em busca do peixe limpo
reverso: como se a imagem
saísse do espelho e ao meu lado
sugerisse a troca: sorrisse
diante dos meus medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
em insones noites
atravesso paredes em murmúrios
procuro entender o que se passa
na diversidade das pessoas
travesso verso no linguajar
dos pescadores: ininteligível
para quem apenas os procura
em busca do peixe limpo
reverso: como se a imagem
saísse do espelho e ao meu lado
sugerisse a troca: sorrisse
diante dos meus medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
RETORNO
Quando volto
tenho a ilusão
de que o tempo
retorna comigo
(mas)
as ruas não são as mesmas
os olhares não se repetem
nem sou reconhecido.
(Pedro Du Bois, inédito)
tenho a ilusão
de que o tempo
retorna comigo
(mas)
as ruas não são as mesmas
os olhares não se repetem
nem sou reconhecido.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
TEMPO
Não há o tempo
finito e encerrado
onde me apago
na luz fantasmagórica
em que acendo
meu caminho
aos vermes
e sou transformado
no que a terra exibe
outro tempo
e espaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
finito e encerrado
onde me apago
na luz fantasmagórica
em que acendo
meu caminho
aos vermes
e sou transformado
no que a terra exibe
outro tempo
e espaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 13 de outubro de 2018
COISAS
Esqueçamos a maneira como são feitas
esqueçamos a hora em que são feitas
esqueçamos a razão para serem feitas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
que nos amparam pelas horas
que nos assustam em determinadas horas
que nos fazem lembrar das horas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
o restante se perde
o restante nos assusta
o resto para nada serve.
(Pedro Du Bois, inédito)
esqueçamos a hora em que são feitas
esqueçamos a razão para serem feitas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
que nos amparam pelas horas
que nos assustam em determinadas horas
que nos fazem lembrar das horas
estas as coisas
estas as horas
estas as razões
o restante se perde
o restante nos assusta
o resto para nada serve.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
SOMBRAS
A sombra projeta
escuros corpos
companhia grotesca
associada em cada
um de nós
fiel companheira
em dias claros
de farta iluminação
desaparece na escuridão
quando mais precisamos
de companhia.
(Pedro Du Bois, inédito)
escuros corpos
companhia grotesca
associada em cada
um de nós
fiel companheira
em dias claros
de farta iluminação
desaparece na escuridão
quando mais precisamos
de companhia.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 9 de outubro de 2018
SONS
Sons confundem incertos
vultos na noite
assustam quietos corações
em recolhido silêncio
sons interiores
calmos e serenos
prenunciam a tempestade
plasticamente bela
em sons desconsolados.
(Pedro Du Bois, inédito)
vultos na noite
assustam quietos corações
em recolhido silêncio
sons interiores
calmos e serenos
prenunciam a tempestade
plasticamente bela
em sons desconsolados.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 7 de outubro de 2018
HISTÓRIAS
Toda história
é tardia apreciação
e isenta entre iguais
muito mais
do que nos conta
sobre a barbárie
toda história
é colorida apreciação
ignora o cheiro
o medo
e a ignorância
então existente
toda história
é romanceira.
(Pedro Du Bois, inédito)
é tardia apreciação
e isenta entre iguais
muito mais
do que nos conta
sobre a barbárie
toda história
é colorida apreciação
ignora o cheiro
o medo
e a ignorância
então existente
toda história
é romanceira.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
OUTRO
Quando me enjaulam
levo comigo a pior parte
que já nasceu presa
e não sabe dispor
da sua liberdade
ficamos presos
e presos
como presos
ficamos na jaula
dispenso as vestes
nada escondo
que na nudez
exponho a alma
como trunfo
enjaulado
converso comigo
troco amabilidades
e salamaleques
me dizem louco porque
de mim não conhecem
o outro que me enjaula.
(Pedro Du Bois, inédito)
levo comigo a pior parte
que já nasceu presa
e não sabe dispor
da sua liberdade
ficamos presos
e presos
como presos
ficamos na jaula
dispenso as vestes
nada escondo
que na nudez
exponho a alma
como trunfo
enjaulado
converso comigo
troco amabilidades
e salamaleques
me dizem louco porque
de mim não conhecem
o outro que me enjaula.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
MEDIDAS
Nos movimentos da Terra
somos o tempo que medimos
no calor recebido pela Terra
aprendemos a temperar a vida
no tempo
assim considerado
compreendemos a velocidade
com que acontecemos
na nostalgia dos dias
em nossos afazeres
podemos compreender
a eternidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
somos o tempo que medimos
no calor recebido pela Terra
aprendemos a temperar a vida
no tempo
assim considerado
compreendemos a velocidade
com que acontecemos
na nostalgia dos dias
em nossos afazeres
podemos compreender
a eternidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
ATUALIZAÇÃO
Matas escondiam mistérios
animais
sons
sussurros
o farfalhar das folhas
bosques (quase) não existem
e os mistérios são outros
saldos bancários
notas escolares
desemprego
drogas e desespero
nos olhos (ainda) restam
momentos fugazes
da reconciliação.
(Pedro Du Bois, inédito)
animais
sons
sussurros
o farfalhar das folhas
bosques (quase) não existem
e os mistérios são outros
saldos bancários
notas escolares
desemprego
drogas e desespero
nos olhos (ainda) restam
momentos fugazes
da reconciliação.
(Pedro Du Bois, inédito)