Desinteresse
modo fácil de esconder
os problemas
fazer de conta
seja apenas história
em que o enredo permite
a livre interpretação
desinteresse
razão para a apatia
na desconsideração dos problemas
sem refazer as contas
buscar no espaço
a falta de sentido
para a continuidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
FINAL DO DIA
Luzes
em andares intercalados
na noite consumida
em atividades diárias
sem retorno
a bruxuleante luz
televisiva traz
o pior do dia
manchetes
notícias
pesquisas
mecanizado olhar
em eletrônicos esgares.
(Pedro Du Bois, inédito)
em andares intercalados
na noite consumida
em atividades diárias
sem retorno
a bruxuleante luz
televisiva traz
o pior do dia
manchetes
notícias
pesquisas
mecanizado olhar
em eletrônicos esgares.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 17 de dezembro de 2017
INFINITO
Paralelas
calçadas
filas
ônibus
trajetos
não há futuro
na convergência
infinita.
(Pedro Du Bois, inédito)
calçadas
filas
ônibus
trajetos
não há futuro
na convergência
infinita.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
ESQUECIMENTO
Esqueço o sentido
nunca estive por aqui
busco no começo
a origem do fim
esqueço o momento
sempre estive aqui
não lembro o caminho
de idas e vindas em sequência
esqueço o tormento
sempre estive por aqui
razão de esquecimento
sofrimento e fim.
(Pedro Du Bois, inédito)
nunca estive por aqui
busco no começo
a origem do fim
esqueço o momento
sempre estive aqui
não lembro o caminho
de idas e vindas em sequência
esqueço o tormento
sempre estive por aqui
razão de esquecimento
sofrimento e fim.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
VÓRTICE
Vértice
há sempre
três lados
ângulos
vórtices
onde habitam
deuses e demônios
amores perdidos
em desamores
de outros amores
acontecidos
no serenar
das almas.
(Pedro Du Bois, inédito)
há sempre
três lados
ângulos
vórtices
onde habitam
deuses e demônios
amores perdidos
em desamores
de outros amores
acontecidos
no serenar
das almas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
BARULHOS
Na modernidade os barulhos
seriam melhores que os primitivos?
Ensurdecedores exigem
janelas fechadas
em grossos vidros.
Na modernização encontro
o silêncio:
que não é o silenciar da mata
nem o do amanhã.
(Pedro Du Bois, inédito)
seriam melhores que os primitivos?
Ensurdecedores exigem
janelas fechadas
em grossos vidros.
Na modernização encontro
o silêncio:
que não é o silenciar da mata
nem o do amanhã.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
ENTREGA
Entrega-te
na realização do sonho
ter alguém no aguardo
da tua chegada
entrega-te por inteiro
sem condições ou restrições
serás o primeiro a pertencer
a quem tanto te entrega
entrega-te
ao sorriso da amada
completarás o momento
em que o amor substituirá
tua vontade
entregue.
(Pedro Du Bois, inédito)
na realização do sonho
ter alguém no aguardo
da tua chegada
entrega-te por inteiro
sem condições ou restrições
serás o primeiro a pertencer
a quem tanto te entrega
entrega-te
ao sorriso da amada
completarás o momento
em que o amor substituirá
tua vontade
entregue.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
OCASO
no ocaso
visto aqui
dourados raios
sobre frias casas
certeza do esquecimento
quando a noite chega
e a cama é o consolo
visto aqui
dourados raios
sobre frias casas
certeza do esquecimento
quando a noite chega
e a cama é o consolo
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
FINALMENTE
Que mais faz o homem na terra?
Técnicas.
Que mais pensa o homem nesta terra?
Tecnologia.
Que mais encontra o homem além da terra?
O vazio em dedos ágeis
poucas conversas entre símbolos
na interação para ser
último e único.
Terra pelo viés de quem se cansa
e não encontra o sentido maior
técnica
tecnologia
na repetição de ocultos fazeres.
(Pedro Du Bois, inédito)
Técnicas.
Que mais pensa o homem nesta terra?
Tecnologia.
Que mais encontra o homem além da terra?
O vazio em dedos ágeis
poucas conversas entre símbolos
na interação para ser
último e único.
Terra pelo viés de quem se cansa
e não encontra o sentido maior
técnica
tecnologia
na repetição de ocultos fazeres.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 24 de setembro de 2017
QUERER
Não seja música
apenas silêncio
não seja luz
apenas lâmpada
não seja poesia
apenas palavra
não queira ser momento
apenas amanheça em cada dia
não seja amor
apenas paixão
não seja eternidade
apenas temporalidade
não seja opressão
apenas pressão
não queira ser espectro entre cores
apenas cores em cada ocaso
arco-íris.
(Pedro Du Bois, inédito)
apenas silêncio
não seja luz
apenas lâmpada
não seja poesia
apenas palavra
não queira ser momento
apenas amanheça em cada dia
não seja amor
apenas paixão
não seja eternidade
apenas temporalidade
não seja opressão
apenas pressão
não queira ser espectro entre cores
apenas cores em cada ocaso
arco-íris.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
TRAGÉDIAS
Sons expandidos
homens
entre nuvens
pássaros
primeiros
passos
humanos
máquinas simulam
a antigravidade
na força dos motores
nada mais.
(Pedro Du Bois, inédito)
homens
entre nuvens
pássaros
primeiros
passos
humanos
máquinas simulam
a antigravidade
na força dos motores
nada mais.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Revista Cerrado Cultural
Orgulho, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/orgulho.html
Pride, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/pride.html
Fome, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/fome.html
Hunger, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/hunger.html
Dizer, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/dizer.html
To Say, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/to-say.html
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/orgulho.html
Pride, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/pride.html
Fome, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/fome.html
Hunger, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/hunger.html
Dizer, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/dizer.html
To Say, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/09/to-say.html
PECADOS
Continuamos em busca
de respostas
avanços tecnológicos
aumentam as dúvidas
na irrespondível pergunta
inicial
não há luz
que nos ilume
nem passado
original
como dizer haver pecado?
(Pedro Du Bois, inédito)
de respostas
avanços tecnológicos
aumentam as dúvidas
na irrespondível pergunta
inicial
não há luz
que nos ilume
nem passado
original
como dizer haver pecado?
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 17 de setembro de 2017
OMISSÃO
Evite contar comigo
não me farei presente
quando necessário
espere estar aberta a porta
da ligação entre mundos
em suas necessidades
esqueça o presente
na especulação futura
: sempre existirão contatos
em ligações desnecessárias
evite contar comigo
não estarei presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
não me farei presente
quando necessário
espere estar aberta a porta
da ligação entre mundos
em suas necessidades
esqueça o presente
na especulação futura
: sempre existirão contatos
em ligações desnecessárias
evite contar comigo
não estarei presente.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
O QUE FAZER
Repousa
cabeça entre as mãos
pernas suspensas
sobre o espaldar do sofá
tanto cansaço
dorme
sonha o acontecido
de forma fantasmagórica
tanto cansaço
acorda
durante a madrugada
com as pernas dormentes
os braços anoitecidos
lembra o acontecido
chora o cansaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
cabeça entre as mãos
pernas suspensas
sobre o espaldar do sofá
tanto cansaço
dorme
sonha o acontecido
de forma fantasmagórica
tanto cansaço
acorda
durante a madrugada
com as pernas dormentes
os braços anoitecidos
lembra o acontecido
chora o cansaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
RETOMAR
No suado corpo
a ácida água
lava o corpo
das impurezas
adocicada água
torna inodoro
o corpo que na cama
busca novos suores
na novidade ácida
de outras águas.
(Pedro Du Bois, inédito)
a ácida água
lava o corpo
das impurezas
adocicada água
torna inodoro
o corpo que na cama
busca novos suores
na novidade ácida
de outras águas.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 12 de setembro de 2017
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Vidraguas - Carmen Sílvia Presotto
Caros Amigos,
Com tristeza comunico que a nossa Carmen Sílvia Presotto faleceu nesta noite, em Porto Alegre.
Seu espaço, Vidraguas (http://www.vidraguas.com.br), permite exemplos de extremo bom gosto e construção poética, sem contar a sempre abertura aos amantes da literatura.
Beijos saudosos, Tita.
-----------------------------------------
NADA
Carmen Sílvia Presotto
tudo é
grana
o que
liberta
e encana
grana
o que
liberta
e encana
tudo é
grana
do que
consome
e vende drogas
grana
do que
consome
e vende drogas
tudo é
grana
do alimento
assaltado
ao mercado abonado
grana
do alimento
assaltado
ao mercado abonado
tudo é
grana
da cruz
da mala
à testa
grana
da cruz
da mala
à testa
sou poeta
minha bala
é de tinta
imagens, de fogo
e coração que arde
minha bala
é de tinta
imagens, de fogo
e coração que arde
Lib(v)erdades!
Carmen Silvia Presotto – #vidráguas, agosto de 2017.
MISTÉRIO
Histérica história
duplamente contada
em detalhes escabrosos
versões contraditórias
em excludentes detalhes
de inverossímeis histórias
repetidas
no fim repousa a dúvida
em detalhes falsificados
de aumentado mistério.
(Pedro Du Bois, inédito)
duplamente contada
em detalhes escabrosos
versões contraditórias
em excludentes detalhes
de inverossímeis histórias
repetidas
no fim repousa a dúvida
em detalhes falsificados
de aumentado mistério.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 10 de setembro de 2017
sábado, 9 de setembro de 2017
PROPAGAÇÃO
O grito
se propaga
estridente
entre dentes
a dor
se manifesta
entre ausentes
a vida
se perpetua
entre gritos e saudades
sentidos entrementes.
(Pedro Du Bois, inédito)
se propaga
estridente
entre dentes
a dor
se manifesta
entre ausentes
a vida
se perpetua
entre gritos e saudades
sentidos entrementes.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
NÃO VOLTAR
Não voltar
a imprevisão
marca os atos
insensatos
corresponde ao fugitivo
esforço
esquece caminhos
e não lembra
o que teve
pouco fosse
pior estivesse
não voltar
imprevisível esforço
superado pelas lembranças.
(Pedro Du Bois, inédito)
a imprevisão
marca os atos
insensatos
corresponde ao fugitivo
esforço
esquece caminhos
e não lembra
o que teve
pouco fosse
pior estivesse
não voltar
imprevisível esforço
superado pelas lembranças.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 5 de setembro de 2017
TROCAR OS SINAIS
Substituímos os sinais
trazidos do começo
se nada de melhor
encontramos: mantemos
a tradição?
que mais podemos fazer?
não temos como manter
o que sempre foram
nem podemos ficar
com os velhos sinais
gostamos das substituições
fossem novas ocorrências
buzinamos
apitamos
batemos tambores
retesamos arcos de violinos
em na contramão
escondidos dos sinais
trocados em altas tores
fechamos as janelas
de grossos vidros.
(Pedro Du Bois, inédito)
trazidos do começo
se nada de melhor
encontramos: mantemos
a tradição?
que mais podemos fazer?
não temos como manter
o que sempre foram
nem podemos ficar
com os velhos sinais
gostamos das substituições
fossem novas ocorrências
buzinamos
apitamos
batemos tambores
retesamos arcos de violinos
em na contramão
escondidos dos sinais
trocados em altas tores
fechamos as janelas
de grossos vidros.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
domingo, 3 de setembro de 2017
VELHOS
A repetição
esconde a ineficácia
de quem dela se aproveita
alunos repetem
antigos mestres
envelhecidos
alunos.
(Pedro Du Bois, inédito)
esconde a ineficácia
de quem dela se aproveita
alunos repetem
antigos mestres
envelhecidos
alunos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
RESTANTE
considero as possibilidades
calculo ângulos
retas
infortúnios
considero as possibilidades
entre o querer e o pedir
apenas resíduos
considero o imponderável
acontecido entre nós
magicamente
considero o suficiente em olhos
ouvidos
rabos de sereias
de mentirosas palavras
(no final) nada considero
nem pondero
nem especulo
nem calculo possibilidades
no restante: resto
(Pedro Du Bois, inédito)
calculo ângulos
retas
infortúnios
considero as possibilidades
entre o querer e o pedir
apenas resíduos
considero o imponderável
acontecido entre nós
magicamente
considero o suficiente em olhos
ouvidos
rabos de sereias
de mentirosas palavras
(no final) nada considero
nem pondero
nem especulo
nem calculo possibilidades
no restante: resto
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
REENCONTROS
Quem reencontro
em anos ausentes
quem reencontro
em caminhos presentes
quem não reconheço
em passagens perenes
quem não me reconhece
em tempos de oferenda.
(Pedro Du Bois, inédito)
em anos ausentes
quem reencontro
em caminhos presentes
quem não reconheço
em passagens perenes
quem não me reconhece
em tempos de oferenda.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 29 de agosto de 2017
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
NÃO FLORESCEM
Difícil imaginar palavras
em tons noturnos
palavras são claras
mesmo ditas e escritas
de modo obtuso
difícil entender o sentido
nas palavras ásperas e cruas
em secos versos
invernais.
(Pedro Du Bois, inédito)
em tons noturnos
palavras são claras
mesmo ditas e escritas
de modo obtuso
difícil entender o sentido
nas palavras ásperas e cruas
em secos versos
invernais.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
FRAGMENTOS
Retenho o que posso
fragmentos
o perdido olhar da mulher que passa
cigarro aceso ao descer do ônibus
ansiedade urbana
recolhida entre praças
ruas
calçadas
desfragmento o olhar da mulher
que passa
apagado o cigarro
resta a fumaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
fragmentos
o perdido olhar da mulher que passa
cigarro aceso ao descer do ônibus
ansiedade urbana
recolhida entre praças
ruas
calçadas
desfragmento o olhar da mulher
que passa
apagado o cigarro
resta a fumaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
ÁGUAS
A água conserva
o que perdemos
o caldo original
a originalidade da seiva
o sangue que circulou
em nosso corpo
a água mantém
o que da terra exaure
renovado em chuvas
sobre nossas cabeças.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 20 de agosto de 2017
sábado, 19 de agosto de 2017
SOBRESSALTO
Vivo sobressaltado
espiando o tempo
margeado pelo muro
de escalada calçada
na imperiosa ótica
de que tudo faz mal
mal nenhum
mal-me-quer
mal consigo sair
em desabalada carreira
de fumaça e fogo
de todos os estorvos
e os corvos em roda
no tonto prazer
de tanto prazer
em prazeroso
fugir.
(Pedro Du Bois, inédito)
espiando o tempo
margeado pelo muro
de escalada calçada
na imperiosa ótica
de que tudo faz mal
mal nenhum
mal-me-quer
mal consigo sair
em desabalada carreira
de fumaça e fogo
de todos os estorvos
e os corvos em roda
no tonto prazer
de tanto prazer
em prazeroso
fugir.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
O QUE FOI
Não são as paredes
portas fechadas
caminhos obstruídos
pedras e paus
barreiras sociais
psicológicas
psicopatológicas
a falta de preparo físico
técnico
tecnológico
o que não escrevo
como não me conservo
desde quando não me comunico
(apenas isso)
a raiva carregada
o desprezo entrevisto
a reprovação
na última prova de vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
portas fechadas
caminhos obstruídos
pedras e paus
barreiras sociais
psicológicas
psicopatológicas
a falta de preparo físico
técnico
tecnológico
o que não escrevo
como não me conservo
desde quando não me comunico
(apenas isso)
a raiva carregada
o desprezo entrevisto
a reprovação
na última prova de vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 15 de agosto de 2017
LUGARES
Em tantos filmes gostaríamos de estar
ao lado do mocinho - se bem apessoado
cuidando da mocinha - nos seriados
em tantos romances queríamos estar
entre os protagonistas de capa e espada
figurantes nas questões de estado
em tantas conversas participar
junto aos velhos que se repetem
em mulheres filhos e empregados
em outras questões ter lugar
nos olhos do dragão: mirar a trajetória
do fogo e no pulo do leão sobre a presa
nos lugares em que não estivemos
entre o calor do colo que não reconhecemos
nas brasas sobre o chão em que nos queimamos.
(Pedro Du Bois, inédito)
ao lado do mocinho - se bem apessoado
cuidando da mocinha - nos seriados
em tantos romances queríamos estar
entre os protagonistas de capa e espada
figurantes nas questões de estado
em tantas conversas participar
junto aos velhos que se repetem
em mulheres filhos e empregados
em outras questões ter lugar
nos olhos do dragão: mirar a trajetória
do fogo e no pulo do leão sobre a presa
nos lugares em que não estivemos
entre o calor do colo que não reconhecemos
nas brasas sobre o chão em que nos queimamos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 13 de agosto de 2017
ONDE
Em vão procuro teu corpo
deserta cama de alinhados lençóis
em vão espero teu sinal
inaudível sopro de outra boca
em vão espelho o olhar
inalcançável corpo em queda
em vão sei não te encontrar
onde repousam os pensamentos
nos desvãos da memória.
(Pedro Du Bois, inédito)
deserta cama de alinhados lençóis
em vão espero teu sinal
inaudível sopro de outra boca
em vão espelho o olhar
inalcançável corpo em queda
em vão sei não te encontrar
onde repousam os pensamentos
nos desvãos da memória.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 9 de agosto de 2017
INDICAÇÕES
A seta indica
o comportado caminho
(até certo ponto)
que não prejudica
o caminhar
a seta não indica
pontos inconclusos
em passagens obtusas
nem interrupções da passagem
em corações quebrados
orgulhos feridos
ódio mortal.
(Pedro Du Bois, inédito)
o comportado caminho
(até certo ponto)
que não prejudica
o caminhar
a seta não indica
pontos inconclusos
em passagens obtusas
nem interrupções da passagem
em corações quebrados
orgulhos feridos
ódio mortal.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 8 de agosto de 2017
Revista Cerrado Cultural
Homenagem Tardia, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/homenagem-tardia.html
Late Homage, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/late-homage.html
Comodidade, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/comodidade.html
Convenience, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/comodidade.html
Death, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/death.html
Morte, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/morte.html
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/homenagem-tardia.html
Late Homage, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/late-homage.html
Comodidade, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/comodidade.html
Convenience, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/comodidade.html
Death, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/death.html
Morte, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/08/morte.html
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
FEIÇÕES
O trabalho
de cobrir o corpo
sem espiar o rosto
sem a visão
das feições da morte
a morte ameniza as feições
do que foi o rosto
corpo inerte na calçada: jornais
cobrem as feições
que não existem mais.
(Pedro Du Bois, inédito)
de cobrir o corpo
sem espiar o rosto
sem a visão
das feições da morte
a morte ameniza as feições
do que foi o rosto
corpo inerte na calçada: jornais
cobrem as feições
que não existem mais.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 6 de agosto de 2017
sábado, 5 de agosto de 2017
IMAGENS
O espelho translúcido
devolve convexas
imagens fragmentadas
do corpo em comparações
não se enxerga como aquele
que acompanha seu caminho
de longo trajeto
delineia o estranho vulto
fixado em olhos sobre o corpo
que poderia ser seu.
(Pedro Du Bois, inédito)
devolve convexas
imagens fragmentadas
do corpo em comparações
não se enxerga como aquele
que acompanha seu caminho
de longo trajeto
delineia o estranho vulto
fixado em olhos sobre o corpo
que poderia ser seu.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
RETER
o que resta
memória
quebra-cabeça
disposto em cacos
mosaicos datados
no esquecimento
de eras imemoriais
(Pedro Du Bois, inédito)
memória
quebra-cabeça
disposto em cacos
mosaicos datados
no esquecimento
de eras imemoriais
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 1 de agosto de 2017
DÚVIDAS
Buscamos sentidos
desencavamos fósseis
desarrumamos estantes
espiamos cantos escuros
precisamos do sentido
em respostas
provas
evidências
(meras) conjecturas
na dúvida perenizamos o medo
deixado pelos falsos profetas.
(Pedro Du Bois, inédito)
desencavamos fósseis
desarrumamos estantes
espiamos cantos escuros
precisamos do sentido
em respostas
provas
evidências
(meras) conjecturas
na dúvida perenizamos o medo
deixado pelos falsos profetas.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 31 de julho de 2017
domingo, 30 de julho de 2017
QUANDO
Quando a fome aperta
sanduíches e sucos
quando a saudade aumenta
chocolates e doces
quando a razão desperta
verdes folhas e adoçantes
quando a paixão se manifesta
afrodisíacos afrodisíacos
quando o portão se abre
cores espalham o horizonte
quando esqueço o sentimento
sento e assisto corro e colho
a última flor com que recomeço.
(Pedro Du Bois, inédito)
sanduíches e sucos
quando a saudade aumenta
chocolates e doces
quando a razão desperta
verdes folhas e adoçantes
quando a paixão se manifesta
afrodisíacos afrodisíacos
quando o portão se abre
cores espalham o horizonte
quando esqueço o sentimento
sento e assisto corro e colho
a última flor com que recomeço.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 28 de julho de 2017
meiotom poesia&prosa
Homenagem Tardia / Late Homage, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo17tardia.html
http://www.meiotom.art.br/dupo17tardia.html
GLÓRIA
Busco a glória do meu povo:
homens anônimos nas ruas
seres perscrutando números
mulheres no suor da faina
busco amores entre meu povo:
homens receosos do mando
seres retorcidos sem voz
mulheres em novas gestações
busco luzes que iluminem meu povo:
seres apagados em telas foscas
homens ávidos sobre mulheres
mulheres chorosas em folhetins
nenhuma cadeira na calçada
nenhuma gostosa risada
nenhum pai a brincar com os filhos
nenhum casal se divertindo na cama.
(Pedro Du Bois, inédito)
homens anônimos nas ruas
seres perscrutando números
mulheres no suor da faina
busco amores entre meu povo:
homens receosos do mando
seres retorcidos sem voz
mulheres em novas gestações
busco luzes que iluminem meu povo:
seres apagados em telas foscas
homens ávidos sobre mulheres
mulheres chorosas em folhetins
nenhuma cadeira na calçada
nenhuma gostosa risada
nenhum pai a brincar com os filhos
nenhum casal se divertindo na cama.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 26 de julho de 2017
CONSTATAÇÃO
Abraçados
cabeça em seu peito
diz baixinho: "iremos
para o inferno"
sem esboçar gestos
aproxima a boca
do seu ouvido
e balbucia: "estamos
no inferno"
único impulso
todas as quedas.
(Pedro Du Bois, inédito)
cabeça em seu peito
diz baixinho: "iremos
para o inferno"
sem esboçar gestos
aproxima a boca
do seu ouvido
e balbucia: "estamos
no inferno"
único impulso
todas as quedas.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 24 de julho de 2017
COMPROMETER
Na melhor resposta
que não sei dar
não cobro explicações
nem me considero comprometido
com qualquer projeto
na melhor proposta
que não faço
não me ofereço ao trabalho
nem me considero comprometido
com qualquer serviço
na melhor resposta
em voz baixa
entredentes
minha última sentença
sem comprometimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
que não sei dar
não cobro explicações
nem me considero comprometido
com qualquer projeto
na melhor proposta
que não faço
não me ofereço ao trabalho
nem me considero comprometido
com qualquer serviço
na melhor resposta
em voz baixa
entredentes
minha última sentença
sem comprometimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 23 de julho de 2017
sábado, 22 de julho de 2017
HOMENS
Homens vindos pelo mar
da esperança
encontram terras de fartura
ao fugir do destino
inóspito
dão suas vidas pela bandeira
alto estandarte
memória
de terras deixadas
sem futuro
sem regresso
no atraso personificado
homens ao mar antes
de encontrar outras terras
de perdições submersas.
(Pedro Du Bois, inédito)
da esperança
encontram terras de fartura
ao fugir do destino
inóspito
dão suas vidas pela bandeira
alto estandarte
memória
de terras deixadas
sem futuro
sem regresso
no atraso personificado
homens ao mar antes
de encontrar outras terras
de perdições submersas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 20 de julho de 2017
VER
Vejo
não há sorriso
em teu rosto
apenas o anel
cintila no gesto
encostada em algo
porta?
janela?
portal?
vejo
como devia:
não há trevo sobre a porta
por onde passas.
(Pedro Du Bois, inédito)
não há sorriso
em teu rosto
apenas o anel
cintila no gesto
encostada em algo
porta?
janela?
portal?
vejo
como devia:
não há trevo sobre a porta
por onde passas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 19 de julho de 2017
terça-feira, 18 de julho de 2017
OUTRA VISÃO
Quando olharem para o norte
olhe para o leste
poderá não ser a melhor vista
mas será apenas sua
quando olharem o atacante
na corrida em direção do gol
olhe para o goleiro angustiado
por não poder participar
quando olharem os gestos da aeromoça
explicando procedimentos de emergência
olhe para o seus olhos na fria visão
de quem sabe não valer a pena
vale a pena na multidão olhar o outro lado
onde o pipoqueiro vende sua mercadoria
impassível diante do espetáculo.
(Pedro Du Bois, inédito)
olhe para o leste
poderá não ser a melhor vista
mas será apenas sua
quando olharem o atacante
na corrida em direção do gol
olhe para o goleiro angustiado
por não poder participar
quando olharem os gestos da aeromoça
explicando procedimentos de emergência
olhe para o seus olhos na fria visão
de quem sabe não valer a pena
vale a pena na multidão olhar o outro lado
onde o pipoqueiro vende sua mercadoria
impassível diante do espetáculo.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 16 de julho de 2017
ESPERA
Todas
as horas
significam
tempos
desperdiçados
em outras
horas e tempos
quando não estás.
(Pedro Du Bois, inédito)
as horas
significam
tempos
desperdiçados
em outras
horas e tempos
quando não estás.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 14 de julho de 2017
TEMPOS
Imperceptivelmente
(i)mutável
no horizonte
nosso planeta
em vida
vermes conhecem as mudanças
esporos entendem as nuances
a luz estelar avisa do cansaço
nem ouvimos
nem entendemos
o devido saber
mudanças carregam tempos
roubados de nossa temporalidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
(i)mutável
no horizonte
nosso planeta
em vida
vermes conhecem as mudanças
esporos entendem as nuances
a luz estelar avisa do cansaço
nem ouvimos
nem entendemos
o devido saber
mudanças carregam tempos
roubados de nossa temporalidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 12 de julho de 2017
AQUI: ALI JÁ É LÁ
diminuta distância
separa os corpos
que se expressam em cena
não há cenário que esconda
corpos que se mostram
em sucessivas imagens
aqui: perto de todos
ali: longe de todos
lá: apenas o lado de fora
nenhuma distância nos separa
apenas o aqui e o ali
fazem longe o que lá está.
(Pedro Du Bois, inédito)
separa os corpos
que se expressam em cena
não há cenário que esconda
corpos que se mostram
em sucessivas imagens
aqui: perto de todos
ali: longe de todos
lá: apenas o lado de fora
nenhuma distância nos separa
apenas o aqui e o ali
fazem longe o que lá está.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 10 de julho de 2017
AMIGOS
O trabalho supre a solidão
existe
exige
espelho maior
a passagem amplia
a paisagem interior
aumenta a sensação
de estar só.
(Pedro Du Bois, inédito)
existe
exige
espelho maior
a passagem amplia
a paisagem interior
aumenta a sensação
de estar só.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 8 de julho de 2017
SOLIDÃO
Tantas vezes a solidão
ao caminhar pelas calçadas:
não olha para os lados
que a ninguém reconhece
a solidão entre paredes
e muros em tempos
de portas e janelas
cerradas: ninguém
entra ou sai
tantas vezes a solidão
no olhar vago pelas calçadas:
apenas o vento e a chuva
são companheiros.
(Pedro Du Bois, inédito)
ao caminhar pelas calçadas:
não olha para os lados
que a ninguém reconhece
a solidão entre paredes
e muros em tempos
de portas e janelas
cerradas: ninguém
entra ou sai
tantas vezes a solidão
no olhar vago pelas calçadas:
apenas o vento e a chuva
são companheiros.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de julho de 2017
quinta-feira, 6 de julho de 2017
AJUDA
Dispenso a ajuda
cuido dos anzóis
mesmo sem peixes
permaneço na beira do rio
na pesca de sentimentos
reavivo pensamentos
pertencentes aos sonhos
impossível conseguir ajuda
na inaceitável fuga ao sacrifício
que me torna impossível
sair da beira do rio.
(Pedro Du Bois, inédito)
cuido dos anzóis
mesmo sem peixes
permaneço na beira do rio
na pesca de sentimentos
reavivo pensamentos
pertencentes aos sonhos
impossível conseguir ajuda
na inaceitável fuga ao sacrifício
que me torna impossível
sair da beira do rio.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 5 de julho de 2017
terça-feira, 4 de julho de 2017
SOLIDÃO
A solidão nos pequenos gestos
que me acompanham
nem arrumo a mesa
nem dependuro a toalha
nem refaço a cama
a solidão desvelada em fases:
faces que não
me acompanham
arrumo a mesa
dependuro a toalha
refaço a cama.
(Pedro Du Bois, inédito)
que me acompanham
nem arrumo a mesa
nem dependuro a toalha
nem refaço a cama
a solidão desvelada em fases:
faces que não
me acompanham
arrumo a mesa
dependuro a toalha
refaço a cama.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 3 de julho de 2017
domingo, 2 de julho de 2017
COROAS
As cabeças coroadas
fossem penachos de aves
no último canto
não vislumbro sorrisos
nem vestígios de arrumações
(in)comuns como sempre
em faces impassíveis
todo nobre se apresenta
na certeza do clima
de final de festa
nenhuma coroa retorna
ao armário envidraçado.
(Pedro Du Bois, inédito)
fossem penachos de aves
no último canto
não vislumbro sorrisos
nem vestígios de arrumações
(in)comuns como sempre
em faces impassíveis
todo nobre se apresenta
na certeza do clima
de final de festa
nenhuma coroa retorna
ao armário envidraçado.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 30 de junho de 2017
PERMISSÕES
Permitida a severa censura
em prévia autorização
pela hora de chegar
e ir embora
são permitidas estreitas
margens no caminho
com restritas faixas
de insegurança
permitem que possamos
descobrir os limites
entender os limites
em limitações.
(Pedro Du Bois, inédito)
em prévia autorização
pela hora de chegar
e ir embora
são permitidas estreitas
margens no caminho
com restritas faixas
de insegurança
permitem que possamos
descobrir os limites
entender os limites
em limitações.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Sobre o Amor
Coluna de Sueli Gehlen Frosi, no Jornal Diário da Manhã,
Passo Fundo, RS, em 17.06.2017, tendo por motivo o meu
livro "Tânia":
http://www.diariodamanha.com/blog/vermateria/1815/Sobre+o+amor%21
Passo Fundo, RS, em 17.06.2017, tendo por motivo o meu
livro "Tânia":
http://www.diariodamanha.com/blog/vermateria/1815/Sobre+o+amor%21
COLEÇÃO DE PALAVRAS
Jornal O Nacional, Passo Fundo, RS
Coleção de palavras
23/06/2017 às 08:00, por Gilberto Cunha
Coleção de Palavras, eis um título irretocável e
“aparentemente adequado” para um livro de poemas.
Friso o “aparentemente adequado” e faço um convite
à reflexão: seria COLEÇÃO DE PALAVRAS uma boa
definição de poema? Não, indubitavelmente não!
Ainda assim, esse título do novo livro de Pedro
Du Bois, em minha opinião, continua merecedor
do epiteto irretocável e adequado. Por quê? Tentar
responder a essa indagação é a intenção do colunista,
que , por especial deferência do autor, foi agraciado
com o convite para assinar o prefácio dessa obra.
Oxalá isso aconteça!
Um verdadeiro poema não é uma mera coleção
de palavras, embora as palavras sejam a matéria-prima
que os POETAS usam para tecer versos. As palavras são
apenas símbolos. Nada mais que símbolos, não raros
mortos, quando isoladas ou, em certos casos, até mesmo
incrustadas em versos bem rimados. A revelação da poesia
oculta nas palavras usadas em versos é o trabalho que
compete ao POETA.
O POETA não é um colecionador de palavras. Talvez essa
seja uma boa definição para um dicionarista. O POETA,
antes de tudo, é um colecionador de emoções. O verdadeiro
POETA consegue expressar de formar singular e cabal,
ao tocar na emotividade do leitor, aquilo que muito tentaram
por outros meios, inclusive
usando palavras, mas não conseguiram. As emoções estão
escondidas nas palavras. E o dever do POETA é encontrá-las
e deixá-las a descoberto, disponíveis aos olhos do leitor.
Quando isso acontece, a verdadeira poesia é produzida e não
apenas mais um poema. Ninguém consegue ser POETA o tempo
todo e nem todos os versos que produz virarão necessariamente
poesia. Até porque isso não depende apenas do POETA, por mais
hábil que ele seja. Para cada poema produzido, é travada uma
espécie de diálogo intimo entre o POETA e o LEITOR, cujos versos
ganham sentido não pelo significado das palavras, mas pela
imaginação e pelas emoções que suscitam. Assim, para alguns
leitores um poema pode não passar de uma coleção de palavras
e para outros ganhar o status de coleção de emoções.
Pedro Du Bois é um singular versejador e POETA profícuo,
como bem atesta a sua vasta produção literária. É um menestrel
do verso livre. E nesse novo livro, COLEÇÃO DE PALAVRAS, ele
mantem a tradição de produzir boa poesia, ao transformar,
majoritariamente, uma coleção de palavras (poemas) em uma
coleção de emoções (poesia). Com isso, justifica que, se a
um prosador ficcionista basta ter fidelidade com a imaginação,
ao POETA cabe ser fiel com a emoção. E Pedro Du Bois, em
COLEÇÃO DE PALAVRAS, não ignora e nem deixa de lado essa
obrigação do POETA. Pelo contrário, leva-a a sério ao extremo.
Por último, cumpre a esse colunista o dever de honestidade
com os futuros leitores: há poemas (coleção de palavras) e
muita poesia (coleção e emoções) nesse livro, como, aliás, frise-se
isso, sói acontecer em todo livro de poemas. Cada leitor, assim
como eu fui, será tocado de forma diferente na sua emotividade
pelos versos de Pedro Du Bois. Eu, entre tantos, à guisa de exemplo
apenas, destaco como os meus versos preferidos os do poema
ERRO: “Recebo a encomenda não solicitada: abro a embalagem
e surpreso encontro o objeto sonhado/ Comunico a não devolução
do fato e a sua apropriação indébita: sou indevido proprietário.”
Que cada leitor pegue o seu significado para esses versos,
que certamente será diferente do meu. E isso é poesia! Isso
é emoção! Que você, prezado leitor, encontre mais emoções
do que palavras, nessa coleção de poemas de Pedro Du Bois.
É o meu desejo!
E como bem frisou Pedro Du Bois, justificando a publicação
do livro: “poucas oportunidades tem o poeta para expor
seus versos”. Razão pela qual, antecipam-se agradecimentos.
O livro foi publicado com a chancela do Projeto Passo Fundo
de Apoio à Cultura (http://www.projetopassofundo.com.br/) e
pode ser adquirido na Delta Livraria e Papelaria, em Passo Fundo.
23/06/2017 às 08:00, por Gilberto Cunha
Coleção de Palavras, eis um título irretocável e
“aparentemente adequado” para um livro de poemas.
Friso o “aparentemente adequado” e faço um convite
à reflexão: seria COLEÇÃO DE PALAVRAS uma boa
definição de poema? Não, indubitavelmente não!
Ainda assim, esse título do novo livro de Pedro
Du Bois, em minha opinião, continua merecedor
do epiteto irretocável e adequado. Por quê? Tentar
responder a essa indagação é a intenção do colunista,
que , por especial deferência do autor, foi agraciado
com o convite para assinar o prefácio dessa obra.
Oxalá isso aconteça!
“aparentemente adequado” para um livro de poemas.
Friso o “aparentemente adequado” e faço um convite
à reflexão: seria COLEÇÃO DE PALAVRAS uma boa
definição de poema? Não, indubitavelmente não!
Ainda assim, esse título do novo livro de Pedro
Du Bois, em minha opinião, continua merecedor
do epiteto irretocável e adequado. Por quê? Tentar
responder a essa indagação é a intenção do colunista,
que , por especial deferência do autor, foi agraciado
com o convite para assinar o prefácio dessa obra.
Oxalá isso aconteça!
Um verdadeiro poema não é uma mera coleção
de palavras, embora as palavras sejam a matéria-prima
que os POETAS usam para tecer versos. As palavras são
apenas símbolos. Nada mais que símbolos, não raros
mortos, quando isoladas ou, em certos casos, até mesmo
incrustadas em versos bem rimados. A revelação da poesia
oculta nas palavras usadas em versos é o trabalho que
compete ao POETA.
de palavras, embora as palavras sejam a matéria-prima
que os POETAS usam para tecer versos. As palavras são
apenas símbolos. Nada mais que símbolos, não raros
mortos, quando isoladas ou, em certos casos, até mesmo
incrustadas em versos bem rimados. A revelação da poesia
oculta nas palavras usadas em versos é o trabalho que
compete ao POETA.
O POETA não é um colecionador de palavras. Talvez essa
seja uma boa definição para um dicionarista. O POETA,
antes de tudo, é um colecionador de emoções. O verdadeiro
POETA consegue expressar de formar singular e cabal,
ao tocar na emotividade do leitor, aquilo que muito tentaram
por outros meios, inclusive
usando palavras, mas não conseguiram. As emoções estão
escondidas nas palavras. E o dever do POETA é encontrá-las
seja uma boa definição para um dicionarista. O POETA,
antes de tudo, é um colecionador de emoções. O verdadeiro
POETA consegue expressar de formar singular e cabal,
ao tocar na emotividade do leitor, aquilo que muito tentaram
por outros meios, inclusive
usando palavras, mas não conseguiram. As emoções estão
escondidas nas palavras. E o dever do POETA é encontrá-las
e deixá-las a descoberto, disponíveis aos olhos do leitor.
Quando isso acontece, a verdadeira poesia é produzida e não
apenas mais um poema. Ninguém consegue ser POETA o tempo
todo e nem todos os versos que produz virarão necessariamente
poesia. Até porque isso não depende apenas do POETA, por mais
hábil que ele seja. Para cada poema produzido, é travada uma
espécie de diálogo intimo entre o POETA e o LEITOR, cujos versos
ganham sentido não pelo significado das palavras, mas pela
imaginação e pelas emoções que suscitam. Assim, para alguns
leitores um poema pode não passar de uma coleção de palavras
e para outros ganhar o status de coleção de emoções.
Quando isso acontece, a verdadeira poesia é produzida e não
apenas mais um poema. Ninguém consegue ser POETA o tempo
todo e nem todos os versos que produz virarão necessariamente
poesia. Até porque isso não depende apenas do POETA, por mais
hábil que ele seja. Para cada poema produzido, é travada uma
espécie de diálogo intimo entre o POETA e o LEITOR, cujos versos
ganham sentido não pelo significado das palavras, mas pela
imaginação e pelas emoções que suscitam. Assim, para alguns
leitores um poema pode não passar de uma coleção de palavras
e para outros ganhar o status de coleção de emoções.
Pedro Du Bois é um singular versejador e POETA profícuo,
como bem atesta a sua vasta produção literária. É um menestrel
do verso livre. E nesse novo livro, COLEÇÃO DE PALAVRAS, ele
mantem a tradição de produzir boa poesia, ao transformar,
majoritariamente, uma coleção de palavras (poemas) em uma
coleção de emoções (poesia). Com isso, justifica que, se a
um prosador ficcionista basta ter fidelidade com a imaginação,
ao POETA cabe ser fiel com a emoção. E Pedro Du Bois, em
COLEÇÃO DE PALAVRAS, não ignora e nem deixa de lado essa
obrigação do POETA. Pelo contrário, leva-a a sério ao extremo.
como bem atesta a sua vasta produção literária. É um menestrel
do verso livre. E nesse novo livro, COLEÇÃO DE PALAVRAS, ele
mantem a tradição de produzir boa poesia, ao transformar,
majoritariamente, uma coleção de palavras (poemas) em uma
coleção de emoções (poesia). Com isso, justifica que, se a
um prosador ficcionista basta ter fidelidade com a imaginação,
ao POETA cabe ser fiel com a emoção. E Pedro Du Bois, em
COLEÇÃO DE PALAVRAS, não ignora e nem deixa de lado essa
obrigação do POETA. Pelo contrário, leva-a a sério ao extremo.
Por último, cumpre a esse colunista o dever de honestidade
com os futuros leitores: há poemas (coleção de palavras) e
muita poesia (coleção e emoções) nesse livro, como, aliás, frise-se
isso, sói acontecer em todo livro de poemas. Cada leitor, assim
como eu fui, será tocado de forma diferente na sua emotividade
pelos versos de Pedro Du Bois. Eu, entre tantos, à guisa de exemplo
com os futuros leitores: há poemas (coleção de palavras) e
muita poesia (coleção e emoções) nesse livro, como, aliás, frise-se
isso, sói acontecer em todo livro de poemas. Cada leitor, assim
como eu fui, será tocado de forma diferente na sua emotividade
pelos versos de Pedro Du Bois. Eu, entre tantos, à guisa de exemplo
apenas, destaco como os meus versos preferidos os do poema
ERRO: “Recebo a encomenda não solicitada: abro a embalagem
e surpreso encontro o objeto sonhado/ Comunico a não devolução
ERRO: “Recebo a encomenda não solicitada: abro a embalagem
e surpreso encontro o objeto sonhado/ Comunico a não devolução
do fato e a sua apropriação indébita: sou indevido proprietário.”
Que cada leitor pegue o seu significado para esses versos,
que certamente será diferente do meu. E isso é poesia! Isso
é emoção! Que você, prezado leitor, encontre mais emoções
do que palavras, nessa coleção de poemas de Pedro Du Bois.
É o meu desejo!
Que cada leitor pegue o seu significado para esses versos,
que certamente será diferente do meu. E isso é poesia! Isso
é emoção! Que você, prezado leitor, encontre mais emoções
do que palavras, nessa coleção de poemas de Pedro Du Bois.
É o meu desejo!
E como bem frisou Pedro Du Bois, justificando a publicação
do livro: “poucas oportunidades tem o poeta para expor
seus versos”. Razão pela qual, antecipam-se agradecimentos.
do livro: “poucas oportunidades tem o poeta para expor
seus versos”. Razão pela qual, antecipam-se agradecimentos.
O livro foi publicado com a chancela do Projeto Passo Fundo
de Apoio à Cultura (http://www.projetopassofundo.com.br/) e
pode ser adquirido na Delta Livraria e Papelaria, em Passo Fundo.
de Apoio à Cultura (http://www.projetopassofundo.com.br/) e
pode ser adquirido na Delta Livraria e Papelaria, em Passo Fundo.
terça-feira, 13 de junho de 2017
O QUE NÃO PENSARAM
Quando os povos nômades
entenderam o cultivo da terra
e se adonaram das cavernas
tiveram cães por companheiros
para afastar as feras
não tiveram clarividência
para evitar (in)certos exageros
no viver sedentário
águas frias
noites frias
estações frias
muito mormaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
entenderam o cultivo da terra
e se adonaram das cavernas
tiveram cães por companheiros
para afastar as feras
não tiveram clarividência
para evitar (in)certos exageros
no viver sedentário
águas frias
noites frias
estações frias
muito mormaço.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 12 de junho de 2017
domingo, 11 de junho de 2017
ANUNCIAR
Arauto
em chegada estelar
de última lembrança
quem de nós merece
o contato?
arauto
em intergalática viagem
de últimas lembranças
quem de nós esquece
o contato?
arautos
transitam estrelas
em silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
em chegada estelar
de última lembrança
quem de nós merece
o contato?
arauto
em intergalática viagem
de últimas lembranças
quem de nós esquece
o contato?
arautos
transitam estrelas
em silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 9 de junho de 2017
ÚLTIMO GOLE
Tantos interesses sustentam
cada amizade
podem as amizades sustentar
os interesses
- mesa dos fundos
copo pela metade
de bebida quente -
tantas amizades sobrevivem
aos interesses
podem os interesses
desabrochar em amizades
- último gole
garrafa vazia.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 7 de junho de 2017
CABEÇAS
Quando a pressão aumenta
em nossas cabeças
fazemos o que não devíamos
quando a expressão explode
nossas cabeças
temos o que não devíamos
quando a tempestade passa
sobre nossas cabeças
esperamos voltar a viver
(tarde demais)
pressões deixam marcas indeléveis
e nossas cabeças não são as mesmas.
(Pedro Du Bois, inédito)
em nossas cabeças
fazemos o que não devíamos
quando a expressão explode
nossas cabeças
temos o que não devíamos
quando a tempestade passa
sobre nossas cabeças
esperamos voltar a viver
(tarde demais)
pressões deixam marcas indeléveis
e nossas cabeças não são as mesmas.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 5 de junho de 2017
PESSOAS
Milhares de pessoas
milhões de pessoas
bilhões de pessoas
quando chegamos éramos poucos
muitos
tentamos o início
na fusão do átomo
poucos sobreviventes
milhares
milhões
bilhões morrerão
em despreocupado futuro.
(Pedro Du Bois, inédito)
milhões de pessoas
bilhões de pessoas
quando chegamos éramos poucos
muitos
tentamos o início
na fusão do átomo
poucos sobreviventes
milhares
milhões
bilhões morrerão
em despreocupado futuro.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 3 de junho de 2017
PARALELAS
Outra vida a ser consumida
em paralela linha enigmática
oferecida como oportunidade
na diagonal a aventura se apresenta
em curva aberta para a larga reta
da nova visão de vida
esqueço o buraco da agulha
no tormento de todos os dias
pelo espaço onde flui a vida
outra vívida oportunidade
na esperança de luzes
que anunciam o inverno
sem mais paralelas.
(Pedro Du Bois, inédito)
em paralela linha enigmática
oferecida como oportunidade
na diagonal a aventura se apresenta
em curva aberta para a larga reta
da nova visão de vida
esqueço o buraco da agulha
no tormento de todos os dias
pelo espaço onde flui a vida
outra vívida oportunidade
na esperança de luzes
que anunciam o inverno
sem mais paralelas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 2 de junho de 2017
quinta-feira, 1 de junho de 2017
AGRADECER
Se no final
da cerimônia
aplaudimos
nossos deuses
agradecem
com curvados corpos
em mesuras?
(Pedro Du Bois, inédito)
da cerimônia
aplaudimos
nossos deuses
agradecem
com curvados corpos
em mesuras?
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 30 de maio de 2017
DESTINO
Destino avesso
no pensado
examinado
projetado
vasculhado
programado
executado
bem sucedido
não há a sua participação
só se apresenta quando
nada dá certo:
é o destino...
(Pedro Du Bois, inédito)
no pensado
examinado
projetado
vasculhado
programado
executado
bem sucedido
não há a sua participação
só se apresenta quando
nada dá certo:
é o destino...
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 28 de maio de 2017
SÓIS
A pele áspera
desdobrada em rugas
tanto naturais somos
até da luz solar
precisamos nos proteger
com naturalidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
desdobrada em rugas
tanto naturais somos
até da luz solar
precisamos nos proteger
com naturalidade.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 27 de maio de 2017
sexta-feira, 26 de maio de 2017
CANIBAIS
O canibalismo regrediu
tanto os escolhidos
se lamentavam
na hora do abate
não aguentamos lamentações
cachorros não são comidos
pela maioria dos povos
por conta de seus olhos tristes.
(Pedro Du Bois, inédito)
tanto os escolhidos
se lamentavam
na hora do abate
não aguentamos lamentações
cachorros não são comidos
pela maioria dos povos
por conta de seus olhos tristes.
(Pedro Du Bois, inédito)
Isla Negra 13/444
Pedro Du Bois
Brasil -1947
Ir embora
Ao ir embora sabe:
não se mudam
as regras
inexistentes
(o peso da paixão
o peso do caixão
a prisão)
sobrevoa o lugar aberto
em barulhos e na rua
percebe vultos escondidos
regras intercaladas
na jogada aérea
sobre a área
(o piso frio recebe corpos
amantes: a entrega vai embora
aos poucos).
quarta-feira, 24 de maio de 2017
SEM HONRAS OU GLÓRIAS
Dias sombrios
com temperaturas amenas
em ruas molhadas
pessoas pelas ruas
para destinos certos
sem passeios
pés em calçados
casacos
guarda-chuvas
dias em que vivemos
repetidamente
sem honras ou glórias.
(Pedro Du Bois, inédito)
com temperaturas amenas
em ruas molhadas
pessoas pelas ruas
para destinos certos
sem passeios
pés em calçados
casacos
guarda-chuvas
dias em que vivemos
repetidamente
sem honras ou glórias.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 23 de maio de 2017
segunda-feira, 22 de maio de 2017
FIM DE GUERRA
No fim da guerra
olhos buscam
a possível recuperação
reconstruídos
os campos de batalhas
retornam suas atividades diárias
campo
campo
cidade
cidade
no final da guerra
olhos escondem
a impossível recuperação
destruídos
campos
e cidade
sonham recuperações.
(Pedro Du Bois, inédito)
olhos buscam
a possível recuperação
reconstruídos
os campos de batalhas
retornam suas atividades diárias
campo
campo
cidade
cidade
no final da guerra
olhos escondem
a impossível recuperação
destruídos
campos
e cidade
sonham recuperações.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 21 de maio de 2017
sábado, 20 de maio de 2017
TRABALHO
Trabalho reiniciado
com redobrada vontade
procuro caminhos
em bifurcações de esperas:
invado o terreno alheio
e lá coloco a minha estrada
trabalho novamente paralisado:
discussões intermináveis
buscas jurídicas indefinidas
do oco da árvore
vento ásperas discussões
filosóficas.
(Pedro Du Bois, inédito)
com redobrada vontade
procuro caminhos
em bifurcações de esperas:
invado o terreno alheio
e lá coloco a minha estrada
trabalho novamente paralisado:
discussões intermináveis
buscas jurídicas indefinidas
do oco da árvore
vento ásperas discussões
filosóficas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 19 de maio de 2017
quinta-feira, 18 de maio de 2017
NOMES E TÍTULOS
Oficiais
religiosos
civis
na identificação estereotipada
a exclusão de uns e outros
títulos cassados
ao povo que aceita
apelidos e alcunhas
de nada servem os nomes
se nos desconhecemos.
(Pedro Du Bois, inédito)
religiosos
civis
na identificação estereotipada
a exclusão de uns e outros
títulos cassados
ao povo que aceita
apelidos e alcunhas
de nada servem os nomes
se nos desconhecemos.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 16 de maio de 2017
ALQUIMISTAS
recado direto em linhas tortas
espaço vago entre todos
ocupado por espertalhões
quem se apresenta dizendo
trazer a mágica ligação
com o outro lado
se no lado depois alguém
precisasse atormentar
- os daqui - para demonstrar
a sua presença
ócio (além) criativo
desprovido do ridículo
senso de quem apenas
nos faz sorrir
(Pedro Du Bois, inédito)
espaço vago entre todos
ocupado por espertalhões
quem se apresenta dizendo
trazer a mágica ligação
com o outro lado
se no lado depois alguém
precisasse atormentar
- os daqui - para demonstrar
a sua presença
ócio (além) criativo
desprovido do ridículo
senso de quem apenas
nos faz sorrir
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 14 de maio de 2017
REPRODUZIR
O nascimento representa
a conjugação de esforços
no mesmo nome
registrar o nome
perpetua a família
em outra geração
que se completa
completa a geração
ao transferir para a próxima
a condição de se repetir
nascer
antes que o tempo passe
negue a natividade
e escureça o nome
na última morte.
(Pedro Du Bois, inédito)
a conjugação de esforços
no mesmo nome
registrar o nome
perpetua a família
em outra geração
que se completa
completa a geração
ao transferir para a próxima
a condição de se repetir
nascer
antes que o tempo passe
negue a natividade
e escureça o nome
na última morte.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 12 de maio de 2017
DISPERSÃO
Estávamos juntos
e nos dispersamos
na chegada dos animais
estávamos separados
quando os animais se foram
estávamos perdidos
uns dos outros
estávamos nos reagrupando
pelo cheiro da fêmea
e o choro da cria
estávamos indo embora
na preservação da espécie.
(Pedro Du Bois, inédito)
e nos dispersamos
na chegada dos animais
estávamos separados
quando os animais se foram
estávamos perdidos
uns dos outros
estávamos nos reagrupando
pelo cheiro da fêmea
e o choro da cria
estávamos indo embora
na preservação da espécie.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 10 de maio de 2017
SAIR
Quando saí de casa
pela primeira vez
não tinha certeza
do destino
nem do retorno
quando voltei pela primeira vez
não tinha certeza de nova saída
nem se devia ter voltado
quando não mais retornei
de onde estava
a dúvida: não
devia haver saído
não havia como voltar.
(Pedro Du Bois, inédito)
pela primeira vez
não tinha certeza
do destino
nem do retorno
quando voltei pela primeira vez
não tinha certeza de nova saída
nem se devia ter voltado
quando não mais retornei
de onde estava
a dúvida: não
devia haver saído
não havia como voltar.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 8 de maio de 2017
BÁSICO
Necessidades básicas
extravagâncias atávicas
todos os dias
mais de uma vez
por dia
exóticas plantas
lavam as mãos.
(Pedro Du Bois, inédito)
extravagâncias atávicas
todos os dias
mais de uma vez
por dia
exóticas plantas
lavam as mãos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 6 de maio de 2017
CAMINHOS
Quem corta o acesso
e não nos permite entrar
contentes em olhar
quem bloqueia o caminho
e não nos permite continuar
contentes em ficar
quem de nós busca outros acessos
e se aventura em novos caminhos
não se contenta em olhar
e ficar
descobre que há único acesso
e caminho
alto preço para olhar e passar.
(Pedro Du Bois, inédito)
e não nos permite entrar
contentes em olhar
quem bloqueia o caminho
e não nos permite continuar
contentes em ficar
quem de nós busca outros acessos
e se aventura em novos caminhos
não se contenta em olhar
e ficar
descobre que há único acesso
e caminho
alto preço para olhar e passar.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 4 de maio de 2017
INVESTIGAÇÃO
Quando encerra o expediente
o investigador engaveta
seu trabalho até o próximo dia
quando cessa o seu trabalho
no final do turno o investigador
leva para casa o seu raciocínio
quando descansa após o jantar
com a família ou o lanche
na bar da esquina o investigador
não pensa no caso engavetado
quanto tenta dormir no final da noite
com o que sonha o investigador?
(Pedro Du Bois, inédito)
o investigador engaveta
seu trabalho até o próximo dia
quando cessa o seu trabalho
no final do turno o investigador
leva para casa o seu raciocínio
quando descansa após o jantar
com a família ou o lanche
na bar da esquina o investigador
não pensa no caso engavetado
quanto tenta dormir no final da noite
com o que sonha o investigador?
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 2 de maio de 2017
DESSONHOS
desimagino flores
apetaladas
desperfumadas
desinteresso vidas
incantonadas
epropriadas
inecessárias horas
desamanhecidas
dasapropriadas
desimensa estrela
não única
desseriada
(Pedro Du Bois, inédito)
apetaladas
desperfumadas
desinteresso vidas
incantonadas
epropriadas
inecessárias horas
desamanhecidas
dasapropriadas
desimensa estrela
não única
desseriada
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 1 de maio de 2017
Revista Cerrado Cultural
Exigências, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/exigencias.html
Requirements, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/requirements.html
Tenra, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/tenra.html
Tender, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/tender.html
Vergonha, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/vergonha.html
Schame, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/shame.html
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/exigencias.html
Requirements, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/requirements.html
Tenra, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/tenra.html
Tender, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/tender.html
Vergonha, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/vergonha.html
Schame, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2017/05/shame.html
Estudo Geral
Exigência / Requirements, em:
https://luis-eg.blogspot.com.br/2017/04/pedro-du-bois.html
https://luis-eg.blogspot.com.br/2017/04/pedro-du-bois.html
domingo, 30 de abril de 2017
AMANHECER
Em que hora da pré-história
tivemos o primeiro beijo
entrelaçamos as mãos
e trocamos olhares?
Quando percebemos a reprodução
na continuação da história
em que éramos personagens?
Em que noite entendemos a luz do fogo
mostrar nossos rostos em cavernas
multiplicadas no medo das sombras
entre paredes afugentar os predadores?
Quando começamos a amanhecer?
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 28 de abril de 2017
PRIMEIRA VEZ
Na primeira vez em que nos dispersamos
não tínhamos consciência do que fizemos
apenas nos separamos
e nos perdemos
em busca de caça (ao sul): alguns
em busca do calor (ao norte): outros
com nossas proles
quase famílias
quem decidiu ficar
seguir
ir atrás
foi ou ficou
na primeira vez não houve planos
não fizemos consultas
nem argumentamos
nem votamos pelo melhor caminho
não excluímos quem quer que seja.
(Pedro Du Bois, inédito)
não tínhamos consciência do que fizemos
apenas nos separamos
e nos perdemos
em busca de caça (ao sul): alguns
em busca do calor (ao norte): outros
com nossas proles
quase famílias
quem decidiu ficar
seguir
ir atrás
foi ou ficou
na primeira vez não houve planos
não fizemos consultas
nem argumentamos
nem votamos pelo melhor caminho
não excluímos quem quer que seja.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 26 de abril de 2017
ANTES
Se os peixes falassem
peixes não falam
se existissem sereias
sereias não existem
se houvessem pássaros extraordinários
pássaros assim não habitam
se pudesse gritar
que longe me ouvissem
mas não grito assim
nada além do satélite
que poderá me localizar
na imensidão deste mar
pré-náufrago.
(Pedro Du Bois, inédito)
peixes não falam
se existissem sereias
sereias não existem
se houvessem pássaros extraordinários
pássaros assim não habitam
se pudesse gritar
que longe me ouvissem
mas não grito assim
nada além do satélite
que poderá me localizar
na imensidão deste mar
pré-náufrago.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 24 de abril de 2017
MONOTONIA
No instinto o corpo salta
e leva a esperança
que estraga a surpresa
do chegar silencioso
todos sabem
o medo de quem salta
o instinto busca sobreviver
mais um dia entre tantos
em mãos ligeiras
e pernas ágeis
na monótona rotina
antes que a bala alcance
ou que outros o peguem
todos sabem o medo
de quem não salta.
(Pedro Du Bois, inédito)
e leva a esperança
que estraga a surpresa
do chegar silencioso
todos sabem
o medo de quem salta
o instinto busca sobreviver
mais um dia entre tantos
em mãos ligeiras
e pernas ágeis
na monótona rotina
antes que a bala alcance
ou que outros o peguem
todos sabem o medo
de quem não salta.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 22 de abril de 2017
CURRÍCULO
Mede a distância
traça trajetórias
esbarra
milimetricamente
calculo o ângulo
derruba
fecha o olho
alça a mira
erra
avalia o salto
retesa os músculos
embala as pernas
tropeça.
(Pedro Du Bois, inédito)
traça trajetórias
esbarra
milimetricamente
calculo o ângulo
derruba
fecha o olho
alça a mira
erra
avalia o salto
retesa os músculos
embala as pernas
tropeça.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 21 de abril de 2017
quinta-feira, 20 de abril de 2017
QUEM ESPERA
Na espera deformo a realidade
em que parte reflete novas imagens
e outra antecipa angústias
deveria estar acostumado
pois cada espera cria suas expectativas
ao aumentar e
ou retornar velhos fantasmas
razão para não ter chegado
nem abreviado o tempo necessário
suficiente
e raso para novas esperas
na espera encontro a outra imagem: vozes
sussurram alvíssaras em coros fracassados
na tentativa do equilíbrio
a espera traduz a sensação
de passar por baixo da escada.
(Pedro Du Bois, inédito)
em que parte reflete novas imagens
e outra antecipa angústias
deveria estar acostumado
pois cada espera cria suas expectativas
ao aumentar e
ou retornar velhos fantasmas
razão para não ter chegado
nem abreviado o tempo necessário
suficiente
e raso para novas esperas
na espera encontro a outra imagem: vozes
sussurram alvíssaras em coros fracassados
na tentativa do equilíbrio
a espera traduz a sensação
de passar por baixo da escada.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 18 de abril de 2017
ACASO
Nada acontece por acaso
pode acontecer por descaso
ou nem acontecer
não há outro sentido
além da vontade
no realizar os instintos
desenvolvidos no sentido
que nos enlouquece
ao pensar que algo
acontece por mero acaso.
(Pedro Du Bois, inédito)
pode acontecer por descaso
ou nem acontecer
não há outro sentido
além da vontade
no realizar os instintos
desenvolvidos no sentido
que nos enlouquece
ao pensar que algo
acontece por mero acaso.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 16 de abril de 2017
FUTURO
futuro despreocupado
em presente favorável
de financiamentos facilitados
teatros com atores televisivos
televisão de modelos atuantes
modelos com pouco estudo
mas com presença
charme
e disponibilidade
futuro despreocupado
no presente em músicas
rap
hop
bop
tecno e tal
comercializadas
em bailes apresentados
de cristos representados
nas comissões recolhidas
futuro despreocupado: não
há preocupação
pelo (ainda) inexistente
(Pedro Du Bois, inédito)
em presente favorável
de financiamentos facilitados
teatros com atores televisivos
televisão de modelos atuantes
modelos com pouco estudo
mas com presença
charme
e disponibilidade
futuro despreocupado
no presente em músicas
rap
hop
bop
tecno e tal
comercializadas
em bailes apresentados
de cristos representados
nas comissões recolhidas
futuro despreocupado: não
há preocupação
pelo (ainda) inexistente
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 15 de abril de 2017
MEDROSOS
Medrosos são difíceis de morrer
e de matar
(não cometem suicídio)
não são cortados na primeira dispensa
nem assaltados em ruas escuras
atropelados ao atravessarem as ruas
roubados na manipulação financeira
esfolados na queda abrupta do dólar
não se resfriam
não são viróticos
não sofrem de cirrose
nem ficam em overdoses
medrosos são nossas defesas
ao equilibrar as balanças
e evitar a radicalização
nas pesquisas
(só) morrem quando o medo
transborda seus potes de defesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
e de matar
(não cometem suicídio)
não são cortados na primeira dispensa
nem assaltados em ruas escuras
atropelados ao atravessarem as ruas
roubados na manipulação financeira
esfolados na queda abrupta do dólar
não se resfriam
não são viróticos
não sofrem de cirrose
nem ficam em overdoses
medrosos são nossas defesas
ao equilibrar as balanças
e evitar a radicalização
nas pesquisas
(só) morrem quando o medo
transborda seus potes de defesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de abril de 2017
LUZ DO SOL
Houve o primeiro dia
em que o homem
percebeu a luz do Sol
houve a primeira noite
em que o homem
notou faltar a luz do Sol
o homem percebeu além
do ser errante pelas pradarias
percebeu haver o Planeta.
(Pedro Du Bois, inédito)
em que o homem
percebeu a luz do Sol
houve a primeira noite
em que o homem
notou faltar a luz do Sol
o homem percebeu além
do ser errante pelas pradarias
percebeu haver o Planeta.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Estudo Geral
Exigências / Requirements, em:
]https://luis-eg.blogspot.com.br/2017/04/pedro-du-bois.html
]https://luis-eg.blogspot.com.br/2017/04/pedro-du-bois.html
terça-feira, 11 de abril de 2017
PALAVRAS
Gasto palavras presentes
no que me representam
não me recrimino pelo dito
passado: não o faço voltar
não guardo palavras futuras
poderão ser tempos de calar
palavras presas na raiva
inerte das autoridades
secas entre (des)iguais
gasto palavras
não repito termos
abuso verbos
parcimonioso adjetivo
fujo advérbios.
(Pedro Du Bois, inédito)
no que me representam
não me recrimino pelo dito
passado: não o faço voltar
não guardo palavras futuras
poderão ser tempos de calar
palavras presas na raiva
inerte das autoridades
secas entre (des)iguais
gasto palavras
não repito termos
abuso verbos
parcimonioso adjetivo
fujo advérbios.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 9 de abril de 2017
OUTRAS ESPERAS
para Thereza
Ampliada espera
em angustiados
pensamentos. Quanto
tempo o verde aguarda
antes amadureçam
frutos recorrentes.
Rasgado tempo
de enviesada espera.
Sempre há quem saia
além de quem volta.
Avista: prerrogativa etérea
de quem olha em frente.
Toda demora predispõe
esperas.
Tantas esperas
poucas angústias
encerram.
(Pedro Du Bois, inédito)
Ampliada espera
em angustiados
pensamentos. Quanto
tempo o verde aguarda
antes amadureçam
frutos recorrentes.
Rasgado tempo
de enviesada espera.
Sempre há quem saia
além de quem volta.
Avista: prerrogativa etérea
de quem olha em frente.
Toda demora predispõe
esperas.
Tantas esperas
poucas angústias
encerram.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de abril de 2017
DORES
dizer que tantos
falam na purificação do espírito
pela dor
dizer que carregam
o sofrimento do mundo
pela dor
dizer que sofrem
os pecados alheios
pela dor
e não dizer
da estupidez do corpo
sofrido - apenas - pela dor
consentida
(Pedro Du Bois, inédito)
falam na purificação do espírito
pela dor
dizer que carregam
o sofrimento do mundo
pela dor
dizer que sofrem
os pecados alheios
pela dor
e não dizer
da estupidez do corpo
sofrido - apenas - pela dor
consentida
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 5 de abril de 2017
ESPERAR
A angústia amplifica
o tempo de espera
o tempo multiplica
a angústia na espera
a espera torna infinita
a angústia temporal
indeléveis
marcas da paixão.
(Pedro Du Bois, inédito)
o tempo de espera
o tempo multiplica
a angústia na espera
a espera torna infinita
a angústia temporal
indeléveis
marcas da paixão.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 3 de abril de 2017
ATIVIDADES
Verifico as horas faltantes
para terminar o dia
não são tantas
são tontas
como as anteriores
horas perdidas
em comprar comida
preparar comida
comer
vejo as horas restantes
do dia
lavo os pratos.
(Pedro Du Bois, inédito)
para terminar o dia
não são tantas
são tontas
como as anteriores
horas perdidas
em comprar comida
preparar comida
comer
vejo as horas restantes
do dia
lavo os pratos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 1 de abril de 2017
CANSAÇO
Monotonia
procuro em pensamentos
tornar a vida atraente
dicotomia
digo entender a vida
entre quatro paredes
covardia
escondo no presente
a má notícia dos ausentes
fantasia
creio que a atraente senhora
possa resolver meus problemas.
(Pedro Du Bois, inédito)
procuro em pensamentos
tornar a vida atraente
dicotomia
digo entender a vida
entre quatro paredes
covardia
escondo no presente
a má notícia dos ausentes
fantasia
creio que a atraente senhora
possa resolver meus problemas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 31 de março de 2017
quinta-feira, 30 de março de 2017
Donos, em Poet's Dream
A SPECIAL MENTION FOR A GREAT POEM
I am fascinated by foreign languages, especially those that I don't understand fully or not at all. They allow me to focus on the sounds, rhythms and melodies that sometimes resemble music. Reading them is a little different of course, yet comes close. Today, my attention was drawn to +Pedro Du Bois 's entry DONOS. I checked the translation, but the original is so much more than just the meaning of the words. Therefore, I am happy to pronounce it Poem of the Day. Enjoy!
https://plus.google.com/u/0/108438516741639533660/posts/btU6AYCKCoP?cfem=1
I am fascinated by foreign languages, especially those that I don't understand fully or not at all. They allow me to focus on the sounds, rhythms and melodies that sometimes resemble music. Reading them is a little different of course, yet comes close. Today, my attention was drawn to +Pedro Du Bois 's entry DONOS. I checked the translation, but the original is so much more than just the meaning of the words. Therefore, I am happy to pronounce it Poem of the Day. Enjoy!
https://plus.google.com/u/0/108438516741639533660/posts/btU6AYCKCoP?cfem=1
DONOS
Minha
meu
sentido de propriedade
e posse
certidões
contratos
escrituras
registros
óbitos
espólios
heranças
enfileiradas carneiras
ossário coletivo.
(Pedro Du Bois, inédito)
meu
sentido de propriedade
e posse
certidões
contratos
escrituras
registros
óbitos
espólios
heranças
enfileiradas carneiras
ossário coletivo.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 28 de março de 2017
ESCALAR
a escadaria enrodilhada
em degraus simétricos
o corpo ante
a tontura vaga
no degrau da escada
os saltos dos sapatos
no mármore da escalada
no fim da escada
o corredor escuro
frente ao nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
em degraus simétricos
o corpo ante
a tontura vaga
no degrau da escada
os saltos dos sapatos
no mármore da escalada
no fim da escada
o corredor escuro
frente ao nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 26 de março de 2017
PRESENÇAS
Registro o nome
no livro aberto
aos presentes
o ausente ser
apresenta a face
da impaciência
na morte
em volta do caixão
vicejam conversas
lacrimejantes em risos
o registro guardado
ao corpo será lido
- nome a nome -
no recesso do tempo
restante.
(Pedro Du Bois, inédito)
no livro aberto
aos presentes
o ausente ser
apresenta a face
da impaciência
na morte
em volta do caixão
vicejam conversas
lacrimejantes em risos
o registro guardado
ao corpo será lido
- nome a nome -
no recesso do tempo
restante.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 25 de março de 2017
sexta-feira, 24 de março de 2017
PODERES
Posso ser tantos
santo
posso ser menos
nada
posso ser a hora
estanque
posso ser outro
mesmo
posso ser vida
morte
posso perseguir dias
noites
posso vencer
perder
posso esquecer
lembrar
posso ser homem
animal.
(Pedro Du Bois, inédito)
santo
posso ser menos
nada
posso ser a hora
estanque
posso ser outro
mesmo
posso ser vida
morte
posso perseguir dias
noites
posso vencer
perder
posso esquecer
lembrar
posso ser homem
animal.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 23 de março de 2017
quarta-feira, 22 de março de 2017
Isla Negra 440 + Navegaciones114
Pedro Du Bois
Brasil
Música e palavra
A música atravessou milênios
sacralizada no tom repetido
como interlúdio
intermezzo
interrogação
sobre as palavras
plurais palavras se repartiram
na repetição do foi nominado
a música altera o sentimento
do que é dito
foge do padrão inicial
ao multiplicar os sons da natureza
nos sons criados pelo homem
palavras e músicas caladas
são amores descobertos
no beijo na boca.
NOMINAR
Anônimo
interpreta o papel
esquecido fala sobre o corpo
recolhido ao sussurro
: o nome pronunciado indica
a origem
o caminho
o medo
explicitado na oferenda
e o siso contornado
em alas abrandadas
onde vidraças estilhaçam
pontos de reconhecimento.
A cor expressada ao abrir
os olhos determina
o momento em que o nome
não assumido aflora paixões
e desperdícios atomizam
regras reescritas na conformidade
exigida pelo rito em que se entrechocam
nomes alcunhas e apelidos
singelos apostos na infância: infâmia
nominada em restrito chamamento.
(Pedro Du Bois, inédito)
interpreta o papel
esquecido fala sobre o corpo
recolhido ao sussurro
: o nome pronunciado indica
a origem
o caminho
o medo
explicitado na oferenda
e o siso contornado
em alas abrandadas
onde vidraças estilhaçam
pontos de reconhecimento.
A cor expressada ao abrir
os olhos determina
o momento em que o nome
não assumido aflora paixões
e desperdícios atomizam
regras reescritas na conformidade
exigida pelo rito em que se entrechocam
nomes alcunhas e apelidos
singelos apostos na infância: infâmia
nominada em restrito chamamento.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 20 de março de 2017
TERRAS
Na terra
a pedra
esculpida
na terra
a guerra
consumida
na terra
o olhar
terreno
na terra a ambição
do eixo imaginário
desterro o sonho
e o aprofundo
em cosmos equilibrados
sustentados
indissolúveis.
(Pedro Du Bois, inédito)
a pedra
esculpida
na terra
a guerra
consumida
na terra
o olhar
terreno
na terra a ambição
do eixo imaginário
desterro o sonho
e o aprofundo
em cosmos equilibrados
sustentados
indissolúveis.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 18 de março de 2017
EXAUSTO
Entrego verdades
ao lixo: catadas
em dias maldosos
não interessam luzes
barulhos
silêncios
murmúrios
palavras ao pé do olvido
encarcero a palavra feito
enfeite sobre as mesas
e a despojo ao solo
sob botas de dizeres
escuto o grito que me orienta
no não revelado: do cansaço
trago o desprezo dos dias acesos.
(Pedro Du Bois, inédito)
ao lixo: catadas
em dias maldosos
não interessam luzes
barulhos
silêncios
murmúrios
palavras ao pé do olvido
encarcero a palavra feito
enfeite sobre as mesas
e a despojo ao solo
sob botas de dizeres
escuto o grito que me orienta
no não revelado: do cansaço
trago o desprezo dos dias acesos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 17 de março de 2017
quinta-feira, 16 de março de 2017
NOME
Ao me perguntarem o nome
penso o começo e digo pedro
mesmo não sendo pedro
o primeiro nome recebido
no nome escondido
em que se expõe
a dor do parto
como se comporta a angústia
compreendida na impotência
revestida na espera do nome
ainda não dito
inaudita a criança nasce
no tempo aproximado
em que o corpo
a expulsa
o nome não vem junto:
aposto no futuro instante
em que se integra ao ser
e o torna permanente.
(Pedro Du Bois, inédito)
penso o começo e digo pedro
mesmo não sendo pedro
o primeiro nome recebido
no nome escondido
em que se expõe
a dor do parto
como se comporta a angústia
compreendida na impotência
revestida na espera do nome
ainda não dito
inaudita a criança nasce
no tempo aproximado
em que o corpo
a expulsa
o nome não vem junto:
aposto no futuro instante
em que se integra ao ser
e o torna permanente.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 14 de março de 2017
CORPO
O abandonado corpo subsiste ao tempo
em partes decomposto pela ignorada vida
de sucessivos fracassos desentendidos
o arcabouço reflete os sentidos
opostos nos descobrimentos:
o tanto percebido ao sabor do vento
nas mãos do ladrão apoderado do fracasso
o corpo não descansa em insensata matéria
na limpeza crua da decomposição atávica.
(Pedro Du Bois, inédito)
em partes decomposto pela ignorada vida
de sucessivos fracassos desentendidos
o arcabouço reflete os sentidos
opostos nos descobrimentos:
o tanto percebido ao sabor do vento
nas mãos do ladrão apoderado do fracasso
o corpo não descansa em insensata matéria
na limpeza crua da decomposição atávica.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 12 de março de 2017
DISCURSOS
No discurso retiro a ênfase
transubstanciada em esgares
a mão prende o cumprimento
dispensado: a pausa dignifica
a frase estendida em ares
ecoados nas repetições
apático ouvinte assevera
ao transeunte estático
sobre céus primaveris
não me prendo em substantivos
de êxtases deprimentes no esquartejar
do alquebrado: pedra no estilingue
disparado em reconhecimento.
(Pedro Du Bois, inédito)
transubstanciada em esgares
a mão prende o cumprimento
dispensado: a pausa dignifica
a frase estendida em ares
ecoados nas repetições
apático ouvinte assevera
ao transeunte estático
sobre céus primaveris
não me prendo em substantivos
de êxtases deprimentes no esquartejar
do alquebrado: pedra no estilingue
disparado em reconhecimento.
(Pedro Du Bois, inédito)