quinta-feira, 30 de junho de 2016

TriploV Blog

Relembrar / Recall, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2016/06/30/poema-14/

Modus vivendi

Relembrar, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2016/06/relembrar

GUERRAS

guerra interna: diuturna travessia em ruas
estreitas: serve a comida fria da fúria
entre os cantos obscuros do combate

olha sobre o muro o lado estéril de abraços
passados em garras afiadas nos corpos
despossuídos: rouba na história
o mito atormentado na cena

tiros iluminam o corpo impactado
sobre o lixo: o catador revolve
o corpo no retirar o escopo
da sobrevivência: a hora
da recompensa é alívio rápido

guerras permanecem em ódios e negócios
na cercania: longe existem motivos
para os discursos: retira da vida a insanidade
e a esconde na modernidade indecifrável da história

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 28 de junho de 2016

RESPONDER

Alguém cobra minha responsabilidade
pelo desequilíbrio: elementar o segredo
desvelado ao tolo remetido ao âmago
das travessias: acomodado em estreita
                         cama de duro colchão.

A cobrança me atinge e constrange na razão
incontroversa dos segredos repartidos
entre herdeiros: de onde vim
                               sei agora
tantos vieram no vindouro tempo
das chegadas responsabilizadas
pela irracional sequência de fracassos.

Perder não é o tormento: perder é não ganhar
e ganhar nada significa além do ganho
pertinente: a impertinência no se dizer melhor
                                                       acima
                                              adiante
                                      no alto.

Nos detratores a vergonha cobre
rostos de razões menores: na derrota
                                          sei agora
                           vidas se eternizam.

(Pedro Du Bois, inédito)


domingo, 26 de junho de 2016

meiotom poesia&prosa

Últimos / Latest, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo16incenso.html

TEMPOS

No absurdo pensar passado
                         presente
                   futuro

conjugados tempos sucessivos
impedem a visão do todo
no refluxo refletido:

          o espelho naufraga
          mágoas adquiridas
          na escuridão
          debatida
          em inverdades

postos sobre a terra
                          presos
enquanto corpos
                situados
                sitiados
entre fases e ciclos
de criticados medos
atemporais da espécie.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 24 de junho de 2016

PLENOS

Na plenitude do espaço
divido o tempo
em recados retalhados
aos homens de compreensão
imediata: músicas entoadas
no momento de insolência

a morte representada no rebotalho
chorado no esquecimento

o espaço mortalmente temporizado
dilacera a órbita na constância
dos planetas que a igualdade
da repulsa atrai a gravitação
corpórea do restante
na viva voz da discordância
explicada em razões de alegria
no final do tempo permitido
ao corpo oxidado na atmosfera

breve a terra na permanência
excludente da memória.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 22 de junho de 2016

CANTO

no canto
cada qual
encanta
sua luz

    reluz o canto
    em sons

          tantos
          tontos
          tolos espaços
                   ocupados

conto instantes aproveitados
em listas de presentes: choro
a entrega            - cada uma -
das lembranças: retorno
ao canto isolado
               só
               desacompanhado
               como no começo

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

REFEITO

Face refeita
em sorriso de alvos
dentes ao morder
a isca: asco
presente
ante o espelho
aberto em novos
elementos capturados
no reflexo: o vidro
ofuscado na luz
mostra o rosto
refeito em esgares
móveis de repulsas
nos lábios murchos
dos desdentados
alvos fáceis dos reflexos
verdadeiros das refregas.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 18 de junho de 2016

meiotom poesia&prosa

Tempos/Times, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo16espera.html

Modus vivendi

Matéria, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2016/06/materia

ÁGUAS

Não se esqueça da torneira
jorrando banhos
              afogados na pressa
              do passado
                   feche a torneira
                   impedindo o jorro
                   sobre o jarro vazio

na torneira estenda a toalha
usada no rosto seco

              esqueça a torneira
              sobre a pia: apoie
              as mãos no mármore

lave sob a torneira
as mãos sujas do passado
na água da clarificação
de hoje.

(Pedro Du Bois, inédito)

             

quinta-feira, 16 de junho de 2016

DIÁRIO

Permaneço: estático
      olhos abertos
cabeça sobre o ombro
mãos repousadas nas pernas
pensamentos deixam lembranças
irem embora: resisto ao tédio.

Atento aos barulhos da rua
                     a vaidade vista
                  pela janela: a espiral
cessa. Na hora decido
a continuação do evento
no centro junto ao fundo
da semana: lençóis em dobras.

Oposto ao movimento giro os olhos
a observar a curva da camisa: sob
a roupa o corpo deforma o plano
material da cena no exagero.

Conto segundos: no final
retorno disponível.

(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 14 de junho de 2016

BORDAS

Declarado apátrida
das pátrias retiro os limites
das cores no sentimento assimétrico
dos favores: sou o estrangeiro
de todas as terras na geografia
ilimitada das fronteiras

nas bordas traço a trajetória
que na lateralidade do acaso
estou presente em dúvidas

esqueço o motivo para me fazer
ao largo em mares interiorizados
nas conversas: aprisionado
no ficar e estar aqui.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 12 de junho de 2016

CAMINHAR

porque medir distâncias
não encurta o caminho
disperso o metro
e me afasto
em passos
curtos

o trajeto resulta
distâncias indistintas
vidas ressoam passos intestinos
na distância sorrio passados

o conhecimento acompanha
passos em destacados caminhos

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 10 de junho de 2016

A História Vivida

Tempos, em:
http://ahistoriavivida.blogspot.com.br/2016/06/tempos.html

OBVIEDADES

Obviedade: a paixão imorredoura consome
corpos no desamparo do desequilíbrio: são
desiguais as intensidades: mortais os corpos
inseridos nas paixões

                     ter na fúria o elemento antecipado
                     da escolha a se refletir no outro
                                                   
óbvio: repetir palavras alterando a voz no expor
a dramaticidade consumida na chama: gritos

             compelir o todo ao encontro do corpo:
                            (nele) adquirir a forma
                            e o encontro: desencontrar

repetir o gesto no instante: ser menor: obviedades
escancaram portas no fugir vaidosas veleidades.

(Pedro Du Bois, inédito)

TriploV Blog

Tempos / Times, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2016/06/09/poema-11/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+wordpress%2FYcoP+%28TriploV+Blog%29

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A CASA

Ao chegar na casa
a passagem ilude
quem espera o convite

o fogo estremece
alicerces: paredes
caem com estrondo:
o térreo inexiste

no andar de cima
o sono pesa os olhos

sob escombros restam
provas do processo:
disso tem ciência.

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

RAZÕES POSSÍVEIS

Procura razões
para o reencontro: ninfas
de olhos grandes
              abutres na sessão
tardia no cinema: beijo
roubado. Esboço em cal
no remorso pela mentira
na hora da espera: esperto
estalar dos dedos no coelho
retirado da cartola: a magia
na falta de regras. Horários
atrasados na despedida
da felicidade: reencontro.

      Longe
      o ar pesado
traz a chuva: contempla
sob a marquise: apaga
o cigarro na linha d'água
da calçada: luzes apagadas.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 4 de junho de 2016

TERRAS

Semeio o campo
   colho o instante no sofrimento
   retomado ao cansaço de que sou feito

poderia ser diferente se o aguardado
acontecesse durante a semeadura
                           não na colheita

na palha refaço a terra nua: em cada safra
o esforço mede a censura
                                 no olho d'água

semeio terras aráveis
no desdizer discursos: palavras
somem extremos em que perdições
barateiam preços e produtos

       aproximo o vento ao tempo
       excedente: nada sobra        
       na terra seca.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 2 de junho de 2016

TriploV Blog

Recuar / Retreat, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2016/06/01/poema-10/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+wordpress%2FYcoP+%28TriploV+Blog%29

BUSCA

busco além do pêndulo
atômico da matéria
         - sub-matéria
  - sub-sub-matéria
- o retirar da corda
no cordão exposto
em nós: cego
procuro além dos pêndulos
       inferiores dos relógios
          encontrar em batidas
   constantes o subatômico
   sentido da vertigem
           - sub-vertigem

(Pedro Du Bois, inédito)