Finais, em:
http://valeemversos.blogspot.com.br/2014/12/finais.html
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
MULTIPLICAÇÕES
Multiplicações
deletérias:
povocomida
riqueza
tesouros
desenterrados
na
exaustão da terra:laboratórios
multiplicam inexistências
riquezas enganosas
absorvem o homem em sujas
esponjas (quase nada)
adestrados
animais:
sombrado menino crescido
em mundos desencantados.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 28 de dezembro de 2014
INTERFERIR
no
processo ser a voz ativa
corporificada em impropérios
corporificada em impropérios
cientificar
o modo na multiplicação
tornada
avassaladora em miniaturas
olhar
a criatura através de microscópios
no
espaço extremado dos telescópios
(assim)
o dia quente/frio e
úmido
do verão/inverno em doenças.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 27 de dezembro de 2014
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
EXCELÊNCIAS
A
excelência do líquido
derramado
no copode bojo translúcido
afogado no passado
a
excelência da vida
desgastada
em parcos instantes de irracionalidade
destino destroçado
em prognósticos acobertados
à
vista de excelências.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
REVER
Revejo
passos no passado refletido
em
cores de entranhas impostas.Retiro o brilho entregue aos passantes:
figuras renovadas sob
olhares de antes
e agora na
incerteza das palavras
pronunciadas em
calados gestos
sou
exercício nas histórias decantadas
em
repetidas verdades redivivasno espaço intertempos de exemplos
considerados nas passagens: sou
revisto ser desde sempre.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
FRIOS
Fria
maneira de me dizer
presente:
o quarto a camao banho quente afasta
o instante da saudade
relaxado
o corpo
a
mente se entregaem lembranças: tantas
horas desacordadas
em desordenados fatos
ultrapassados
o
risco do grafite
revolve
letrasadormecidas
na mistura
em retornos:
volto a ser
o garoto imaturo
dos verdes anos
reconheço
o começo
nas
reclamações de agora.(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 21 de dezembro de 2014
Triplo V
Breve apontamento sobre o (meu) equilíbrio, em:
http://www.triplov.com/poesia/Pedro-du-Bois/equilibrio.htm
http://www.triplov.com/poesia/Pedro-du-Bois/equilibrio.htm
sábado, 20 de dezembro de 2014
FIM
Último movimento
indeciso
comatoso
inconsciente
a mente nada sente
fosse começo
acaso
tardia hora
fogo morto
findo o tempo
resta o corpo
embalsamado
mão sobre o tampo
a tampa fechada
além do tempo
o nada
recomposto
em silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
indeciso
comatoso
inconsciente
a mente nada sente
fosse começo
acaso
tardia hora
fogo morto
findo o tempo
resta o corpo
embalsamado
mão sobre o tampo
a tampa fechada
além do tempo
o nada
recomposto
em silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
RITOS
O ritual é seguimento extensivo das regras
preestabelecidas maneiras de reconhecimento
da segurança abusiva sobre o tema: de tanto
saber esquece a naturalidade dos fatos
acontecidos sob as vistas independente
do sentido e organização
o rito persegue a extensão do incorreto
fogo e a brasa sobre o pano veste
o símbolo na incongruência dos recados
o dia seguinte desponta nas incessantes
vidas repetidas no rito em acomodação
a desarmonia arranja a violência em signos
anteriores: regras rígidas de sociedades
efêmeras em restante espera e paciência.
(Pedro Du Bois, inédito)
preestabelecidas maneiras de reconhecimento
da segurança abusiva sobre o tema: de tanto
saber esquece a naturalidade dos fatos
acontecidos sob as vistas independente
do sentido e organização
o rito persegue a extensão do incorreto
fogo e a brasa sobre o pano veste
o símbolo na incongruência dos recados
o dia seguinte desponta nas incessantes
vidas repetidas no rito em acomodação
a desarmonia arranja a violência em signos
anteriores: regras rígidas de sociedades
efêmeras em restante espera e paciência.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
LEMBRAR
na clara água
o escuro irrespondível
das questões menores
marmóreos corpos esculpidos
em rochas permeáveis: tortuosos
caminhos do imponderável
magma enquanto líquido
o veio destaca a beleza
na crueza com que a água
jorra sobre a pedra
não responde ao chamado
ígneo da lava no arrefecer a fúria
da explosão sistêmica
o escuro interrompe a jornada
onde se estabilizam pétreas
lembranças de leis maiores.
(Pedro Du Bois, inédito)
o escuro irrespondível
das questões menores
marmóreos corpos esculpidos
em rochas permeáveis: tortuosos
caminhos do imponderável
magma enquanto líquido
o veio destaca a beleza
na crueza com que a água
jorra sobre a pedra
não responde ao chamado
ígneo da lava no arrefecer a fúria
da explosão sistêmica
o escuro interrompe a jornada
onde se estabilizam pétreas
lembranças de leis maiores.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 14 de dezembro de 2014
PERMISSÕES
permitidos desencontros
e no fim do divertimento
inventamos canções
histórias
fábulas
traduzidos ódios
encruados
instantâneos
na raiva cultivada
permitidos infelizes gestos
na ácida solução
despedida na realidade
insurgida em matérias
de incluídas canções
histórias e fábulas
desprovidas de arremate
(Pedro Du Bois, inédito)
e no fim do divertimento
inventamos canções
histórias
fábulas
traduzidos ódios
encruados
instantâneos
na raiva cultivada
permitidos infelizes gestos
na ácida solução
despedida na realidade
insurgida em matérias
de incluídas canções
histórias e fábulas
desprovidas de arremate
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 13 de dezembro de 2014
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
ORAÇÕES
Na oração conhece
a inclemência da natureza
o esmero humano
confuso em deuses
- mal criadas criaturas
dispostas em mesas
na cabeceira
o vazio
encontra a si mesmo
a natureza segue o planeta
no infindo contentar de palavras.
(Pedro Du Bois, inédito)
a inclemência da natureza
o esmero humano
confuso em deuses
- mal criadas criaturas
dispostas em mesas
na cabeceira
o vazio
encontra a si mesmo
a natureza segue o planeta
no infindo contentar de palavras.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
DECISÃO
Esquinas determinam
escolhas
perdas
restrições
fragmentações
a decisão determina o passado
e o futuro
o presente nos encontros fortuitos
se desfaz em nuvens de fumaça
na água quente
o desenlace
ao chegar
o passado me recebe
nas esquinas permanentes.
(Pedro Du Bois, inédito)
escolhas
perdas
restrições
fragmentações
a decisão determina o passado
e o futuro
o presente nos encontros fortuitos
se desfaz em nuvens de fumaça
na água quente
o desenlace
ao chegar
o passado me recebe
nas esquinas permanentes.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
MÁGICA
fruto do desconhecimento
a ignorância atávica
reduz o corpo no escopo
das limitações: o que sou
no empobrecido trajeto:
dutos neurais interpostos
ao todo - e à parte -
a magia nas respostas
pertinentes ao ignorado
em perguntas
a consciência
em respostas
a comprovação
do que penso
em tempo:
começo e fim
encobertos.
(Pedro Du Bois, inédito)
a ignorância atávica
reduz o corpo no escopo
das limitações: o que sou
no empobrecido trajeto:
dutos neurais interpostos
ao todo - e à parte -
a magia nas respostas
pertinentes ao ignorado
em perguntas
a consciência
em respostas
a comprovação
do que penso
em tempo:
começo e fim
encobertos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 7 de dezembro de 2014
sábado, 6 de dezembro de 2014
TOPO
O topo
montanhoso descortina onde a vista alcança
nem
mais milímetros onde não se ouvem cançõesnão se dançam músicas no efeito de encantar
corações na respiração ofegante do ar rarefeito
que leva o alpinista apoiar o corpo em mãos frias
para recuperar o fôlego da escalada
o topo
não acrescenta além de ser o topo
no
mundo das nossas terras e contar aos amigos em alegres noitadas e em livros onde defeitos
nos equipamentos são valorizados
e o trabalho dos guias esquecido
o topo
desencadeia a volta em passos firmes
no
retrocesso necessário ao cumprimento da última etapa de retornar ao convívio
dos que lhe são caros em amores e fadigas
nas intrigas familiares de quererem
partilhar sua alegria de estar em casa
o topo
da casa é a cumeeira
de
onde pássaros observamo cantar do galo nas auroras
e se defendem em gritos e gorjeios
de sincopados sons no estamos aqui
e temos a melhor visão dos predadores
de quem fugirão no tempo e na hora
o topo
da casa é o centro
onde
se iludem os moradoresfossem estrelas sem brilho
cascalho desprezado
de menores sentimentos
espelhados em vidraças
embaçadas pela poeira
com que os ventos fecham
os caminhos ao evitar
que homens se aventurem
em cumes cimos e ao topo
o topo
é resultado
maltratado
da ansiedadeimposta no ritmo suficiente
ao fazer de conta que subir a montanha
centraliza a imortalidade na neve
em camadas enquanto a Terra segue
ciclos indevassáveis ao conhecimento
o topo
se reveste de estreitos caminhos
nos
momentos em que a desistência se apresentaem temores e orações primárias de todos os medos
o topo
é o reverso da base na acomodação
delicada
com que o planeta permite que vivamos enquanto tentamos topos
cumes e cimos de barreiras inconsequentes
o topo
atravessa o poente e descamba em ocasos
descabidos
no nascer e morrer dos dias
o topo
se registra em mapas geograficamente
desenhados
de linhas confusas e parafusoscolocados tal pregos em cada fenda permitida
o topo
acima e abaixo remete o corpo
ao
abismo no retirar a vida em outros ares.(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Estudo Geral
Poemas que se encontram,
Cores, em:
http://luis-eg.blogspot.com.br/2014/12/poemas-que-se-encontram.html
Cores, em:
http://luis-eg.blogspot.com.br/2014/12/poemas-que-se-encontram.html
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
HISTÓRIA
Depois
(muito
depois)a história
se repete
na iluminada
tela
a conveniência
embaralha
os
fatos
a
mentira conduz a trama
metalinguística:
heróis de ontemtransfigurados nos bandidos
que sempre foram
(muito
antes)
os
participantes do horrorna noite instalada.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
SILENCIAR
No aplauso cessa o espetáculo vazio
estrangula
devolve o rito
ao primeiro gesto
em dias entreatos de cortinas abertas
em escuras cenas correlatas
em escuras cenas correlatas
o silêncio constrange
devolve o rito
ao primeiro gesto
horas destampadas em auroras
de sóis e nuvens intercaladas: não saber
silencia o restante em selos de pureza
silencia o restante em selos de pureza
o silêncio restringe
apodrece
ressurge o temor
do primeiro gesto
ressurge o temor
do primeiro gesto
acasos sucedem ideias
nos rastros dos bichos
de serventia: silêncios estudam
palavras não ditas.
de serventia: silêncios estudam
palavras não ditas.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Revista Cerrado Cultural
Palhaço, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/12/palhaco.html
Dia, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/12/dia.html
Acordes, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/12/acordes.html
Cores, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/12/cores.html
domingo, 30 de novembro de 2014
CONQUISTAS
O além
horizonte esconde
outro
horizonte voltadoao planeta restrito
quando
o imperador
conquistar
o último territórioe se tornar dono do alcançável
seus
olhos serão
tristes
ante as luzes das estrelas
além
do horizonte terrestre
acontecem
horizontes estelares.(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 29 de novembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
PRÊMIO
Refaço os cálculos
poucos os rendimentos
compram o pão
o transporte
a roupa
o retorno
a diversão
a opção
a canção
a tentação
ficam para os próximos salários
descontados em impostos
taxas
e do prêmio do seguro de vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
poucos os rendimentos
compram o pão
o transporte
a roupa
o retorno
a diversão
a opção
a canção
a tentação
ficam para os próximos salários
descontados em impostos
taxas
e do prêmio do seguro de vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Letras et cetera
Frágil, inserido em texto de Tânia, em:
http://nanquin.blogspot.com.br/2014/11/fragil.html
http://nanquin.blogspot.com.br/2014/11/fragil.html
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
MEMÓRIA
Percorre distantes imagens
- desencontradas -
(não há como lembrar a paisagem)
confunde espaços
antes ocupados
não é a hora apropriada
nem tem sido assim
o erro avesso à demonstrações
e sentimentos guardam
visões interiores
(não há espaço para a memória).
(Pedro Du Bois, inédito)
- desencontradas -
(não há como lembrar a paisagem)
confunde espaços
antes ocupados
não é a hora apropriada
nem tem sido assim
o erro avesso à demonstrações
e sentimentos guardam
visões interiores
(não há espaço para a memória).
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 25 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
AMAINAR
O amainar da violência da tempestade
no reencontro que não mais representa
estranhos personagens
em melancólicas operetas
a certeza dos corpos desacostumados
em gestos não compreendidos como antes
resta o desencanto
em que o estranhamento perdura
diante de olhos apáticos
a clareza retorna no dizer adeus
com as mãos recolhidas ao corpo
amainada fera em informe massa
de movimentos anônimos.
(Pedro Du Bois, inédito)
no reencontro que não mais representa
estranhos personagens
em melancólicas operetas
a certeza dos corpos desacostumados
em gestos não compreendidos como antes
resta o desencanto
em que o estranhamento perdura
diante de olhos apáticos
a clareza retorna no dizer adeus
com as mãos recolhidas ao corpo
amainada fera em informe massa
de movimentos anônimos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 23 de novembro de 2014
sábado, 22 de novembro de 2014
SOLIDÃO
solidão: ruas desertas
frio
horas impróprias
vigilante na guarita
solidão: escuro da noite
casa escura
brilho da tela
solidão: através do vidro procura
na amplitude da janela
o passado desacordado
solidão: erros multiplicados
mentiras silenciadas
carne ressecada
não estarmos juntos
solidão: no riso nervoso dos instantes
a seca despedida
em notícias
(Pedro Du Bois, inédito)
frio
horas impróprias
vigilante na guarita
solidão: escuro da noite
casa escura
brilho da tela
solidão: através do vidro procura
na amplitude da janela
o passado desacordado
solidão: erros multiplicados
mentiras silenciadas
carne ressecada
não estarmos juntos
solidão: no riso nervoso dos instantes
a seca despedida
em notícias
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
PAIXÕES E AMORES
Seriam paixões
não fossem os obstáculos
iludindo sonhos desalinhados
amores objetos de romances
em que personagens procuram
encontros desencantados
apaixonados (não) fossem destinos
de agrupados seres em necessidades
amores perduram tempos
na eternidade efêmera das vidas
resultantes em nada: paixões e amores.
(Pedro Du Bois, inédito)
não fossem os obstáculos
iludindo sonhos desalinhados
amores objetos de romances
em que personagens procuram
encontros desencantados
apaixonados (não) fossem destinos
de agrupados seres em necessidades
amores perduram tempos
na eternidade efêmera das vidas
resultantes em nada: paixões e amores.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 18 de novembro de 2014
MEDO
Tenho medo pelo inexistente
tempo mentido no desaproveitado
restante vivido no bastante
e no todo desaconselhado
silêncio percorrido na viagem
entrecortada em olhares vagos
tormento em lágrimas destituídas
de sentido e de muito obrigado
o conserto retribui a vida ao seu tamanho
na maneira sutil - atrevida - e consciente
(existir) de todos os dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
tempo mentido no desaproveitado
restante vivido no bastante
e no todo desaconselhado
silêncio percorrido na viagem
entrecortada em olhares vagos
tormento em lágrimas destituídas
de sentido e de muito obrigado
o conserto retribui a vida ao seu tamanho
na maneira sutil - atrevida - e consciente
(existir) de todos os dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 16 de novembro de 2014
GLACIAÇÃO
Desarvorado o homem cria
palavras onde esconde seus temores
em explicações e ordens de gestos
desmensurados fossem totens
e obeliscos sobre o solo: espantalhos
de si mesmos
aumentam as distâncias
e o medo:transforma
a vida em ciência
na manutenção do corpo
a natureza segue ciclos
e a glaciação acontece.
(Pedro Du Bois, inédito)
palavras onde esconde seus temores
em explicações e ordens de gestos
desmensurados fossem totens
e obeliscos sobre o solo: espantalhos
de si mesmos
aumentam as distâncias
e o medo:transforma
a vida em ciência
na manutenção do corpo
a natureza segue ciclos
e a glaciação acontece.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 15 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
LIVRE
Não os sentidos
nos meandros trilhados
em passos dispersos
sobre as pedras
sem rastros
não há a volta
disposta no ato
da caminhada
ir em frente é desígnio
de quem se aventura em sonhos
e destinos avançam cenas
onde trafegam impunes descontentes
ao contentamento advém
razões estanques sob tetos
em repetições de estilo
o estio prenuncia o tempo
da jornada em seca estrada
antes enlameada em suspiros
saudosos (doces) da mocidade
a juventude inquieta permanece
em lamentações: a maturidade
prende e liberta pela escolha
no antevisto horizonte diuturno
de perdidas intenções
o mundo se mostra na natureza
específica dos elementos
tormentos artificializam
afastamentos do caminho
inicial das passagens
no destroçar velas
em apagadas luzes
de perdição
o recôndito aventureiro
(ou) a gameleira entre o verde
do gramado e o concreto avança
águas em cais de não chegar
nas partidas rejeitadas
sobre a cabeça o chapéu
na proteção em glórias
ditas aos deuses no medo
retirado ao gesto
de proteção
o líquido seca o copo
no vapor retirado
em instantes
de espera
a luz acompanha
o reflexo no trêmulo
passo do começo
recupera a distância
e se abre livre
ao próximo porto.
(Pedro Du Bois, inédito)
nos meandros trilhados
em passos dispersos
sobre as pedras
sem rastros
não há a volta
disposta no ato
da caminhada
ir em frente é desígnio
de quem se aventura em sonhos
e destinos avançam cenas
onde trafegam impunes descontentes
ao contentamento advém
razões estanques sob tetos
em repetições de estilo
o estio prenuncia o tempo
da jornada em seca estrada
antes enlameada em suspiros
saudosos (doces) da mocidade
a juventude inquieta permanece
em lamentações: a maturidade
prende e liberta pela escolha
no antevisto horizonte diuturno
de perdidas intenções
o mundo se mostra na natureza
específica dos elementos
tormentos artificializam
afastamentos do caminho
inicial das passagens
no destroçar velas
em apagadas luzes
de perdição
o recôndito aventureiro
(ou) a gameleira entre o verde
do gramado e o concreto avança
águas em cais de não chegar
nas partidas rejeitadas
sobre a cabeça o chapéu
na proteção em glórias
ditas aos deuses no medo
retirado ao gesto
de proteção
o líquido seca o copo
no vapor retirado
em instantes
de espera
a luz acompanha
o reflexo no trêmulo
passo do começo
recupera a distância
e se abre livre
ao próximo porto.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Manoel de Barros, uma homenagem
Texto em homenagem aos 90 anos do poeta, hoje falecido, poucos dias antes de completar seus 98 anos:
MANOEL DE BARROS: “O
grande poeta de pequenas coisas”
por Tânia Du Bois
Faço desta, uma homenagem, para dizer
algumas palavras de encantamento ao poeta Manoel de Barros que aniversaria em
dezembro. Peço licença para homenagear o grande mestre. Peço licença, sim,
porque sou amante da poesia e, entre os meus escritores, Manoel de Barros é um
dos preferidos e, em tudo o que se escrever sobre ele, estaremos nos repetindo,
mas a repetição será permitida por sua grandeza pessoal e pela grandiosidade da
sua obra. É um prazer poder reler, rever e reviver o poeta dos “desacontecimentos”, o “poeta do pantanal”, o “lírico da ecologia”,
o “virtuoso do realismo mágico”, “o grande poeta de pequenas coisas”. O que
me permite repassar alguns fatos significativos da sua vida, como diz Pedro Du Bois,
“... Escrevo histórias / recontadas em
outros dias / de mesmas palavras.” e Orides Fontela, “a luz está em nós: iluminamos.” – podemos dizer que a luz está em
Manoel de Barros: iluminando-nos.
A seguir, cito alguns textos sobre o
poeta e sua obra.
Fabrício
Carpinejar, em “Manoel de Barros: poesia
para reciclar”, dezembro de 2006, conta que o poeta está casado há 58 anos
com Stella, seu grande amor. Ela é a primeira e única leitora de seus
originais. É bem crítica. Se ela não gosta, diz: “Sobe e vai trabalhar mais”. Ele só dá por terminado o trabalho
quando ela define que está bom, pois, conhece o seu estilo. Manoel de Barros
editava as suas obras em tiragens artesanais e de escassa circulação. Teve o reconhecimento
na década de 80, por críticos e personalidades, como o dicionarista Antônio
Houaiss, o escritor Millôr Fernandes e o editor Ênio Silveira.
Manoel é poeta do simples e da
delicadeza, que adota a autenticidade dos defeitos. Tem estima pelas coisas e
homens jogados fora pela sociedade. Seu universo é o do cisco, dos gravetos,
dos inutensílios e dos nadifúndios. O escritor atua no espaço faz de conta. Interessa-se pelos hábitos
das lagartixas, lesmas e animais rastejantes. O poeta faz brinquedos verbais
com osso de arara, canzil de carretas, potes furados, sabugos. A singularidade
de sua poética reside em combinar a aguda percepção urbana com um repertório
primitivo e rural. Para Barros, o que é descartado é jogado dentro do poema. E
afirma que o verdadeiro conhecimento está na leitura do mundo. “Poesia
é voar fora da asa” (O Livro das
Ignoranças).
O editor Ênio Silveira, sobre o “Livro das Ignoranças“, mostra como o
poeta nos toca pela magia de seus versos, o que nos leva a compará-lo na
tentativa de defini-lo como: “grande
poeta de pequenas coisas”, “o lírico da ecologia”, “poeta do pantanal”, “o
virtuoso do realismo mágico...”. Deixamo-nos envolver pela sua poesia, em
que nos encantamos, pela sua constante redescoberta das palavras.
Adélia Menegazzo, sobre a obra “Concerto a Céu Aberto”, aponta que a
leitura de seus poemas vem preencher os vazios e descobrir que o poeta entrega
ao leitor um concerto de sons... audíveis apenas no silêncio entre uns e
outros. Porque, antes de tudo, MÚSICA!
Cada verso seduz pelo desvio, pelas dissonâncias e revela a revolução das
palavras, “Do canto das aves está posto o
concerto em pauta”.
Paulinho Assunção, sobre “Poemas Rupestres”, apresenta este menino
que “pegou um olhar de pássaro” e que
“contraiu visão fontana”, este
menino, sábio dos “desacontecimentos”,
este é um menino-manoel. É um menino “com
olhar – furado – das nascentes”, que gosta de atrelar palavras de rebanhos diferentes, com o intuito de “causar distúrbios no idioma...”. É
preciso dizer: todos nós nos desabrimos em outras pessoas diante da poesia de
Manoel.
Adalberto Müller Júnior, a
respeito de “Matéria e Poesia”, traz
que a originalidade do poeta consiste em elaborar liricamente, com as coisas
menores, verdadeiras relíquias de linguagem. Manoel de Barros é capaz de
transformar a matéria mais desimportante em poesia. E, Pedro Du Bois no livro “As Pessoas Nominadas”, presta homenagem
ao poeta: Palavras
// Um, santo de barro /outro, Manoel de Barros / de comum,/andor/ ardor/ com que
santificam / palavras / ditas / escritas /jogadas ao vento / que as reproduz.”
Não posso deixar de expressar minha
gratidão pela existência de Manoel de Barros, pois ele é palpitação em nossas
vidas. O seu conhecimento vem através dos sentidos. Ele descreve os sons,
dando-nos condições de, ao lê-los, poder ao mesmo tempo ouvi-los e senti-los. O
poeta humaniza as coisas, o tempo e o vento. E mais, gosta das músicas de Chico
Buarque e de Paulinho da Viola!
Ao completar 90 anos, recebeu o
prêmio Nestlé de literatura, pelo livro “Poemas
Rupestres”. Também conquistou outros dois prêmios: Jabuti e da Associação
Paulista dos Críticos de Artes. Mas, o seu maior prêmio é ter a sua obra
distribuída em todo o país.
Manoel de Barros se considera um “songo”, como fez constar em seu poema
inédito de mesmo nome: “Aquele homem
falava com as árvores e com as águas /ao jeito que namorasse //... Dizia que
era abençoado pelas rãs e pelos / pássaros / A gente acreditava por alto /
Assistira certa vez um caracol vegetar-se /na pedra ////... Era muito
encontrável isso naquele tempo./ Até pedra criava rabo!/ A natureza era
inocente.”.
Discordo
quando o poeta, em seu autorretrato falado, em 1994, disse: “estou na categoria de sofrer do moral,
porque só faço coisas inúteis...”. Prefiro quando ele diz que a “Poesia tem que ter palavras, uma feira de
ideias.”.