Na madrugada a realidade
se transforma em magia
nela encontro o lado transverso
controverso
reverso
inverso
avesso
da vida
enfumaçado e recuperado
pela realidade no alvorecer
a magia necessita do mistério
que só a madrugada contém.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 29 de setembro de 2018
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
ETERNIDADE
Quando disserem
morreu
retrucarei estar vivo
como sempre estive
enquanto por aqui
se insistirem na minha morte
tantas vezes retrucarei
com a minha vida
não há morte na felicidade
que se propaga
e se regenera
em novas gerações
(então) não dirão que morri
: reconhecerão em mim
a chama eternizada
a que nominarão
lembrança
(e) viverei na saudade
dos que vierem depois.
(Pedro Du Bois, inédito)
morreu
retrucarei estar vivo
como sempre estive
enquanto por aqui
se insistirem na minha morte
tantas vezes retrucarei
com a minha vida
não há morte na felicidade
que se propaga
e se regenera
em novas gerações
(então) não dirão que morri
: reconhecerão em mim
a chama eternizada
a que nominarão
lembrança
(e) viverei na saudade
dos que vierem depois.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
terça-feira, 25 de setembro de 2018
Nós, Escribas (13)
N Ó S, E S C R I B A S (13)
De onde têm tido surgido
tantos versos, tantas rimas,
minhas doçuras-enzimas
vêm de algum reino perdido ?
(Silmar)
De onde surgem
os versos
tantas rimas
doçuras-enzimas
de algum reino perdido ?
(Pedro Du Bois)
Silmar Bohrer e Pedro Du Bois
Enviado por Silmar Bohrer em 25/09/2018
O QUE PODE
Do que reclama
diariamente
nada pode
alterar
não é sua
a solução
da vida
apenas participe
ordenadamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
diariamente
nada pode
alterar
não é sua
a solução
da vida
apenas participe
ordenadamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
domingo, 23 de setembro de 2018
HIPOCRISIA
Roupas coloridas
fogem ao padrão
nenhum sorriso brejeiro
nenhum contato físico
nada de olhos nos olhos
roupas escuras
em lugares escuros
escurecem os amantes
nenhum segredo guardado
por muito tempo
escuras roupas vestem
os que sobram
no esquife: sorriso
brejeiro e roupas claras.
(Pedro Du Bois, inédito)
fogem ao padrão
nenhum sorriso brejeiro
nenhum contato físico
nada de olhos nos olhos
roupas escuras
em lugares escuros
escurecem os amantes
nenhum segredo guardado
por muito tempo
escuras roupas vestem
os que sobram
no esquife: sorriso
brejeiro e roupas claras.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
ESPAÇOS
Olho para o espaço
para cima
para baixo
encantado com as estrelas
planetas
satélites
apaixonado pela sensação
do espaço finito
infinito
abaixo os olhos
para a terra
desencantado pelo antes
pelo agora
pelo depois
odeio a sensação de estar preso
enjaulado
solto
meço distâncias filosóficas
amorosas
religiosas
pragmáticas
dogmáticas
agnósticas
fecho os olhos
e esqueço o mundo
fora de mim.
(Pedro Du Bois, inédito)
para cima
para baixo
encantado com as estrelas
planetas
satélites
apaixonado pela sensação
do espaço finito
infinito
abaixo os olhos
para a terra
desencantado pelo antes
pelo agora
pelo depois
odeio a sensação de estar preso
enjaulado
solto
meço distâncias filosóficas
amorosas
religiosas
pragmáticas
dogmáticas
agnósticas
fecho os olhos
e esqueço o mundo
fora de mim.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 19 de setembro de 2018
DEPOIS
Quando atravessar
o tempo restante
no aroma adocicado
do incenso
terei o sentido
de que parto
na retina os olhos dos que choram
e no corpo últimos abraços e beijos
depois
o não tempo
mais nada
nem ninguém
nem eu
apenas lembrança
por (in)certo tempo.
(Pedro Du Bois, inédito)
o tempo restante
no aroma adocicado
do incenso
terei o sentido
de que parto
na retina os olhos dos que choram
e no corpo últimos abraços e beijos
depois
o não tempo
mais nada
nem ninguém
nem eu
apenas lembrança
por (in)certo tempo.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
CANSAÇO
No primeiro amanhecer
souberam do alvorecer
cotidianamente
entenderam a repetição dos dias
pela caça
pela pesca
pelas mulheres e crianças
envelheceram em alvoradas
no cansaço do final dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
souberam do alvorecer
cotidianamente
entenderam a repetição dos dias
pela caça
pela pesca
pelas mulheres e crianças
envelheceram em alvoradas
no cansaço do final dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 16 de setembro de 2018
sábado, 15 de setembro de 2018
VOLTA
Não devia ter vindo
vim
não devia ter ficado
fiquei
não devia ter ido
fui
não devia ter ficado
fiquei
na conversa
emergem fantasmas
: companhias de horas
insepultas
insepultos vultos
contraditórios
em amor e ódio
indiferentes
ao passar do tempo
na metamorfose
não devia ter vindo.
(Pedro Du Bois, inédito)
vim
não devia ter ficado
fiquei
não devia ter ido
fui
não devia ter ficado
fiquei
na conversa
emergem fantasmas
: companhias de horas
insepultas
insepultos vultos
contraditórios
em amor e ódio
indiferentes
ao passar do tempo
na metamorfose
não devia ter vindo.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
SILÊNCIO
Vozes anunciam
boas novas
em palavras
e sobranceiras
maneiras
quietos escutamos
o que dizem
buscam significados
onde possam expressar
seus bons espíritos
buscamos o silêncio
: nenhuma palavra diremos.
(Pedro Du Bois, inédito)
boas novas
em palavras
e sobranceiras
maneiras
quietos escutamos
o que dizem
buscam significados
onde possam expressar
seus bons espíritos
buscamos o silêncio
: nenhuma palavra diremos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
terça-feira, 11 de setembro de 2018
SEMENTES
Mordida semente
amarga
boca
não há
multiplicação
encerrado ciclo
ressaca o restante
misturada
terra
pó
mordida semente
ressecada
terra.
(Pedro Du Bois, inédito)
amarga
boca
não há
multiplicação
encerrado ciclo
ressaca o restante
misturada
terra
pó
mordida semente
ressecada
terra.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
domingo, 9 de setembro de 2018
SEQUÊNCIAS
Primário mar a engolir
minhas rarefeitas palavras
que sem fôlego tentam
atravessar ondas: naufragam em mares
de textos desconexos
não faço melhor no proposto
propósito inicial: escrever
palavras desordenadas
em figuras atônicas
atônitas
esquinas de fins de rua: última
casa deserta a despertar
entre garagens e sacadas
corujas adormecidas
secundários textos desabalados
nos olhos arregalados atrás
das cortinas: narinas entreabertas
e coração descompensado.
golpes não libertários
na morte precoce: o final do dia
nas preces que carrego em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
minhas rarefeitas palavras
que sem fôlego tentam
atravessar ondas: naufragam em mares
de textos desconexos
não faço melhor no proposto
propósito inicial: escrever
palavras desordenadas
em figuras atônicas
atônitas
esquinas de fins de rua: última
casa deserta a despertar
entre garagens e sacadas
corujas adormecidas
secundários textos desabalados
nos olhos arregalados atrás
das cortinas: narinas entreabertas
e coração descompensado.
golpes não libertários
na morte precoce: o final do dia
nas preces que carrego em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
ILUSÕES
Iludido busca contexto
para o assobio do vento
através da janela
grande coisa
pensa
em mundos
mumificados
(como esse)
onde perambula
na busca das ilusões
disfarça o mau gosto
no gole da fina bebida
com que engrossa ilusões
despertadas em depressão.
(Pedro Du Bois, inédito)
para o assobio do vento
através da janela
grande coisa
pensa
em mundos
mumificados
(como esse)
onde perambula
na busca das ilusões
disfarça o mau gosto
no gole da fina bebida
com que engrossa ilusões
despertadas em depressão.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
VISÕES
Primeira visão
tacanha
nada além das grades do jardim
segunda visão
tamanha
no banco da praça
escuta a chegada do homem na Lua
terceira visão
estranha
o trabalho fecha as portas
da imaginação
quarta visão
alcança
a família com novos ideais
quinta visão
sozinha
chegada a hora de aproveitar a vida
antes que se vá.
(Pedro Du Bois, inédito)
tacanha
nada além das grades do jardim
segunda visão
tamanha
no banco da praça
escuta a chegada do homem na Lua
terceira visão
estranha
o trabalho fecha as portas
da imaginação
quarta visão
alcança
a família com novos ideais
quinta visão
sozinha
chegada a hora de aproveitar a vida
antes que se vá.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
EVOLUÇÃO
Era pra frente
prafrentex
ficou fora de sintonia
riponga
encontrou seus deuses
incensados: esotérica
buscou racionalismo
filosófico
pirada
buscou marido
trabalho filhos
família
que não a incomodem
durante a novela na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
prafrentex
ficou fora de sintonia
riponga
encontrou seus deuses
incensados: esotérica
buscou racionalismo
filosófico
pirada
buscou marido
trabalho filhos
família
que não a incomodem
durante a novela na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
Revista Cerrado Cultural
sábado, 1 de setembro de 2018
GESTOS
Retorna
para os seus
não devia haver saído
retornar
é o sacrifício
sem sorriso
sem paciência
sem dizer a verdade
mesmo assim
retorna
seu retorno traduz
o amargo da derrota
ou
o gosto doce da derrota
o que dá no mesmo.
(Pedro Du Bois, inédito)
para os seus
não devia haver saído
retornar
é o sacrifício
sem sorriso
sem paciência
sem dizer a verdade
mesmo assim
retorna
seu retorno traduz
o amargo da derrota
ou
o gosto doce da derrota
o que dá no mesmo.
(Pedro Du Bois, inédito)