Fico acordado
em embaralhados sentimentos
dispostos sobre a mesa
em pacientes jogos
fico acordado: nada
além da vida
em curtas imagens
embaralho sentires
na rodada final
em cartas desgastadas
fico acordado que as cartas
marcadas repousam nas mãos
irreais da minha sorte.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 29 de abril de 2018
sexta-feira, 27 de abril de 2018
MISTÉRIO
Teorias comprovadas
fisicamente
quimicamente
biologicamente
fascinantes descobertas
e o que fazemos com elas
novas teorias provadas
quanto as agora
desmentidas
só uma teoria resiste
a todas as comprovações:
a de que o nosso mistério
está longe de ser desvendado.
(Pedro Du Bois, inédito)
fisicamente
quimicamente
biologicamente
fascinantes descobertas
e o que fazemos com elas
novas teorias provadas
quanto as agora
desmentidas
só uma teoria resiste
a todas as comprovações:
a de que o nosso mistério
está longe de ser desvendado.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 25 de abril de 2018
INEBRIAR
Percebe a vontade
estampada na face
não disfarça o íntimo
nem esconde sentimentos
coração ardente
desabalado
sofre nas palpitações
o que a mente não expressa
em palavras
passa
marca a passagem
no perfume com que poderíamos
inebriar os lençóis
estivéssemos juntos.
(Pedro Du Bois, inédito)
estampada na face
não disfarça o íntimo
nem esconde sentimentos
coração ardente
desabalado
sofre nas palpitações
o que a mente não expressa
em palavras
passa
marca a passagem
no perfume com que poderíamos
inebriar os lençóis
estivéssemos juntos.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 23 de abril de 2018
FINALMENTE
Desmerece a casa de teus pais
esconde na noite o que te ensinaram
abafa as cantigas de tua infância
esquece o colo
o peito
o leite de tua mãe
sê ingrato
estúpido
e grosseiro
não tenhas escrúpulos em roubar o pouco
que tenham guardado
nem te compadeças se chorarem
assim sendo
assim serás
no ressurgir a última tempestade
e no escurecer da próxima borrasca
raios
trovões
relâmpagos espantam os céus
onde repousarás terno em teus males
e sozinho terás árduas batalhas.
(Pedro Du Bois, inédito)
esconde na noite o que te ensinaram
abafa as cantigas de tua infância
esquece o colo
o peito
o leite de tua mãe
sê ingrato
estúpido
e grosseiro
não tenhas escrúpulos em roubar o pouco
que tenham guardado
nem te compadeças se chorarem
assim sendo
assim serás
no ressurgir a última tempestade
e no escurecer da próxima borrasca
raios
trovões
relâmpagos espantam os céus
onde repousarás terno em teus males
e sozinho terás árduas batalhas.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 22 de abril de 2018
sábado, 21 de abril de 2018
SUCESSO
"Pitza"
primeira etapa
"a persistirem..."
segunda fase
"aluga-se casas"
terceira parte
para completar
"amanhã acontece..."
final da fila
paciência
sentimento de civilidade
tênue possibilidade
de haver comunicação
nada feito: rebolam
e fazem sucesso na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
primeira etapa
"a persistirem..."
segunda fase
"aluga-se casas"
terceira parte
para completar
"amanhã acontece..."
final da fila
paciência
sentimento de civilidade
tênue possibilidade
de haver comunicação
nada feito: rebolam
e fazem sucesso na televisão.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 19 de abril de 2018
ESPERANÇA
Enquanto espera
esperança
quando for a hora
temperança
passado o momento
saudades
esperança de reencontros
sorte em novas esperas
ansiedade por outras saudades.
(Pedro Du Bois, inédito)
esperança
quando for a hora
temperança
passado o momento
saudades
esperança de reencontros
sorte em novas esperas
ansiedade por outras saudades.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 17 de abril de 2018
OUTROS TEMPOS
Espatifa a garrafa que substitui o peso
quebra a vara com que mede a terra
aprofunda a cova ao depositar a semente
tem por perdida a medida
em que restou sua vida
esquecidas medidas fazem de conta
que a vida possa se transformar
muda regras
institui o peso
troca a unidade por metragem estéril
no esquecimento da cova preenchida
nada brota da terra
nem flores sobre a tumba
nenhuma importância no peso da mortalha
terra ocupada aos poucos
perdida em incontáveis tempos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quebra a vara com que mede a terra
aprofunda a cova ao depositar a semente
tem por perdida a medida
em que restou sua vida
esquecidas medidas fazem de conta
que a vida possa se transformar
muda regras
institui o peso
troca a unidade por metragem estéril
no esquecimento da cova preenchida
nada brota da terra
nem flores sobre a tumba
nenhuma importância no peso da mortalha
terra ocupada aos poucos
perdida em incontáveis tempos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 15 de abril de 2018
CORTINAS
cores repetem matizes diferentes
e olhos tentam apreender a paisagem
que se descortina
busca o auxílio das cores para ilustrar
o que pensa ver na paisagem
descortinada
na pretensão das cores entende ilustrada
a felicidade entremeada aos sentimentos
na busca para espantar a solidão
encortinada
(Pedro Du Bois, inédito)
e olhos tentam apreender a paisagem
que se descortina
busca o auxílio das cores para ilustrar
o que pensa ver na paisagem
descortinada
na pretensão das cores entende ilustrada
a felicidade entremeada aos sentimentos
na busca para espantar a solidão
encortinada
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 13 de abril de 2018
REPETIR A VIDA
Onde
bardo
repito a vida
em versos
onde
brado
repico os sinos
das conversas
onde
brabo
descarrego a ira
longe de casa
onde
sei
sonhos acontecem
poeticamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
bardo
repito a vida
em versos
onde
brado
repico os sinos
das conversas
onde
brabo
descarrego a ira
longe de casa
onde
sei
sonhos acontecem
poeticamente.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 11 de abril de 2018
RENASCER
Mente para si o cinza do caminho
não pode aceitar que empalideçam as cores
nem desbotem os corações feridos
(não) tem de encontrar por onde possa sair
cm honra e dignidade: silêncio e barulho:
caos e ordem: vagas e muralhas
ao se equilibrar quando falta o amor
e as mãos não mais se entrelacem
e os olhos não se enxerguem
mente para si o que teria sido
como gostaria que houvesse acontecido
e que o badalar dos sinos anunciasse
para todo o sempre de poucas horas
uma mulher e um homem acasalados.
(Pedro Du Bois, inédito)
não pode aceitar que empalideçam as cores
nem desbotem os corações feridos
(não) tem de encontrar por onde possa sair
cm honra e dignidade: silêncio e barulho:
caos e ordem: vagas e muralhas
ao se equilibrar quando falta o amor
e as mãos não mais se entrelacem
e os olhos não se enxerguem
mente para si o que teria sido
como gostaria que houvesse acontecido
e que o badalar dos sinos anunciasse
para todo o sempre de poucas horas
uma mulher e um homem acasalados.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 9 de abril de 2018
SOLIDÃO
No tempo em que procuramos
vislumbrar o futuro
antecipando tempos que viveremos
nada intuimos que possa
nos tranquilizar
céus azuis
águas azuis
a solidão de nossas vidas
em tempos de procura
antevemos a solidão futura
céus azuis
águas azuis
a solidão aguarda
a nossa chegada.
(Pedro Du Bois, inédito)
vislumbrar o futuro
antecipando tempos que viveremos
nada intuimos que possa
nos tranquilizar
céus azuis
águas azuis
a solidão de nossas vidas
em tempos de procura
antevemos a solidão futura
céus azuis
águas azuis
a solidão aguarda
a nossa chegada.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 8 de abril de 2018
sábado, 7 de abril de 2018
Revista Cerrado Cultural
Onças, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/oncas.html
Jaguar, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/jaguar.html
Pão, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/pao.html
Bread, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/bread.html
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/oncas.html
Jaguar, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/jaguar.html
Pão, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/pao.html
Bread, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2018/04/bread.html
ACRE-DOCE
salgada boca
pedra sobre a mesa
salobra água
em antiga caneca
estanhada
nada vale o gosto
ácido
azedo
na língua
imóvel
açucaradas palavras
enjoativas
(Pedro Du Bois, inédito)
pedra sobre a mesa
salobra água
em antiga caneca
estanhada
nada vale o gosto
ácido
azedo
na língua
imóvel
açucaradas palavras
enjoativas
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 5 de abril de 2018
MITOS
Crio novos mitos
em substituição aos anteriores
novamente dependo dos sonhos
transformados em novos pesadelos
tudo tem seu preço
o mito cobra caro
por sua fantasmagórica aparição
ao ser chamado como se fosse
a salvação
esqueço os mitos: passo a trabalhar
por conta própria - assumo os riscos
economizo o tanto que por nada
pagaria aos mitos.
(Pedro Du Bois, inédito)
em substituição aos anteriores
novamente dependo dos sonhos
transformados em novos pesadelos
tudo tem seu preço
o mito cobra caro
por sua fantasmagórica aparição
ao ser chamado como se fosse
a salvação
esqueço os mitos: passo a trabalhar
por conta própria - assumo os riscos
economizo o tanto que por nada
pagaria aos mitos.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 3 de abril de 2018
ABALOS
Ver de longe
seus cabelos brancos
ralos
ver de longe
suas mãos trabalhadas
calos
ver de longe
o que já não mostra
falsa impressão de que a vida
não o abala mais.
(Pedro Du Bois, inédito)
seus cabelos brancos
ralos
ver de longe
suas mãos trabalhadas
calos
ver de longe
o que já não mostra
falsa impressão de que a vida
não o abala mais.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 1 de abril de 2018
ITAPEMA
Sendo pedra
o pássaro
guarda nossos passos
impassível
acompanha cada barco
onde a pesca acontece
longe
sobre a pedra
mergulha em busca da presa
no bico alça o peixe
sobre a pedra
onde o devora
atento as palavras
ditas aqui.
(Pedro Du Bois, inédito)
o pássaro
guarda nossos passos
impassível
acompanha cada barco
onde a pesca acontece
longe
sobre a pedra
mergulha em busca da presa
no bico alça o peixe
sobre a pedra
onde o devora
atento as palavras
ditas aqui.
(Pedro Du Bois, inédito)