terça-feira, 31 de maio de 2016

TEMPOS

atemporalidade: a palavra
             resume o fato
        de estar aqui

corpo amadurecido
no esquecimento

o tempo refaz caminhos
na entrega

         atemporalidade (palavra)
   significa o nada sou (re)feito
no que verdadeiramente passa

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 29 de maio de 2016

DIÁRIO

monstruoso e liso
áspero em pedra
dedico meu tempo
ao desconhecido: no trabalho
diário das contas mensais
de energia
              água
              condomínio
              colégio
              e plano de saúde:

sócio clubístico
assisto aos jogos
pela televisão

monstruoso e áspero
aliso a pedra contida
                     na mão

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 27 de maio de 2016

SOBRE SOPHIA

(em Epidauro 62)

Na inexatidão das respostas
repito ritos: o mito se olvida
na memória: rasgo páginas
do caderno escrito em luzes:
nuvens antecedem a tormenta
na angústia consagrada ao deus
das meditações: o arremedo
do monstro identificado
em passos trôpegos: da janela
avisto o lago em revolvidas
águas: no lado de lá onde
é ontem repito versos
de passagem: "ouço a voz
subir os últimos degraus...".

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 25 de maio de 2016

A História Vivida

Amanhãs, em:
http://ahistoriavivida.blogspot.com.br/2016/05/amanhas.html

PURGAR

Purga pecados
           na morte lenta
           do prisioneiro
           no derradeiro instante

purga dores: pecados
na visão da terra
retida em húmus: verdes
deuses reencontrados

purga dívidas: amealhado
na fortuna desperdiçada
de pagamentos não efetuados

purga pecados: na desdita
abranda o coração: veste
a mortalha na entrega o corpo.

(Pedro Du Bois, inédito)

TriploV Blog

Sorver, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2016/05/25/poema-9/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+wordpress%2FYcoP+%28TriploV+Blog%29

Modus vivendi

Amanhãs, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2016/05/amanhas

10 Livros relacionados com Tabacudo

Em Contos, em:
http://dicionarioportugues.org/pt/tabacudo

Literário

Sobreviver, em:
http://pbondaczuk.blogspot.com.br/2016/05/sobreviver-porpedro-du-bois-s-obreviver.html

segunda-feira, 23 de maio de 2016

meiotom poesia&prosa

Sorver, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo16sorver.html

AMBOS

A ambiguidade balança
pratos descompensados
no equilibrar forças: força
o tormento a estar presente

no pressentimento a visão do todo
atordoada em sofrimento arremete
o corpo no instante do desequilíbrio

o compromisso aziago da tarde
transforma as cores brancas
em pretos vestidos anoitecidos

o equilíbrio suspende forças:
pensa a casa original no choro
pela palavra lamento no escuro
não revelado ao menino

no escoar a fortuna acoberta
o dizer do povo: volta o rosto
ao caminho atravessado: sabe
que o destino não equilibra
o corpo desacostumado
em luto presente.

(Pedro Du Bois, inédito)


quinta-feira, 19 de maio de 2016

RECIFES

Recifes
espreitam
a separação
das águas

submersos tempos
devastando barcos
enganados

pedras colocadas
em cadafalsos.

(Pedro Du Bois, inédito)


terça-feira, 17 de maio de 2016

Estudo Geral

Conselhos, em:
https://luis-eg.blogspot.com.br/

EQUILIBRAR

O peso contrabalança
o nada em que se dividem
mundos: mandos
             incoerências

atrai e repele
sentimentos: macios e duros
                   ásperos e lisos
                   dias e noites
                   mortes e vidas
                   vigas e janelas

preso ao corpo
sabe do progresso
da face no universo
mascarado: inverso

                    a inveja traduz
o contrapeso onde a balança
anseia promessas.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 15 de maio de 2016

SOBREVIVER

Sobreviver é a resposta
difusa com que a morte coordena
a parafernália latente dos encontros.
Escrevo sobre a química
isenta de repercussões: águas
na pureza da natureza, línguas
estrangeiras vetadas em discursos
ausentes; a sobrevida exige cuidados
em repouso e remédios
consumidos na angústia do tempo
ultrapassado em histórias construídas
à margem da memória. Revejo
almas amargas em batalhas irrealizadas.
De verdadeiro assisto o povo
desprezado frente aos lanceiros.
Na sobrevivência, como prêmio,
refaço o trajeto; na despedida
do corpo assumo a porção
estéril em que espíritos se sucedem.

(Pedro Du Bois, inédito)


                             

TriploV Blog

Conselhos, em:
https://triplovblog.wordpress.com/2016/05/14/poema-8/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+wordpress%2FYcoP+%28TriploV+Blog%29

sexta-feira, 13 de maio de 2016

ENQUANTO

Reencontro no dia a escuridão
com que me assustaram os adultos
em torturas de deveres: arrostado direito
na flâmula imprecisa dos dizeres: culpado
pela escravidão: tosco
                        e grosso sucedâneo
                        dos hominídeos
ultrapassados: ante
                   e antes
                   do milagre
                   na ocorrência dos nomes

sou acusado pelo fracasso
da geração inexata que comigo
se perdeu na luminosidade
estática com que o patético
se elevou em tédio: visionário
entre raças
      e cantos no endurecimento
da argamassa em olhos opacos
                         
em claros dias reencontrados
refaço a contagem das amantes:
                     aguardo a sua vinda: fada
                     ressurgida em cores breves
                     do desconhecimento
                     na forma simplificada.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 11 de maio de 2016

FICAR

Repito ouvir
o mesmo pássaro

a parede reparte
sons: reconheço
a casa

distâncias nada dizem: navego estático

ventos de agosto traduzem lágrimas
mantidas na unidade fria da coragem

estou comigo
na obtenção da absolvição
pelos crimes não cometidos

a viagem irrealizada acena
miragens: durmo paisagens
despercebidas.

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 9 de maio de 2016

VIOLÊNCIA

Dos atos retiramos o universo
filmado em sequências esparsas
no fluir da maldade: estamos
             prontos ao combate

da morte retiramos
restos imortalizados
em encomendas recebidas
no clarão das explosões

na solidão da casamata
retiramos vidas remanescentes
até a última e íntima fração
das nossas defesas desfeitas
na refulgência estática da Lua

da violência acudimos gritos
expostos em diálogos
de desinteresse e raiva

da morte escolhemos o perverso
com que minas cedem corpos
no cansaço de pontos sem retorno.

(Pedro Du Bois, inédito)

Revista Cerrado Cultural

Natural, versão em inglês, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/natural_1.html

Natural, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/natural.html

With You, em :
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/with-you.html

Contigo, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/contigo.html

Roughness, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/roughness.html

Aspereza, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/roughness.html

Ephemeral, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/ephemeral.html

Efêmeros, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2016/05/efemeros.html

sexta-feira, 6 de maio de 2016

EQUILÍBRIO

equilíbrio
     restante: esqueço o verso
     em confidência     arco transverso
            arremessa vidas ao insucesso

o rasgo dos planetas
na sucessão de atrações e repulsas
inversas na negação pregressa
do verbo                      a pronúncia
                         de folhas adjacentes
                         na penumbra: reconheço
o pêndulo: sei da janela fechada
no passo não atravessado
                      equilíbrio em lábios selados
                 de amores avessos aos contatos
                 nos olhos sedados em encantos

desencontro o espanto no ritmo
veloz dos altiplanos restantes
do equilíbrio: gesso endurecido
 no molde da estátua afastada
         em desastres causados
         no estranhamento

(Pedro Du Bois, inédito)